Quando o nosso plano de poupança tem como horizonte o médio e o longo prazo, um dos instrumentos financeiros que devemos analisar são os PPR - Planos de Poupança Reforma, já que podem contribuir para complementar a reforma ou, entre outras situações previstas pela lei, ser usados para financiar a educação.
Com estruturas e níveis de risco diferentes, os PPR "obrigam" ainda a que conheça o seu perfil de investidor, para decidir qual o tipo que mais se adequa às suas características e objetivos. Ou seja, avalie cuidadosamente a sua realidade financeira, de forma a perceber se tem pouca margem e, por isso, deve investir em produtos de capital garantido ou se, pelo contrário, pode correr maiores riscos em produtos com maior rendibilidade.
Passemos então à distinção entre os dois tipos de PPR que existem, atualmente, no nosso mercado, de forma a escolher o que melhor responde ao seu plano de poupança.
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Dois tipos de PPR, consegue distingui-los?
Existem dois tipos de PPR distintos: os Fundos PPR, nos quais encontramos algum nível de risco; e os Seguros PPR, que oferecem maior segurança, por terem garantia de capital.
No que diz respeito aos Fundos PPR, sem capital garantido, importa destacar que são geridos por entidades gestoras de fundos de investimentos e que apresentam diferentes níveis de risco já que se baseiam em unidades de participação com um determinado valor. Valor este que, naturalmente, está exposto às oscilações do mercado.
Neste contexto, o investidor expõe-se um a risco maior de perda de parte, ou totalidade, do seu dinheiro, mas também pode vir a ganhar um montante superior ao que conseguiria investindo nos seguros PPR.
Antes de tomar uma decisão, é fundamental que consulte cuidadosamente as chamadas “Informações Fundamentais Destinadas aos Investidores (IFI)”. Neste documento, deverá encontrar os objetivos e a política de investimento, perfil de risco e remuneração, bem como encargos e rentabilidades históricas. Estas informações vão dar-lhe uma visão detalhada, e transversal, do produto, permitindo perceber se responde mesmo às suas exigências e se está preparado para correr este tipo de riscos.
Ainda em matéria de informação, pode acompanhar os rendimentos através da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento (APFIPP).
Quanto aos seguros PPR, o processo passa por investir junto de uma seguradora, a qual vai aplicar o seu investimento num fundo autónomo. Neste caso, pode esperar a segurança de ter o capital total garantido e um mínimo de rendimento.
A escolha por um destes PPR, passa igualmente por ter o máximo de informação. Uma vez mais, importa estar devidamente esclarecido. Assim, as seguradoras devem fazer constar dos contratos destes produtos detalhes como:
- Taxa de custos da gestão anual;
- Comissões, que podem ser de subscrição, transferência ou reembolso;
- Rendibilidade efetiva;
- Montante mínimo de depósito.
Para saber quanto estão a render os seguros PPR, deve acompanhar as indicações da Autoridade de Seguros e Fundos de Pensões (ASF).
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Como escolher o melhor PPR para mim?
Na certeza de que a principal diferença entre os dois tipos de PPR passa pelos diferentes níveis de risco – superiores nos Fundos PPR e inferiores nos Seguros PPR – deve ainda ter resposta para algumas questões, antes de tomar uma decisão sobre o sentido do investimento das suas poupanças.
Desde logo, deve saber o que pode esperar em termos de rentabilidade, a longo prazo, e optar por um PPR com valores superiores à taxa de inflação média. No entanto, precisa de considerar que as rentabilidades passadas não são garantia de rentabilidades futuras. Depois, consciente de que o seu perfil de risco pode alterar-se com a passagem do tempo, é igualmente relevante a questão da flexibilidade. Ou seja, a possibilidade de mudar sem sofrer penalizações.
Por último, procure obter transparência em toda informação. Esclareça todas as dúvidas, sobretudo as que se prendem com o capital garantido, risco, comissões associadas e os custos da gestão anual.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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