Dezembro é um mês em que ficamos mais “ricos”. Tal como nas férias, recebemos mais ou menos o dobro do salário. Já sabe o que vai fazer com esse dinheiro?
Pode usar esse dinheiro como muito bem entender, mas este é um momento ideal para pensar estrategicamente e colocar em prática decisões financeiras inteligentes que o possam ajudar no presente e, sobretudo, no futuro.
Crie uma poupança de curto prazo
Antes de começar a pensar em investimentos ou em grandes planos para o futuro, é essencial construir uma base sólida - uma rede de segurança. Comece por garantir um fundo de emergência que cubra pelo menos seis meses a doze meses das suas despesas mensais.
Este fundo é absolutamente essencial para enfrentar imprevistos, como avarias, acidentes, problemas de saúde ou perdas de rendimento. Guarde esse dinheiro em depósitos a prazo com uma taxa de juro acima de 2,5%, em Certificados de Aforro, em contas remuneradas ou investimentos em seguradoras com capital garantido.
O critério é que o dinheiro tenha liquidez, ou seja, pode levantá-lo de um dia para o outro sem nenhuma penalização.
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Faça uma poupança de longo prazo
Depois de garantir a sua segurança financeira imediata, pense no longo prazo. Aqui, entram soluções como os Planos Poupança Reforma (PPR), que permitem acumular capital para a reforma com benefícios fiscais muito interessantes (no IRS e depois quando resgatar). Para muitos, os seguros PPR são uma escolha simples e estável, enquanto os fundos PPR oferecem maior potencial de rentabilidade, embora com maior risco.
O subsídio de Natal pode ser o ponto de partida para esta poupança, permitindo que comece a acumular património sem comprometer o seu orçamento mensal.
Invista e crie património
Investir não é apenas para os especialistas da bolsa; é para todos. Em Portugal, infelizmente, estamos muito atrasados em relação a outros países. Com o subsídio de Natal, pode dar os primeiros passos para criar património. Pense nestas alternativas:
- ETF (Exchange Traded Funds): Ideais para quem procura diversificação e custos baixos. São uma excelente opção para começar a investir de forma consistente.
- Fundos de Investimento: Para quem prefere uma gestão profissional, os fundos de investimento permitem aceder a mercados globais com diferentes níveis de risco.
- Ações ou outros ativos: Para investidores mais experientes, o mercado de ações oferece oportunidades de alto rendimento a longo prazo, embora com maior volatilidade.
Independentemente da escolha, o mais importante é informar-se e optar por instrumentos com os quais se sinta confortável. Se necessário, procure aconselhamento profissional, como corretoras ou bancos de investimento (tem os mais acessíveis como o Activobank, o BIG e o Best, entre outros).
Pense na próxima geração
Usar o subsídio de Natal para assegurar o futuro dos seus filhos é uma decisão que também pode (e deve) considerar. Pode começar a criar um fundo para os estudos deles ou investir em nome deles em produtos como PPR, ETF ou fundos a longo prazo. Pequenos reforços mensais ou anuais podem transformar-se em valores significativos graças ao poder dos juros compostos.
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Evite gastos desnecessários
Embora seja tentador gastar o subsídio em presentes, refeições ou viagens, é essencial pensar no futuro.
Divida o montante: uma parte para despesas normais da época e outra para poupança e investimento. Esta abordagem equilibrada garante que desfruta do presente sem comprometer o futuro.
O subsídio de Natal não deve ser visto como um extra para gastar sem reflexão, como se fosse uma “prenda”. Não! Faz parte do seu salário.
Use-o como uma oportunidade para reforçar a sua segurança financeira, iniciar ou acelerar os seus investimentos e proteger o futuro da sua família.
Comece este dezembro com um plano. A disciplina de hoje será a sua tranquilidade de amanhã. Afinal, um dos melhores presentes que pode dar a si e à sua família é a segurança financeira. Evita muita ansiedade desnecessária.
Pedro Andersson nasceu em 1973 e apaixonou-se pelo jornalismo ainda adolescente, na Rádio Clube da Covilhã. Licenciou-se em Comunicação Social, na Universidade da Beira Interior, e começou a carreira profissional na TSF. Em 2000, foi convidado para ser um dos jornalistas fundadores da SIC Notícias. Atualmente, continua na SIC, como jornalista coordenador, e é responsável desde 2011 pela rubrica "Contas-Poupança", dedicada às finanças pessoais. Tenta levar a realidade do dia a dia para as reportagens que realiza.
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