O arranque de 2024 foi marcado por uma estabilização do preço das casas em Portugal, depois do crescimento de 8,8% registado no ano passado. Os dados de janeiro mostram que os preços se mantiveram praticamente inalterados, numa altura em que as taxas de juro também começam a dar sinais de alívio.
De acordo com a Alfredo, o preço dos imóveis residenciais aumentou 0,1% em janeiro, face ao mês anterior, para 2.333 euros por m2, após uma subida de 2,5% em dezembro. Na comparação anual – ou seja, face a janeiro de 2023 – o aumento foi de 8,6%, também abaixo do acréscimo homólogo de 8,8% observado no final do ano passado.
O Índice de Preços Alfredo reúne informação de vários portais públicos de listagem e sites de agências imobiliárias com dados de transação que são posteriormente trabalhados utilizando algoritmos avançados de Inteligência Artificial, o que permite caracterizar a realidade do mercado imobiliário em Portugal de uma maneira nunca vista. O Doutor Finanças é parceiro da Alfredo no relatório emitido com dados em tempo real.
Esta evolução de preços observada em janeiro foi acompanhada por um aumento da oferta, que ajudará a explicar, em parte, a desaceleração no crescimento dos preços. Se, em dezembro, havia 173.293 imóveis à venda, em janeiro já eram 180.341 as casas disponíveis no mercado. São mais 7.048 imóveis do que no mês anterior, e mais 4.374 se compararmos com janeiro de 2023 (175.967).
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Preço das casas caiu em metade das capitais de distrito
Em janeiro, das 20 regiões analisadas pela Alfredo (18 capitais de distrito e Ilhas), metade registou quedas nos preços, face a dezembro, nove tiveram aumentos e numa, Aveiro, os preços ficaram inalterados.
A maior queda observou-se em Castelo Branco (-10,3%), seguido de Bragança (-4,6%) e Leiria (-4%), enquanto os maiores aumentos aconteceram em Évora, Porto, Viseu e Vila Real, todos eles de 1%.
Na comparação anual, ou seja, face a janeiro de 2023, o cenário já é distinto. Neste caso, os preços aumentaram em 19 das 20 regiões, com apenas Vila Real a registar uma queda, de 0,8%.
Santarém foi a capital de distrito onde os preços mais subiram nos últimos 12 meses (18,3%), seguida de Viana do Castelo (16,5%) e Funchal (16%). Lisboa, que tem os valores médios mais altos do território nacional - 4.700 euros por m2 – viu os preços das casas aumentar 4,4% no último ano, cerca de metade da subida média observada em Portugal.
Em janeiro, o município onde os imóveis demoraram menos tempo a ser vendidos foi Setúbal, com uma média de 126 dias. Em sentido oposto, o município onde os imóveis demoram mais tempo a ser vendidos é Ponta Delgada, uma média de 174 dias.
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Moradias desvalorizam 2,5%
Enquanto o preço dos apartamentos cresceu 0,4% em janeiro, para 3.112 euros por m2, o preço das moradias recuou 2,5% para 1.209 euros por m2, depois do aumento de 1,5% em dezembro.
Bragança foi o município onde os preços das moradias mais caíram no arranque do ano (-7%), ainda que seja a Guarda a ter os valores médios mais baixos, em torno de 40.000 euros.
No que respeita à oferta, foi o Porto a liderar a lista, com um total de 1.800 moradias disponíveis no mercado.
Já no caso dos apartamentos, Lisboa tem não só a maior oferta (13.365) como também o valor médio mais alto. Na capital, os apartamentos foram vendidos a um preço médio de 410 mil euros, o que contrasta com a média de 108 mil em Portalegre, a capital de distrito com os apartamentos mais baratos.
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