Está na casa dos 30 e já pode ter pensado em comprar uma habitação, um carro novo, entre outros desejos.
A sua vida é sobretudo feita de escolhas: umas que lhe põem dinheiro na carteira, outras que lhe tiram. Nem sempre é possível evitar situações inesperadas que forçosamente lhe custam dinheiro. No entanto, existem outras que poderá ceder à tentação, de forma a não comprometer a sua estabilidade financeira e, em muitos casos, pessoal.
Eis seis escolhas que deverá evitar se está na casa dos 30.
Evitar comprar um carro acima das suas possibilidades
É verdade que é bastante fácil ser tentado a comprar um carro novo, especialmente quando já está “farto” do seu bólide atual. Carros recentes têm mais tecnologia, maior assistência à condução, mais segurança, entre outros benefícios. No entanto, comprar um carro novo com 0 km é das piores decisões financeiras que alguma vez pode fazer na vida.
Se tem como objetivo a sua independência financeira, comprar um carro novo será adicionar mais uma barreira para atingir essa meta. O valor comercial de um carro tem uma queda bastante acentuada nos primeiros anos. Se tal for mesmo necessário para o seu dia a dia, aproveite a depreciação e compre um carro semi novo dentro das suas possibilidades.
O preço do mesmo será muito mais em conta, a experiência de condução será a mesma e a carteira com certeza agradece.
Ler mais: Comprar carro usado: o que deve ter em conta?
Evitar gastar demasiado ao sair fora
Apesar de ser fácil identificar rapidamente que as prestações da casa e do carro são as que consomem a maior fatia do rendimento mensal, se fizer uma pequena análise das suas despesas irá com certeza chegar à conclusão que as pequenas saídas fora podem ter um efeito enorme no seu orçamento.
Como estudante, com certeza que os locais preferidos para jantar serão escolhas mais conservadoras, nomeadamente fast-food. No entanto, à medida que o poder de compra aumenta devido ao início da carreira profissional, geralmente a fasquia aumenta, mas não quer dizer necessariamente que se tenha ou o deva fazer.
É perfeitamente natural jantar fora e ter bons momentos de convívio entre amigos e família, mas deve estipular um orçamento também para isso, de forma a manter o controlo sobre os gastos. Considere o velho hábito de alocar uma certa quantia para jantar fora num envelope e não sair mais durante esse mês depois desse dinheiro esgotar.
Evitar ter demasiados créditos
Existem bons e maus créditos, mas ter muitos não é propriamente uma boa abordagem. O stress que estará a pôr em si próprio, além do peso do número de encargos que terá numa situação de desemprego pode levá-lo a uma asfixia financeira. Além de se estar a afastar do objetivo da sua independência financeira, estará a colocar-se numa situação bastante complicada de resolver.
Comece pelo básico: nunca compre aquilo que não consegue pagar ou que terá dificuldade em pagar. Priorize aquilo que realmente necessita e não ceda à publicidade agressiva a que está sujeito diariamente.
Se estiver numa situação em que tem demasiados créditos, então a sua prioridade de poupança deverá ser para amortizá-los o quanto antes.
Evitar comprar uma habitação acima das suas possibilidades
Comprar uma casa com boas perspetivas de valorização pode ser um bom investimento. No entanto, não se pode esquecer dos custos e principalmente da dificuldade em mantê-la durante 30 anos. Cenários de aumentos de taxas de juro e spreads, desemprego, problemas de saúde, entre outros.
Quando decide comprar uma casa acima das suas possibilidades não deve utilizar grande parte das suas poupanças para o fazer. Tem de ser preparar financeiramente para essa compra. Existe uma grande possibilidade de não ter dinheiro para futuras emergências, para investir, ou até mesmo para cobrir uma situação de pequeno lazer. Além disso, o stress que estará a colocar em si próprio pode afetá-lo imenso na sua vida pessoal, familiar e profissional.
Como alternativa, pode sempre optar por "estar de olho" em casas nas redondezas por um preço modesto, esperar por momentos económicos menos favoráveis para usufruir da descida de preços das habitações, ou comprar precisamente as habitações daqueles que cometeram o erro de comprar uma acima das suas possibilidades.
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Não exagerar nos hábitos dispendiosos com a sua cara metade
Pode parecer irónico, mas talvez se gaste mais quando são dois.
Mesmo que seja extremamente poupado e cuidadoso na forma como gere o seu dinheiro, se a sua cara tiver hábitos dispendiosos, muito provavelmente irá ceder várias vezes e a sua poupança irá diminuir significativamente.
Se tal for o caso, é uma boa oportunidade para refletirem se os gastos adicionais compensam ou não a longo prazo e se fazem sentido.
É bastante tentador gastar o seu dinheiro em presentes ou viagens a locais paradisíacos, entre outras situações. Não se esqueça que ao ceder a todos os desejos da sua cara metade, estará a convencê-la indiretamente de que esse é o seu estilo de vida natural. Isto pode causar conflitos no relacionamento, caso os dois não conversem entre si e não fique claro quais são os estilos de vida de cada um.
A comunicação é essencial nestas situações, de forma a adaptarem os seus estilos de vida e não ser uma experiência desagradável para nenhuma das partes.
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Não investir
Por último, a ausência de investimentos é um ponto que deverá chamá-lo à atenção quando se trata de atingir a sua independência financeira. Mais do que ganhar e poupar dinheiro, deverá sempre pensar como rentabilizá-lo de forma a não ter que trabalhar ativamente por cada cêntimo que aufere. Isto irá dar-lhe a possibilidade de rentabilizar o seu tempo e dinheiro de uma forma passiva.
Contudo, não se esqueça que antes de tudo deverá identificar o seu perfil de investidor para saber a sua tolerância ao risco. Nem todos os investimentos são adequados para toda a gente, por isso recomenda-se que faça a sua pesquisa.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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