Janelas de uma varanda onde está refletida a imagem de prédios que estão à frente
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Habitação

Especial habitação

Nas próximas semanas vou falar sobre oferta e procura de habitação, questões demográficas e o papel do Estado no mercado residencial.

Depois de, na semana passada, ter partilhado detalhadamente a evolução dos preços das casas em Portugal nos últimos 5 anos, o que se pretende agora é entregar-lhe uma análise isenta e factual sobre o mercado residencial, que permitirá a si e aos outros leitores, aceder a dados esclarecedores e às fontes mais bem documentadas.

Só assim poderemos construir uma opinião mais esclarecida e robusta sobre os desafios da habitação em Portugal.

Quando se acompanha a comunicação social pode ficar-se com a ideia de que o estado do mercado imobiliário é definido essencialmente por défices financeiros, medidas regulatórias, ou programas políticos.

Essa ideia prevalece porque esses são os instrumentos que permitem às instituições monetárias e governos, estimular a economia para alcançar o objetivo que, num dado momento, reúna mais consenso. E é indesmentível que estas variáveis impactam de forma bastante significativa a nossa capacidade em comprar ou arrendar uma casa num dado momento. Mas o que gostaria de sublinhar é que, no limite, essas dimensões se limitam a atuar sobre uma dada realidade.

E a realidade é que pessoas mudam de casa essencialmente porque alguém nasce ou morre, ou alguém se junta ou separa. Porque um adulto jovem deixa de viver com os pais, ou um idoso passa a viver em casa do filho. Ou porque alguém sente, por este ou aquele motivo, a necessidade de mudar de bairro, cidade, região ou país.

Antes de avançarmos para os restantes temas, leia o artigo onde explico a evolução e as flutuações de preços da habitação em Portugal ao longo dos últimos cinco anos:

Leia ainda: O que precisa de saber sobre os preços das casas desde 2018

As variáveis que têm mais impacto no mercado residencial

A primeira reflexão que será feita é sobre a Demografia, disciplina que estuda as populações, a sua distribuição e caraterísticas. Porque ela é, muito provavelmente, a mais essencial das variáveis para entender um dado mercado residencial. E acredite, esta análise irá muito além de saber quantas pessoas vivem em Portugal, Lisboa ou Porto.

O segundo artigo é dedicado à Oferta, dimensão sobre a qual recai, de forma consensual, a expectativa de poder responder a grande parte dos desafios da habitação nacional. Mas será que esta dimensão começa e acaba com o número de casas que se constrói?

Necessariamente, em terceiro lugar, teria de ter lugar o texto em que explicarei os fundamentais da evolução da Procura de casas em Portugal. É preciso recordar a troika, o que esteve na origem do resgate da dívida pública, e aquilo que aconteceu a seguir, assim como todos os eventos mais relevantes até 2023.

Irei também abordar a tão falada procura estrangeira. Ela impacta ou não de forma significativa os valores praticados no mercado residencial?

E por último, uma pequena reflexão sobre dois dos temas que têm motivado discussões mais acesas:

  • Os Golden Visa;
  • O estatuto de Residente Não Habitual

Factos e dados para perceber melhor o mercado residencial

O grande propósito desde Especial Habitação é discutir de forma independente, os desafios que enfrentamos num tema tão central nas nossas vidas, abordando algumas das suas dimensões mais discutidas, tentando sempre elencar o maior número de factos e derrubando alguns mitos.

Ainda se lembra do que escrevi no início deste texto? Depois destes sete artigos espero que possa ter mais informação sobre o que mais impacta o mercado imobiliário residencial e o acesso à habitação. E que possa construir uma opinião mais robusta.

Trata-se de não nos darmos por satisfeitos com abordagens superficiais, ou perguntas de preto ou branco para respostas de sim ou não. Porque a realidade nunca poderá ser explicada dessa forma.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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