Ao abrir uma conta para um filho menor, está a dar o primeiro passo para a criação de um pé de meia que pode ser utilizado quando este chegar à vida adulta. Além disso, quando abre uma conta bancária para um filho, disponibilizando um cartão pré-pago ou de débito, pode ajudá-lo a desenvolver a sua capacidade de gestão financeira.
Afinal, vai chegar uma altura em que a necessidade de atribuir uma semanada ou mesada é essencial para cobrir certas despesas do dia a dia. E se os encargos forem pagos com o saldo que existe numa conta, consegue acompanhar como o dinheiro está a ser gasto. Ao ter esta noção, fica mais fácil aconselhá-lo sobre certas decisões e estabelecer objetivos de poupança, sem que ele perca a autonomia.
Contudo, pode estar com dúvidas de como abrir uma conta para um filho. Regra geral, os documentos necessários e o próprio processo de abertura não diferem muito de banco para banco. Mas é preciso ter em conta que, atualmente, existem muitas ofertas no mercado de contas bancárias para menores. E em certas entidades vai encontrar mais vantagens do que em outras.
Para ajudar com este processo, a seguir, fique a conhecer o que precisa para abrir uma conta para um filho e o quais os produtos mais comuns no mercado.
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Abrir uma conta para um filho: Condições e documentos
Hoje em dia, o processo de abertura de uma conta bancária é mais simples do que há uns anos. Existem bancos que permitem abrir uma conta para menores online. Noutros, pode dar início à abertura pelos canais digitais, tendo de finalizar o processo presencialmente. No entanto, também pode encontrar entidades bancárias que obrigam a que abertura de conta seja realizada num balcão.
Após saber se o processo é online ou presencial, tenha em conta que terá de ser feito pelos representantes legais da criança ou do jovem. Ou seja, a abertura é feita pelos pais, mas também pode ser realizada, por exemplo, pelos avós ou os tios, se estes forem os representantes legais do menor.
Mas atenção. O titular é sempre o menor, e o pai, a mãe ou ambos os seus representantes legais até a criança/jovem completar os 18 anos. Assim que este atinja a maioridade, os representantes legais deixam de poder movimentar a conta.
Documentos para abrir uma conta para um filho
Os documentos requeridos podem variar de banco para banco. Mas, regra geral, terá de apresentar:
- O seu documento de identificação (cartão de cidadão, bilhete de identidade ou passaporte). Através deste documento, o banco recolhe a sua data de nascimento, nacionalidade, número, data de emissão e validade do documento de identificação.
- Comprovativo de morada: Em alguns bancos pode ser necessário apresentar um comprovativo da sua morada, podendo levar uma fatura da eletricidade, luz ou outro documento.
- Comprovativo de profissão: Deve levar consigo uma declaração da sua entidade patronal, comprovando que trabalha naquela empresa e o cargo que exerce.
- Documentos de identificação do menor: Pode apresentar o cartão do cidadão, boletim de nascimento ou certidão de nascimento. No caso de menores não nacionais, precisa de entregar um documento público equivalente.
Para finalizar o processo, precisa de realizar um primeiro depósito na conta bancária do seu filho. Pode fazer o primeiro depósito através de um balcão do banco ou por transferência bancária. Quanto ao valor, este varia consoante a entidade bancária. Pode encontrar contas com um valor mínimo de 25 euros, mas também existem bancos em que o valor mínimo do depósito corresponde a 100 euros.
Há contas para menores para várias finalidades e com diferentes benefícios
Antes de proceder à abertura de conta para o seu filho, é importante avaliar que tipo de produto é mais vantajoso para a sua família.
Isenção de comissões
Se fizer uma pesquisa entre as várias entidades bancárias, consegue verificar que raramente são cobradas comissões de manutenção nas contas para menores. Porém, existem exceções. E neste caso, a melhor opção passa por escolher uma conta que não tenha este tipo de encargos.
Poupança
Caso abra uma conta assim que o seu filho nasce, durante um longo período esta servirá para criar um pé de meia. Aliás, em muitos casos, as contas bancárias para menores permitem criar poupanças, embora a rendibilidade seja bastante baixa. Ainda assim, é uma forma de o dinheiro ficar a render, por menor que seja a taxa aplicada.
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Cartões pré-pagos ou de débito
A partir dos 10 anos, o seu filho começa a ter mais despesas. E se, ao longo dos anos, ensinou alguns conceitos de literacia financeira, esta é uma ótima idade para que ele comece a gerir uma semanada ou mesada.
Por isso, em alguns bancos, existe a possibilidade de ter acesso a um cartão pré-pago. Este tipo de cartão permite, normalmente, fazer pagamentos e levantamentos com um montante máximo diário (podendo definir o valor). Os carregamentos não são obrigatórios e o valor mínimo costuma ser baixo.
Já entre os 12 e os 13 anos, pode encontrar em alguns bancos contas para menores que disponibilizem cartões de débito. Neste caso, também os pagamentos e levantamentos podem ser limitados a um valor máximo diário.
No entanto, se quiser abrir uma conta para um filho que disponibilize um cartão pré-pago ou de débito, informe-se se estes têm ou não comissões associadas. Além disso, antes de entregar-lhe o cartão, deve reforçar a importância de saber gerir o dinheiro que está disponível e incentivá-lo a poupar.
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Não se precipite a abrir uma conta para um filho
Embora seja simples abrir uma conta para um filho, convém comparar as várias soluções que existem no mercado e ler bem os termos e condições que constam na Ficha de Informação Normalizada (FIN). Desta forma, vai conseguir tomar uma decisão informada e até pode encontrar uma entidade que disponibilize uma conta para menores com todos os benefícios referidos neste artigo.
Em que situações não podem ser cobradas comissões?
Segundo o Banco de Portugal, as entidades bancárias não podem cobrar comissões:
- Pela alteração de titularidade em que um dos titulares seja menor e os titulares a inserir ou a remover sejam seus representantes legais.
- Pela alteração de titularidade para remover os representantes legais do menor quando este atinja a maioridade. Neste caso, precisa de ser entregue um documento comprovativo em como o menor atingiu a maioridade quando faz o pedido de alteração de titularidade.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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