Mais do que aprender a poupar, aprender a investir e saber como fazer as poupanças crescer é algo que nos permite viver a vida de forma mais tranquila. No entanto, hoje em dia, a maioria dos produtos financeiros de poupança oferece um juro muito baixo, que pouco impacto tem no valor final da poupança. Isto tem vindo a afastar os portugueses dos produtos de poupança oferecidos pela banca.
Segundo os dados divulgados pelo Banco de Portugal, no início do ano, um depósito em Portugal rende, em média, 0,15%. As baixas taxas de juro têm vindo a desencorajar os portugueses de constituir depósitos ou contas poupança. A falta de confiança na banca portuguesa também tem vindo a contribuir para recuperar um fenómeno que não é novo: guardar dinheiro em casa. Quantas vezes não ouvimos a expressão “guardar o dinheiro debaixo do colchão” ou vimos os nossos avós ir às gavetas lá de casa buscar as suas poupanças?
Num inquérito feito em 2016, concluiu-se que 1 em cada 10 portugueses guarda o dinheiro das poupanças em casa. Mas será esta a estratégia mais adequada para fazer face ao baixo juro dos depósitos a prazo e das contas poupança?
Guardar o dinheiro em casa é um risco
Achamos sempre que os azares tocam a outros. No entanto, o roubo a residências é um dos crimes mais comuns em Portugal. Por isso, guardar as poupanças em casa não é uma escolha acertada. Não falamos, obviamente, dos pequenos mealheiros que faça (para ir de férias, para comprar uma máquina de lavar loiça nova ou para ir assistir àquele concerto). Também não nos referimos ao fundo de maneio mensal: o dinheiro que reserva para fazer face às despesas.
Quando dizemos que guardar dinheiro em casa é um risco, estamos a falar de guardar os montantes resultantes da sua poupança. Guardar aquele dinheiro que juntou ao longo de meses em casa, seja debaixo do colchão ou num cofre próprio, não lhe traz vantagem alguma, quer pelo risco de roubo ou pelo risco de desvalorização. Ao guardar o dinheiro em casa, está a diminuir o seu poder de compra.
Para além de tudo isto, ter depósitos ou contas poupança pode servir de garantia, se pretender comprar uma casa com recurso ao crédito à habitação. Se o seu dinheiro estiver todo guardado em casa, o banco nunca saberá qual o valor das suas poupanças. Pelo contrário, se o tiver investido em qualquer produto financeiro (especialmente os de baixo risco), está a dar uma garantia ao banco de que é capaz de continuar a pagar as prestações, mesmo em situações de desemprego ou baixa por doença. Na prática, o que é que isto significa? Juros mais baixos e melhores condições de acesso a crédito.
Vale a pena colocar o dinheiro em depósitos a prazo?
Os depósitos a prazo, embora não apresentem um grande retorno financeiro, são alternativas seguras para a poupança. Não têm risco associado e, dependendo da tipologia, podem permitir a amortização antecipada. Alguns depósitos têm ainda a opção de reforço pontual, o que quer dizer que, à medida que for poupando, pode incrementar o depósito.
A grande vantagem dos depósitos a prazo é a flexibilidade que estes oferecem. Estes produtos financeiros são geralmente de curto prazo (entre 3 a 48 meses, habitualmente). Assim, quando o prazo do depósito estiver a chegar ao fim, pode consultar as taxas e escolher um depósito com melhores condições.
E as contas poupança? São uma alternativa?
As contas poupança têm juro muito similares às dos depósitos a prazo e também permitem reforços regulares. No que diz respeito à amortização antecipada do dinheiro, as condições dependem de banco para banco: alguns permitem a amortização, com perda dos juros, outros não permitem que o cliente movimente o dinheiro até ao final do prazo da conta (exceto, obviamente, situações muito específicas).
Nas contas poupança, o juro mantém-se sempre o mesmo. Isto pode ser uma vantagem ou uma desvantagem, dependendo se as taxas aumentam ou baixam. As contas poupança devem ser pensadas como alternativas de poupança a longo prazo para quem não pretende arriscar: o dinheiro está seguro e rende juros, desde que não conte precisar dele num futuro próximo.
Que outras alternativas existem?
Voltamos à afirmação com que iniciámos o artigo: não compensa guardar o dinheiro debaixo do colchão. A maioria das entidades financeiras tem estrutura para acompanhar os diferentes momentos de crise sem prejudicar os seus clientes. Claro está que, dependendo do tipo de risco do seu investimento, o seu dinheiro pode estar mais ou menos vulnerável, especialmente em investimentos cujo retorno depende dos resultados do mercado.
Opções de investimento com menor risco oferecem menor rentabilidade. É o investidor que deve fazer uma análise do seu perfil e avaliar se, na totalidade das suas poupanças, existe uma parte a que possa submeter a um maior risco.
Dentro das opções de baixo risco, existem várias opções:
Se pretende avançar para um produto financeiro com maior retorno (e, igualmente, maior risco), pondere entre uma das seguintes soluções:
- Obrigações
- Ações
- Fundos
Salientamos a importância de diversificar a carteira de investimentos: nunca deverá colocar todas as suas poupanças num só produto financeiro, sob pena de sofrer perdas de capital (especialmente nos produtos com risco elevado). Para dar frutos, uma estratégia de investimento deve ser diversificada e incorporar opções de risco baixo, médio e elevado.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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7 comentários em “Onde guardar as minhas poupanças?”