As doenças oncológicas vêm acompanhadas de despesas avultadas e de perda de qualidade de vida. Com um seguro de doenças graves, o impacto pode, no entanto, ser minimizado. Mas será que a cobertura é suficiente? Entenda, neste artigo, como funciona a cobertura de doenças oncológicas nos seguros para doenças graves. Das exclusões aos países em que as despesas ficam cobertas, há muito para saber.
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O seguro para doenças graves cobre que tipo de cancros?
A cobertura de cancros pode variar entre seguradoras. Ainda assim, é comum encontrar apólices que cobrem:
- Cancro invasivo da mama;
- Cancro do útero;
- Cancro do intestino;
- Cancro do pulmão;
- Cancro da próstata.
Que cancros estão excluídos?
Regra geral, o seguro para doenças graves não cobre os tumores localizados e que não corram risco de progressão. Também ficam de fora todos os cancros da pele que não sejam melanomas, os tumores que correspondam apenas a uma suspeição de cancro e os que estão associados a síndromes hereditários. Na lista de coberturas excluídas, é comum encontrar:
- Cancro não invasivo da mama;
- Miomas do útero;
- Lesões de endometriose;
- Pólipos colorretais;
- Metástases pulmonares.
Se já tiver cancro, posso fazer o seguro na mesma?
Sim, as seguradoras geralmente aceitam doentes oncológicos. Contudo, o cancro é considerado uma condição preexistente ao contrato, o que significa que os tratamentos relacionados com essa doença não estão cobertos pelo seguro.
O seguro pode servir para cobrir outras condições que possam surgir no futuro, como doenças cardíacas, AVC ou outras patologias graves.
Fique atento aos períodos de carência: muitas seguradoras só cobrem doenças oncológicas após um período de espera de aproximadamente seis meses após a contratação do seguro. Caso o tomador do seguro seja diagnosticado com cancro antes desse prazo, não estará protegido.
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Como funcionam as coberturas?
Quando subscreve um seguro para doenças graves com cobertura oncológica, escolhe também:
- O valor do capital seguro;
- A percentagem desse capital que a seguradora entrega, caso acione o seguro.
Em situação de diagnóstico de cancro previsto na apólice, a seguradora transfere-lhe a percentagem acordada. Com esse dinheiro na sua posse, pode cobrir as despesas de medicamentos e de tratamentos, bem como os gastos do dia a dia. Além disso, e dependendo das coberturas complementares que contratou, pode ter acesso a:
- Rede de especialistas;
- Acompanhamento por enfermeiros;
- Consultas de psicologia e de nutrição;
- Segunda opinião médica internacional;
- Serviços de estética em casa;
- Adaptação da casa à doença;
- Terapias alternativas (homeopatia, osteopatia, acupuntura).
A apólice pode também prever cuidados continuados e paliativos, bem como acompanhamento pós-cirúrgico. Em todos os casos, verifique sempre se a cobertura é válida em Portugal ou apenas no estrangeiro. Por vezes, as seguradoras apenas cobrem o acesso a tratamentos, medicação e especialistas fora do país.
Como ativar o seguro para doenças graves?
Quando o tomador do seguro é diagnosticado com cancro, deve contactar a seguradora e indicar que deseja acionar o seguro. Para avançar com o pedido, a companhia de seguros pode exigir os seguintes documentos:
- Comprovativo da titularidade de IBAN;
- Comprovativo de morada;
- Relatório médico, confirmado por um especialista, onde fique claro o diagnóstico de cancro. O documento deve indicar a data da primeira consulta e a data do diagnóstico final.
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Vale a pena ter um seguro para doenças graves com cobertura de doenças oncológicas?
A cobertura de doenças oncológicas no seguro para doenças graves não é das mais abrangentes do mercado. As apólices de doenças graves colocam a cobertura do cancro lado a lado com os acidentes vasculares cerebrais (AVC), os enfartes do miocárdio e outras patologias, como a demência e o Parkinson. Para qualquer uma destas situações, o capital previsto pode rondar os 10.000 euros e os 200.000 euros.
Contudo, os tratamentos do cancro tendem a ser muito dispendiosos e prolongados. Assim, o capital seguro pode não ser suficiente para cobrir todas as necessidades da doença.
Para enfrentar este cenário, as seguradoras criaram plafonds especiais que cobrem doenças oncológicas. Encontra reforços de um milhão de euros para hospitalização por cancro e reforços até cinco mil euros para ambulatório (consultas, exames e análises). Dependendo da seguradora, pode juntar estes reforços ao seu seguro para doenças graves, seguro de saúde ou seguro de vida.
Conclusão
Se o seu seguro para doenças graves tiver uma baixa cobertura oncológica, pode compensar contratar um reforço de capital para casos de cancro. Ou, em alternativa, subscrever um seguro oncológico. Estas opções garantem-lhe um capital mais elevado, além de oferecerem coberturas específicas, como:
- Tratamentos de quimioterapia e radioterapia;
- Testes genómicos;
- Próteses mamárias e cabeleiras.
Avalie as suas necessidades. Defina quanto está disposto a pagar por uma proteção mais completa e faça simulações. Só assim poderá encontrar a melhor opção para si.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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