Por causa da inflação, em 2023, ter carro próprio vai pesar ainda mais no bolso das famílias. É uma atualização de 4% do ISV e IUC. A proposta pelo Governo no Orçamento do Estado para o ano que vem dita que, quem anda na estrada, terá de pagar mais imposto sobre veículos e imposto único de circulação.
Vai comprar carro novo? Atenção ao ISV
Se estiver a pensar comprar carro (e se é a primeira matrícula portuguesa, no caso de ser um usado importado), vai pagar mais 4% de ISV. É a atualização proposta pelo Governo no âmbito do Orçamento do Estado para 2023.
O valor deste imposto pode variar consoante a cilindrada e a componente ambiental (partículas e emissões de CO2). E, quanto maior a cilindrada, mais alto é o imposto a pagar. No caso de comprar um carro a gasóleo de 1.999cm3 de cilindrada, por exemplo, vai pagar pelo menos mais 250 euros do que se o tivesse comprado este ano de 2022.
Caso esteja a pensar em apostar num elétrico, não tem de preocupar-se com o ISV, já que está isento. Já se a escolha recair sobre híbridos plug-in, terá de pagar 25% do ISV (se tiver autonomia de mais de 50 km e emitir até 50 gramas de CO2/km), enquanto se optar por um híbrido vai pagar 60% do ISV.
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Se tem carro, vai ter mesmo de pagar mais IUC
Se é proprietário de um veículo (e, claro, não seja uma das exceções previstas na lei), tem de pagar anualmente o imposto único de circulação. O IUC depende da categoria, dos anos que tem o carro e do tipo de combustível que usa. Este imposto vai ficar 4% mais caro em 2023, mas, na prática (e na pior das hipóteses) representará uma subida de menos de 10 euros. No caso dos carros elétricos, à semelhança deste ano, mantém-se a isenção do pagamento de IUC.
IMT: sobe valor limite para isenção
Além dos impostos que recaem sobre os automobilistas, também o IMT vai sofrer alterações no próximo ano. O Imposto Municipal Sobre as Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT) é pago por quem compra casa ainda antes da escritura. E varia consoante o valor de aquisição do imóvel, sendo que a taxa a aplicar a esse valor pode ir de 1 a 8%, dependendo da localização e da finalidade a que se destina.
Em 2023, no caso do IMT, a atualização de 4% reflete-se nos escalões, e não nas taxas a pagar. Assim, o valor isento de imposto para as casas de primeira habitação passa de 93.331 euros para 97.064 euros, em Portugal Continental. Os restantes escalões também avançam.
No entanto, ainda que não haja qualquer mexida nas taxas, na prática, quem compra casa vai acabar por pagar mais imposto. Luís Leon, fiscalista da consultora Ilya, sublinha que a explicação está no facto de esta atualização ser abaixo do valor da inflação, sem contar com o preço dos imóveis, que continua a subir.
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