A taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares passou de 2,29% em setembro para 2,93% em outubro. Os dados revelados pelo Banco de Portugal mostram que é o maior aumento desde o início da série, em janeiro de 2003.
Este é o valor mais alto desde agosto de 2012. Contudo, os bancos portugueses continuam a pagar menos do que a média da Zona Euro, que se fixou em 3,27% em outubro. Apesar disso, Portugal ultrapassou a Irlanda e Espanha na lista dos países que melhor remuneram os depósitos a prazo, subindo do 16.º para o 14.º lugar (em 20).
O Banco de Portugal destaca ainda que "a remuneração média mais elevada se registou nos novos depósitos com prazo até um ano: 2,95%". Já os depósitos com prazo de um a dois anos apresentaram uma remuneração média de 2,15% e aqueles com prazo acima de dois anos foram remunerados, em média, a 2,13%. Em todos eles houve aumentos em relação a setembro.
Ao mesmo tempo, o montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares atingiu 10.690 milhões de euros, o maior valor desde fevereiro de 2012 (10.446 milhões de euros). Aqui, os depósitos até um ano continuam a dominar, representando 97% do total das novas operações.
No caso das empresas, a taxa média foi de 3,31% (era de 3,09% em setembro) e os novos depósitos totalizaram 6.887 milhões de euros, menos 380 milhões do que em setembro.
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Juros descem na habitação e crescem no consumo
Em outubro, os empréstimos às famílias atingiram os valores mais altos desde março deste ano. As novas operações totalizaram 2.532 milhões de euros, mais 24 milhões do que em setembro. O maior aumento registou-se no crédito ao consumo (16 milhões), seguido da habitação (sete milhões) e do crédito para outros fins (um milhão).
O Banco de Portugal destaca ainda a descida da taxa de juro média nos novos empréstimos para habitação. Depois de ter atingido o valor mais alto do ano em setembro (4,25%), os juros baixaram ligeiramente para 4,23% em outubro. Ainda assim, estão longe daquilo que se verificava em outubro de 2022: 2,86%.
A mesma descida ligeira registou-se também nos empréstimos para outros fins: baixou de 5,35% para 5,33%. Em sentido contrário estão as taxas de juro no crédito ao consumo, que subiram de 8,97% para 9,18% (valor mais alto desde junho de 2014).
Em relação às empresas, os novos empréstimos baixaram em 59 milhões de euros para 1.550 milhões de euros e a taxa de juro média aumentou de 5,81% em setembro para 5,89% em outubro.
Taxa mista domina os empréstimos para habitação
À semelhança do que tem acontecido desde agosto, a taxa mista foi aquela que dominou nos novos empréstimos para habitação própria permanente. Em outubro, representou 64% dos novos créditos, uma subida de 9,3 pontos percentuais em relação a setembro. No mesmo mês do ano passado, a taxa mista estava presente em apenas 9,2% dos novos empréstimos.
A taxa fixa também registou um aumento, embora bastante ligeiro: passou de 6,4% para 6,9% dos novos contratos de crédito habitação. Por outro lado, a taxa variável continua a queda que iniciou em maio. Em outubro foi escolhida por 29,1% dos consumidores que pediram empréstimos.
Ainda assim, continua a dominar o stock de empréstimos para habitação própria permanente, com 82,9% do total de contratos. A taxa mista representa 13,3% e a taxa fixa 3,7%.
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