Muitas vezes, quando pensamos no crédito habitação, apenas consideramos o “temível” spread. Claro que é importante, porque quanto menor for - e já há bancos a oferecer um spread mínimo de 0,5% - menos juros irá pagar ao banco. No entanto, deve o avaliar o crédito no seu todo.
Desde os seguros até aos prazos, há um universo de oportunidades que muitos desconhecem e onde é possível poupar na prestação do crédito habitação.
Esta análise só é válida para quem vai comprar casa?
Não. É válida tanto para aqueles que procuram comprar uma casa nova, como para os que já têm um contrato de crédito habitação a decorrer. Em ambos os casos, é importante analisar todos os fatores para perceber como e onde é possível poupar no crédito habitação.
Poupe nos seguros, sem poupar nos cuidados
Quando contrata um crédito habitação, as instituições financeiras obrigam à contratação de dois seguros: o seguro de vida do crédito habitação e o seguro multirriscos. Contudo, não é obrigatório fazer estes dois seguros junto do banco onde contraiu o empréstimo. Embora este possa oferecer-lhe algumas vantagens no seu crédito habitação, como a redução do spread, isso não é sempre sinónimo de poupança.
Por norma, pode encontrar soluções mais vantajosas noutras seguradoras, mas terá de fazer contas e avaliar qual é a melhor opção para si. O seu valor também vai depender das coberturas por que opta.
Quanto maior o prazo, menor a prestação
Caso pretenda ganhar uma folga financeira, obtendo uma poupança na prestação mensal, pode tentar alargar o prazo do seu contrato de crédito habitação. Quanto maior for, mais dividido vai estar o custo total por meses.
Mas atenção: quanto maior for o prazo de financiamento, mais alta a fatura de juros, comissões e seguros que acrescem ao capital em dívida.
Taxa mista pode levar a poupança de centenas de euros
Se, por outro lado, já negociou o spread e os produtos associados, mas a prestação continua a pesar no orçamento familiar, a solução pode passar pela taxa mista. Quando contratamos um crédito com uma taxa mista (ou taxa fixa de curto prazo), fixamos a taxa durante um determinado período de tempo. O que significa que, durante esse período, a nossa prestação não vai oscilar. Depois disso, passa a ter uma taxa variável, à qual acresce o spread.
Vejamos um exemplo:
No caso de um empréstimo de 237.701 euros, a 35 anos, com spread já negociado de 1% e indexado à Euribor a 6 meses, a TAN (taxa anual nominal, que representa a totalidade dos juros) a pagar a partir de dezembro - data da revisão da prestação - era de 5,115%. O que resultaria num valor mensal superior a 1.217 euros.
Se aplicarmos a taxa mista, com taxa fixa a um ano de 2%, mantendo o mesmo valor e o mesmo prazo, a prestação desce para 787 euros. Uma poupança bastante considerável de 430 euros por mês. Após os 12 meses de taxa fixa, o spread a aplicar será de 0,85%.
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Outros produtos que podem encarecer o seu crédito
Há outros produtos que pode adicionar ao crédito que podem fazer diferença na prestação. Isto porque podem proporcionar-lhe uma redução no spread, fazendo com que fique com uma prestação mensal menor. Como é o caso do cartão de crédito.
Caso altere alguma destas condições ao longo do contrato de crédito, o banco pode penalizar-lhe o spread. Mas, ainda assim, pode compensar.
Como pôde comprovar ao longo deste artigo, todos os fatores são importantes e uma oportunidade de poupança. Por isso, o importante é que analise o seu crédito habitação como um todo.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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