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Burlas financeiras: Não forneça códigos enviados para o telemóvel

O número de burlas financeiras realizadas pelo telefone têm vindo a aumentar e estão cada vez mais sofisticadas. Saiba como evitá-las.

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Burlas financeiras: Não forneça códigos enviados para o telemóvel

O número de burlas financeiras realizadas pelo telefone têm vindo a aumentar e estão cada vez mais sofisticadas. Saiba como evitá-las.

O número de burlas financeiras tem aumentado nos últimos tempos, seja por telefonemas ou links fraudulentos. No entanto, a dificuldade de identificar certos esquemas é cada vez mais difícil, até para quem está familiarizado com este tema e com as novas tecnologias.

Isto acontece porque os métodos estão altamente sofisticados, principalmente se tivermos em conta os mais recentes esquemas realizados por chamada telefónica. Afinal, estes são realizados por redes criminosas, onde os participantes têm acesso aos seus dados pessoais e bancários. O objetivo é sempre o mesmo: levar as vítimas a indicar os códigos pessoais enviados para o telemóvel, permitindo assim efetuar transações financeiras rapidamente.

Mas como funcionam estas burlas financeiras e como pode confirmar se está a ser vítima deste tipo de esquema?

A seguir explicamos o que acontece nestas chamadas e quais os passos a seguir para evitar cair nestas burlas financeiras.

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Burlas financeiras realizadas pelo telefone: Um esquema quase perfeito

Além dos avisos feitos pelo Banco de Portugal de esquemas fraudulentos online, existem algumas burlas financeiras que têm marcado o ano de 2024. Ao contrário do que pode pensar, uma das burlas que tem feito várias vítimas é realizada por uma chamada telefónica e não através das redes sociais ou de um link que recebe por SMS.

Tudo começa com uma chamada telefónica que pode ser realizada de um número que não conhece ou por um número incomum (que hoje em dia é usado por algumas empresas). Assim que atende, do outro lado da linha está alguém que se identifica como funcionário do seu banco da secção cibercrime. No entanto, também é possível que se identifique como um funcionário responsável por detetar transações ou movimentos estranhos em contas bancárias, ou em cartões de crédito.

Como é natural, este tipo de informação prende imediatamente a atenção de qualquer cliente. Rapidamente, os falsos funcionários do banco indicam que foi detetada uma ou mais transações anormais na conta bancária. No entanto, como foi detetada pelo banco, está pendente de validação ou precisa de ser cancelada.

Mas dada a sofisticação deste esquema criminoso, para não haver desconfianças, estes começam a confirmar os seus dados. Ou seja, pode acontecer que a pessoa do outro lado da linha diga o seu nome completo, morada, NIF e até movimentos com valores que constam no seu extrato bancário.

Tendo em conta a estratégia utilizada e o acesso à informação confidencial, este tipo de burla é quase perfeita.

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Como acontece a burla financeira?

A tentativa de burla financeira começa a ganhar força após os criminosos indicarem os seus dados pessoais e bancários e mostrarem-se preocupados e disponíveis para resolverem o problema imediatamente.

Por norma, após a primeira abordagem, segue-se a seguinte pergunta: está a tentar fazer uma transação com X valor ou efetuou uma determinada transferência? Dado que este movimento financeiro nunca existiu, os consumidores mostram-se preocupados e afirmam que a mesma não foi feita.

Esta resposta permite aos criminosos afirmarem que era o expectável, mas para o consumidor não se preocupar, pois ainda é possível não validar a transação ou cancelá-la. E é aqui que a burla começa a ser colocada em prática.

O normal é ouvir do outro lado da linha "vamos dar início ao procedimento para bloquear a transferência/transação e, posteriormente, podemos cancelar o cartão por segurança e enviar-lhe um novo". Depois, o método mais comum desta burla é dizer que vai ser enviado um código 3D Secure para o seu número de telefone.

Aqui podem pedir-lhe para fornecer esse código ou entrar na sua aplicação do banco e inserir os códigos enviados por SMS. A primeira opção é mais comum, pois o acesso é mais fácil. Já na segunda, ao entrar na aplicação, surge normalmente uma opção "não autorizar". E é nessa opção que pedem para inserir os códigos enviados para o seu telemóvel.

Ao longo deste ano, algumas pessoas acabaram por cair neste tipo de burla, sendo que muitas delas, num espaço de minutos, ficaram sem milhares de euros da sua conta bancária, do plafond de um cartão de crédito ou até em casos mais raros, foram contratados créditos pessoais de fácil aprovação.

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O que devo fazer para evitar cair neste tipo de esquemas?

É normal ficar bastante preocupado quando recebe um telefonema com este tipo de indicação. Mas saiba que, para evitar cair num esquema fraudulento, deve adotar algumas estratégias, como, por exemplo:

  • Entrar na sua aplicação do banco e confirmar se foram efetuadas transações suspeitas;
  • Caso não note nenhuma anomalia, peça à pessoa que está do outro lado da linha para aguardar. Enquanto coloca a pessoa em espera ligue para o seu gestor de conta. Explique o que está a acontecer e peça para que este confirme a situação.
  • Se não conseguir falar com ninguém do seu banco, não se precipite a digitar códigos na sua aplicação e pergunte se é possível manter a transação por validar, uma vez que neste momento não pode resolver a situação. Desloque-se à instituição ou tente outra linha oficial da entidade onde possa "congelar" o seu cartão ou até mesmo cancelá-lo por motivos de segurança. Explique ao funcionário o que se está a passar para que este indique quais os procedimentos a seguir.
  • Nunca forneça a ninguém os códigos pessoais enviados para o seu telefone. Estes códigos são pessoais e intransmissíveis. Ou seja, estamos a falar de códigos que foram criados para aumentar a segurança das transações e mantê-las confidenciais. Por isso, nem os funcionários do seu banco devem ter acesso aos mesmos. Estes apenas podem certificar-se de que, após inserir os códigos, a sua transação ou pedido foi realizado com sucesso no sistema.
  • Esteja atento à hora em que é realizada a chamada. Muitas pessoas são contactadas fora do horário de funcionamento das linhas das instituições financeiras. Esta é uma forma de os clientes não poderem confirmar se o que está a ser dito é ou não real.

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Denuncie sempre potenciais burlas financeiras

Neste tipo de situação, mesmo que não caia numa burla financeira, não fique de braços cruzados. Lembre-se que, ao denunciar o que aconteceu consigo, pode ajudar outras pessoas a não serem lesadas por este tipo de esquemas fraudulentos.

Existem várias formas de denunciar tentativas de burlas. Comece por participar o acontecimento ao seu banco e junto das autoridades de segurança. Por exemplo, pode apresentar uma queixa eletrónica ou deslocar-se até uma esquadra da GNR, à PSP ou até à Polícia Judiciária. No formulário da queixa deve indicar todos os detalhes que possui, a descrição do incidente e as provas que recolheu.

Caso tenha sido vítima deste tipo de burla, deve agir o mais rápido possível e ter na sua posse o máximo de provas. Só assim terá hipótese de reaver o seu dinheiro, pois as autoridades de segurança vão poder trabalhar com a sua instituição financeira para resolver a situação.

A tentativa de burla é punível por lei. Mas para que o procedimento criminal seja instaurado, precisa de apresentar uma queixa formal.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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