Cultura e Lazer

A magia de um bom orçamento

Para nos ensinar alguns dos truques da boa orçamentação, o videojogo Money Magic entrega-nos a tarefa de gerirmos um espetáculo itinerante de magia.

Cultura e Lazer

A magia de um bom orçamento

Para nos ensinar alguns dos truques da boa orçamentação, o videojogo Money Magic entrega-nos a tarefa de gerirmos um espetáculo itinerante de magia.

O mágico que nos contratou vive com o sonho de atuar em Las Vegas. Mal acabou de nos conhecer e Enzo já está a tentar convencer-nos de que vai ser tudo facilidades. Afinal, vamos precisar de poupar 50 mil dólares para o aluguer do local. «Grande coisa, certo?» Será mesmo? Talvez seja, até porque neste Money Magic podemos contar com a ajuda de Barnabus, um simpático coelhinho que nos explica logo, em traços gerais, a nossa missão: manter o equilíbrio orçamental e amealhar a quantia associada ao objetivo final. Até lá, teremos de gerir os vários espetáculos ao longo do trajeto. Vão ser dez, antes de chegarmos a Las Vegas. Ou seja, muitas oportunidades de ganhar notinhas!

É com dinheiro que se tiram coelhos da cartola

No início, dão-nos 10 mil dólares que somos obrigados a distribuir, até ao último cêntimo, por cinco categorias: Publicidade (redes sociais, panfletos, relações públicas, tudo ações que afetam o contador do “Hype”), Necessidades do Enzo (enfim, o mágico precisa de comer e comprar champô,  desodorizante, etc., tudo coisas que afetam o estado de espírito representado pelo contador do “Ânimo”), Despesas de Manutenção (é preciso cuidar da Carrinha Mágica e dos adereços do espetáculo, correspondentes ao contador da “Manutenção”) e ainda o Fundo para Vegas e o Fundo para Loja de Magia.

O dinheiro depositado no fundo da Loja de Magia serve para comprar novos truques de Abertura, de Meio, ou de Final do espetáculo. Por enquanto, as pessoas que vão ver o Enzo acabam por assistir aos já muito estafados números da bola escondida debaixo de copos de papel e dos baralhos de cartas, além do clássico truque de levitação. É preciso inovar e os novos números disponíveis vêm com diferentes preços e afetam de forma diferente os três contadores. Que tal passar a tirar ramos de flores da manga do casaco logo de entrada? Ou fazer truques com cordas? Esses até são baratinhos, mas vai ser preciso dinheiro a sério para coisas mais elaboradas, como tirar um coelho da cartola ou fazer aparecer uma pomba de um lenço. Se quisermos acabar em grande, a loja propõe o atirar de facas à assistente (ou o serrar a assistente ao meio, coitada…), escapar de um tanque com água tendo as mãos algemadas ou o fabuloso ato de fazer desaparecer um elefante. (Quanto custa o elefante? Dez mil dólares, o equivalente ao nosso orçamento inicial).

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Se metes num lado, tens de tirar de outro

Chegados ao espetáculo, escolhemos três truques entre o nosso portefólio e Enzo sobe ao palco. Ouvem-se alguns aplausos – não muitos é verdade… –, e, no final, recebemos uma classificação baseada no equilíbrio entre os níveis de Hype, Ânimo e Manutenção. No primeiro show, a Natalie deu-nos apenas duas estrelinhas e disse que a nossa atuação "foi bastante desleixada". Tínhamos muito trabalho pela frente, avisou. O pior é que o moral do Enzo baixou logo e a bilheteira só rendeu 8900 dólares...

O resto do videojogo repete o mesmo modelo de dividir o orçamento pelas várias categorias, procurando o difícil equilíbrio entre os vários investimentos e a poupança. Pelo meio, será preciso estômago para aguentar as más críticas («a magia até foi boa, mas a presença do Enzo em palco foi fraca»), e dinheiro fresco para manter a carrinha funcional e aceder aos pedidos extra que o mágico vai formulando. Agora, por exemplo, acabou de nos pedir para pararmos porque quer um batido. «Por favoooooor», diz-nos ele, como se fosse uma criança, apesar de ter bigodinho e aspeto de homem maduro. Está bem, pronto, afinal são só 25 dólares... Mas, como vamos ter de ir buscar esse dinheiro a algum lado, lá regressamos ao painel de distribuição do orçamento. Sai do Fundo de Vegas, pronto.

Recompensa imediata ou pensamento de longo-prazo?

Aos poucos, ganha-se experiência, o espetáculo sobe de nível - «para um amador não foi mau; se ele melhorar algumas coisas, vai passar de bom para excecional» -, e o dinheiro entra em maiores quantidades. E os pedidos do Enzo também, pois a personagem do mágico procura representar a tendência muito humana de dar especial valor àquilo que nos garante uma recompensa imediata. O desafio passa, assim, por obrigar-nos a pensar em objetivos de médio e longo prazo. E, após um show que veio a merecer quatro estrelinhas, pensámos mesmo que estávamos no rumo certo: «Como é que ele fez aquilo? Não consigo entender, por mais que puxe pela cabeça. Estou perplexa, mas super entusiasmada!»  

O relatório de cada espetáculo serve também para vermos as oscilações nos diferentes contadores. O ânimo baixou? Então será preciso reforçar o investimento nessa área, pois, como nos recorda o coelhinho, queremos manter o patrão contente. Por falar nisso, lá vem ele. Parece que se cortou num dedo a treinar um novo truque. Que desastrado... Bem, ir com ele às urgências vai custar 500 dólares. Ou será que tudo não passa de um exagero do Enzo e devemos é dizer-lhe que se deixe de mariquices e vá pôr um penso?

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Uns lembretes sobre boa orçamentação

Chegados ao décimo destino, a máquina estava oleada. Tínhamos estabilizado nas performances de quatro estrelas e cada show rendia mais de 20 mil dólares. Por isso, pusemos de lado uns 15 mil para o Fundo de Vegas, garantindo o objetivo final. Isso obrigou-nos a poupar muitíssimo na Manutenção. Resultado? A atuação do Enzo nessa noite foi absolutamente desastrosa, como pudemos constatar pela animação. Após a humilhação em palco, ele veio ter connosco nos bastidores. «Como é que pudeste ser tão financeiramente irresponsável a ponto de deixar que tudo desabasse?», perguntou, com cara de zangado. «Não podemos negligenciar coisas como a manutenção. Estás despedido.»

O quê?! Despedidos na última ronda depois de tudo o que fizemos pelo mágico? "FALHASTE!", avisa-nos em maiúsculas um novo ecrã. Como se já não o soubéssemos… Obrigadinho! Bom, pelo menos os criadores do videojogo até foram simpáticos em nos deixarem umas dicas:

Para seres bem-sucedido na orçamentação, lembra-te disto:

Poupa 20% do teu rendimento.

Vive dentro das tuas possibilidades.

Atua com flexibilidade.

Pfff. De volta à estaca zero. Lá vamos nós outra vez. É que não saímos daqui sem atingir as cinco estrelinhas e assistir à estreia do Enzo em Las Vegas.

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