Qual o significado de poupança? Poupança ou aforro é a parcela da renda ou do património que não é gasto ou consumido no período em que é recebido e, por consequência, é guardado para ser utilizado num momento futuro.
Nos últimos anos, este tem sido um tema cada vez mais mediático. O Dia Mundial da Poupança que se celebrou a 31 de outubro é mais uma oportunidade para voltarmos a abordar a poupança e a sua importância nas nossas vidas.
O propósito da poupança
Poupar deveria ser um hábito. Em Portugal, infelizmente, ainda não é. É neste ponto que devemos começar a desenvolver os nossos esforços. Para que as pessoas percebam que têm de ter uma rotina de poupança nas suas vidas, é importante que entendam o propósito. Se todos percebermos as (enormes) vantagens que a poupança nos traz, estaremos mais predispostos a dedicar tempo a um tema que pode fazer a diferença nas nossas vidas.
O mundo é cada vez mais global e, com isso, temos acesso a uma oferta de consumo superior. Quantas vezes compramos bens que não nos fazem falta? Quantas vezes tomamos decisões de consumo que se revelam insignificantes? É por aqui que devemos centrar os nossos esforços. Para nos tornarmos mais racionais, é importante fomentarmos a educação financeira desde muito cedo. Se os jovens crescerem com noção da importância de consumirmos dentro das nossas limitações, e com a consciência de que devem deixar de lado uma parte do que auferem, irão ter um maior controlo sobre o seu futuro. O lema de uma possível campanha para sensibilizar os jovens já foi criado por Warren Buffett, um dos maiores investidores de sempre, que refere o seguinte: “Não poupe o que sobra depois de gastar, gaste o que sobra depois de poupar!”
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As vantagens da poupança
Depois de percebermos o propósito da poupança, devemos mostrar aos mais jovens a forma como esta atitude nos pode trazer benefícios no futuro. Assim, a poupança pode ser encarada de diferentes formas. Numa primeira análise podemos utilizá-la como o nosso fundo de emergência, estando sempre disponível para alguma situação urgente em que possamos precisar de dinheiro. Saber que temos uma “rede de salvação” dá-nos uma enorme liberdade e estabilidade, e isso pode fazer-se sentir no nosso dia-a-dia. Este pequeno pormenor pode ser a diferença entre estarmos tranquilos relativamente às nossas decisões de investimento, podendo escolher o que queremos comprar com relativa tranquilidade, ou estarmos constantemente pressionados para encaixar as nossas opções no plafond que temos disponível a cada momento.
Noutro plano, a poupança pode ser utilizada para ajudar a alcançar um objetivo pessoal que pode trazer alegria e satisfação às nossas vidas. Poupar com o objetivo de fazer uma viagem de sonho, comprar um carro, ou investir na nossa educação, são exemplos de formas como podemos potenciar as nossas poupanças. Tanto o fundo de emergência como a concretização de um sonho através das poupanças têm um prazo e objetivo bem definidos. Contudo, também podemos olhar para a poupança numa ótica mais alargada. Assim, a poupança pode e deve ser analisada como uma forma de preparar a reforma e de permitir ter um maior controlo sobre o momento em que tal passo deva ser dado. É verdade que, em Portugal, os salários são mais baixos quando comparados com a maior parte dos países europeus. Também é verdade que, por norma, não temos o hábito de nos preocuparmos muito em poupar desde uma idade mais jovem. É neste ponto que podemos fazer a diferença. Se começarmos a poupar no início da carreira profissional ou se tivermos esse objetivo desde uma idade precoce, iremos ter um maior controlo sobre a nossa vida, seja numa situação de emergência, na realização de um sonho ou na tranquilidade de poder ter uma reforma com maior qualidade de vida.
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Qual o caminho que devemos dar à poupança
A partir do momento em que percebemos o propósito e as vantagens da poupança, devemos passar ao passo seguinte que consiste em encontrar o caminho para potenciarmos aquilo que nos custa tanto a poupar. Não existe uma receita concreta para cada um de nós potenciar as nossas poupanças. O caminho que cada um deve seguir tem de ser influenciado pelo conhecimento que cada um tem das opções que existem no mercado e do conforto que essas opções nos providenciam. É importante referir que o conhecimento está à disposição de todos. A diferença está entre querer dedicar, ou não, algum tempo ao tema. Também é importante perceber que não existem formulas mágicas e que o tempo é um aliado de peso. O que é que isto significa? Para conseguirmos potenciar as poupanças através de investimentos, quanto maior for o nosso horizonte temporal, melhores poderão ser as nossas decisões de investimento. No limite, antes de começar a tomar opções de investimento, será importante definir os pressupostos que pretendemos que sejam alcançados, tais como: podemos precisar das poupanças a qualquer momento? Se sim, devemos investir em ativos que sejam líquidos, ou seja, que se transformem rapidamente em liquidez; pretendemos investir para o longo prazo? Se sim, podemos tentar encontrar soluções que possam valorizar o nosso investimento e, em simultâneo, que possam ser potenciadas pela via fiscal (como, por exemplo, os PPR). Quanto melhor definirmos o que pretendemos das nossas poupanças, mais claro ficará o caminho que devemos seguir.
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Apaixonado pelo desporto e economia, foi jogador profissional de Futebol, tendo atuado em clubes como S.L. Benfica, Estoril, entre outros. Conciliou a carreira desportiva com a académica, terminando a licenciatura em Economia pela Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (NOVA SBE). Continua ligado às suas duas paixões profissionais, desempenhando a função de Financial Advisor e colaborando como analista desportivo na CNN Portugal. Foi comentador residente no programa Jogo Económico do JE e Presidente do Conselho Fiscal da Federação Portuguesa de Footgolf. (FPFG). Participa com regularidade em eventos sobre Literacia Financeira.
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