Quando o clube favorito fica em terceiro lugar no campeonato, ou perde a final da taça no derradeiro minuto, há sempre a hipótese de tentar a glória nos videojogos. Eis três jogos em que o sucesso desportivo está associado à boa gestão das contas…
Trophy Manager: Estratégias de longo prazo
Neste jogo online, com versão em língua portuguesa, o utilizador cria o seu próprio clube de futebol e assume o duplo cargo de dirigente e treinador, competindo com outros jogadores reais. O longo trajeto até à glória dos troféus começa nas divisões distritais, sempre de olhos postos no sonho de chegar até à Primeira Liga e, quem sabe, ao cobiçado cargo de selecionador nacional.
Com três jogos por semana, há ação futebolística suficiente para manter o interesse (os jogos podem ser acompanhados em direto ou num resumo diferido que inclui os principais lances da partida) mas, mais do que a escolha do onze a entrar em campo, as grandes decisões em Trophy Manager estão associadas à gestão financeira.
Cada investimento deve ser pensado em termos da sustentabilidade do clube. Por isso, os dirigentes são impelidos a delinearem estratégias de longo prazo. Queremos um clube que acumula receitas e juros para comprar craques no mercado, ou preferimos investir nas infraestruturas da academia e campos de treinos para formar os nossos próprios talentos? Expandimos o estádio, a loja do clube, a barraca de cachorros-quentes ou contratamos melhores olheiros? O equilíbrio financeiro é a chave do sucesso. Na secção “Finanças”, existem vários quadros de gastos e proveitos que convém ter debaixo de olho para não levar o clube à bancarrota. Felizmente, a comunidade online de jogadores é bastante ativa nos fóruns, onde se encontram publicados guias com dicas e estratégias para os iniciados.
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Financial Soccer: Um quizz que decide mundiais
Criado em parceria pela Fifa e uma empresa de cartões de crédito, o jogo Financial Soccer tem uma versão em português do Brasil que permite ao jogador, logo de entrada, escolher entre dois tópicos: pequenas empresas ou finanças pessoais.
Dispostas as duas seleções em campo e definido o tempo de jogo, as animações mostram passes teleguiados, tentativas de corte, cruzamentos perigosos e oportunidades de golo; o resultado destas ações fica, no entanto, dependente de perguntas de temática financeira. Selecionar a opção correta pode fazer com que a nossa seleção recupere a posse da bola ou que a nossa superestrela fature o primeiro golo. Mas, se errarmos, será a equipa adversária a carregar em cima do nossa guarda-redes. Não sabe o que acontece quando se ultrapassa o limite do cartão de crédito? Um a zero… Desconhecia que assinar a parte de trás do cheque equivale a endossá-lo? Dois a zero… Se a partida terminar empatada, o desempate por grandes penalidades é novamente definido pela correção ou incorreção das respostas. Ao término do encontro, o quadro estatístico não mostra o número de cantos ou de remates à baliza; em vez de percentagem de posse de bola, o importante é a percentagem de respostas certas.
Mesmo que as animações sejam simples, os três níveis de dificuldade – perguntas fáceis, médias e difíceis – representam um desafio suficientemente apelativo e diversificado para se disputarem várias partidas e torneios. Se não vencer o campeonato do mundo nas primeiras tentativas, vai ver que será na próxima. No remate decisivo da final, já saberá o que responder quando lhe perguntarem o que são despesas discricionárias…
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Match Attax: Usar o orçamento até ao último milhão
A versão virtual de Match Attax, disponível numa app para dispositivos android e outros, é um jogo de cartas colecionáveis com as maiores estrelas do futebol, retiradas dos plantéis dos clubes a atuarem nas competições europeias. Com sorte, ao abrir uma nova carteirinha, também podem calhar lendas mundiais (como Eric Cantona) ou versões especiais dos grandes craques, representados com novas imagens e ainda melhores atributos.
Na parte jogável, cada utilizador escolhe um sistema tático e 14 jogadores (11 titulares e três suplentes). As partidas são bastante simples: um jogador escolhe uma carta e decide se usa o valor de ataque ou de defesa; o adversário responde com uma carta sua. Quem tiver o valor mais alto, marca um golo. O esquema repete-se para cada jogador em campo. O resultado tanto pode ser uma goleada de 10-1 como um vertiginoso empate de 5-5.
Parece simples, e até é, embora exista alguma estratégia na forma de jogar as cartas. Mas o complicado, e entusiasmante, está na matemática necessária na altura de fazer o onze, pois existe um teto orçamental que não pode ser ultrapassado.
Gostava de ter Ronaldo, Messi e Mbappé como titulares da mesma equipa? Aqui é possível mas, como são todos bastante caros, terá de compensar nas restantes posições com jogadores mais baratos. A formação ideal terá assim de ser encontrada pelo equilíbrio entre pontos fortes e fracos, usando o orçamento até ao último milhão. Chegou mais um craque? Lá vamos nós ao “tira este, põe aquele”, sempre de olho no dinheiro que ainda resta…
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Paulo M. Morais cresceu a jogar futebol de rua e a ouvir provérbios ditos pelas avós. Licenciou-se em Comunicação Social e especializou-se nas áreas do cinema, dos videojogos e da gastronomia. É autor de romances e livros de não ficção. Coleciona jogos de tabuleiro e continua a ver muitos filmes. Gosta de cozinhar, olhar o mar, ler.
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