Subida dos preços das casas abranda e há mais imóveis disponíveis

Os últimos anos têm sido marcados por aumentos expressivos dos preços das casas no país. Os dados do último trimestre de 2022 revelam que o preço das casas em Portugal aumentou 11,3%, face ao mesmo período do ano passado, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Chegados a 2023, um ano de subida de juros com impacto significativo para as famílias, o comportamento dos preços das casas está a ser marcado por oscilações, pouco acentuadas, e que indicam alguma estabilização.

O primeiro semestre do ano foi marcado por oscilações pequenas nos preços dos imóveis em Portugal. O balanço do período revela que os preços aumentaram 1,65% e que se está a assistir a um aumento do número de imóveis disponíveis no mercado.

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Preços sobem 1,65% no semestre

Observando a evolução de preços nos primeiros seis meses do ano, conclui-se que a variação é de apenas 1,65%, de acordo com os dados da Alfredo.

O Índice de Preços Alfredo reúne informação de vários portais públicos de listagem e sites de agências imobiliárias com dados de transação que são posteriormente trabalhados utilizando algoritmos avançados de Inteligência Artificial, o que permite caracterizar a realidade do mercado imobiliário em Portugal de uma maneira nunca vista. O Doutor Finanças é parceiro da Alfredo no relatório emitido com dados em tempo real.

Estes dados revelam uma travagem na evolução dos preços, tendo os primeiros meses do ano sido marcados por oscilações pouco significativas, e, em alguns meses, observaram-se mesmo quedas face ao mês anterior.

Em junho, o preço médio por metro quadrado para os imóveis das principais capitais de distrito do país estava nos 2.100 euros. Este valor corresponde a uma variação de 5% nos últimos 12 meses.

Estes dados estão em linha com a informação já partilhada pelo INE, cujos dados mostram que, no primeiro trimestre, o índice de preços da habitação aumentou 8,7% face ao período homólogo, o que corresponde ao crescimento mais pequeno desde o segundo trimestre de 2021. Ou seja, os indicadores existentes apontam para uma travagem nos preços das casas em Portugal.

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Preços das casas caem em cinco capitais

Olhando apenas para os primeiros seis meses de 2023, verificamos que, das 20 capitais de distrito consideradas pelo índice da Alfredo, há cinco regiões que estão a registar quedas: Guarda (11,19%), Portalegre (10,03%), Évora (6,23%), Bragança (2,68%) e Beja (1,05%).

As restantes 15 capitais continuam a observar aumentos nos preços dos imóveis, com o Funchal a liderar os aumentos (10,12%), seguido por Setúbal (7,15%) e por Castelo Branco (6,71%).

Índice de preços está a diminuir na OCDE

Esta travagem nos preços das casas em Portugal não é exclusiva do nosso país. Os últimos dados divulgados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), referentes ao primeiro trimestre deste ano, revelam que o índice de preços está a recuar.

O índice de preços desceu para 131,8 pontos, o que corresponde ao valor mais baixo desde o terceiro trimestre de 2021. Se olharmos apenas para a Zona Euro, este indicador está no valor mais baixo desde o segundo trimestre de 2020.

Dizer que o indicador de preços está a descer não significa que os preços estejam efetivamente a cair, especialmente não de forma transversal ou significativa.

Ainda assim, num período marcado por uma subida significativa das taxas de juro, é de esperar que os preços das casas se ajustem a uma nova realidade.  

Outra questão que influencia os preços dos imóveis é a oferta face à procura. Num período de muita procura e pouca oferta, os preços tendem a aumentar, enquanto se houver muita oferta no mercado, é expectável que os preços desçam. Ou, pelo menos, ajustem a essa realidade.

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Mais imóveis no mercado

Um indicador que deve ser tido em consideração é o número de imóveis que estão disponíveis no mercado. Os dados da Alfredo revelam que nos últimos meses temos assistido a um aumento deste indicador.

No final de junho, havia 172.153 imóveis disponíveis no mercado, mais 4,63% do que no final do ano passado.

“Estamos a observar um aumento no número de listagens disponíveis no mercado, indicando uma maior seleção de propriedades para os compradores no mercado residencial”, realça Gonçalo Abreu, co-fundador da Alfredo. 

“Aqueles que se encontram à espera do momento ideal para comprar casa, devem encarar este aumento de stock no mercado com otimismo. Os próximos meses serão cruciais para a definição do mercado a médio prazo”, salienta o responsável.

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Évora é a capital onde é mais rápido vender imóveis

Olhando para as 20 capitais de distrito, Évora continua a ser a região onde os imóveis estiveram menos tempo para serem vendidos durante o primeiro semestre. O tempo de absorção é de 86 dias. Em segundo lugar surge Setúbal (95 dias) e Beja (110).

Do lado oposto está Ponta Delgada, onde os imóveis demoram uma média de 164 dias para serem vendidos, seguida de Castelo Branco (157 dias) e de Vila Real (151 dias).