Vida e família

Alojamento para estudantes: qual a melhor opção e a mais barata?

A ida para a universidade tem vários custos associados, principalmente se o seu filho tiver que mudar de cidade. Qual será a melhor opção e a mais barata?

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Alojamento para estudantes: qual a melhor opção e a mais barata?

A ida para a universidade tem vários custos associados, principalmente se o seu filho tiver que mudar de cidade. Qual será a melhor opção e a mais barata?

A 1.ª fase da candidatura ao concurso nacional de acesso ao ensino superior já arrancou no passado dia 7 de agosto. E embora sejam várias as universidades de norte a sul do país, nem sempre é possível permanecer na área de residência, seja porque não existe o curso pretendido, porque o estudante não teve a média necessária para a faculdade da sua área de residência, ou porque preferiu ir para outra faculdade. Por isso, muitas vezes, é necessário verificar opções longe de casa e fazer contas para perceber os custos que acarreta viver fora e qual o seu impacto no orçamento familiar.  

São vários os fatores que deve avaliar para conseguir chegar à média de valores que o seu filho vai gastar. Sendo uma das maiores fatias dos gastos mensais o arrendamento do alojamento. No entanto, vai sempre depender da cidade que se vai fixar e se vai optar por arrendar um quarto, um apartamento ou ir para uma residência universitária, por exemplo. Por isso, escolher bem o alojamento é fundamental.  

Segundo os dados agregados pela plataforma "Observatório do Alojamento Estudantil”, à data de 01/07/2020, desde outubro de 2019, o preço médio dos quartos desceu 8,3% em Lisboa (de 382 euros para 350 euros), desceu 9,4% no Porto (de 306 euros para 277 euros) e desceu 24,6% em Braga (de 296 euros para 223 euros). 

Avaliemos as várias opções disponíveis no mercado: 

Residência universitária (pública e privada)  

Grupo de estudantes universitários reunidos numa sala

Existem dois tipos de residências universitárias: as públicas e as privadas.  

As residências universitárias públicas, pertencentes ao Estado, mas geridas pelas instituições de ensino, representam a opção mais económica, mas também a mais difícil de conseguir, uma vez que nem todos os estudantes têm acesso.  

Em primeiro lugar é necessário fazer uma candidatura. E, para novos estudantes, o processo só abre depois do período de inscrições e matrículas. As vagas são limitadas, uma vez que grande parte das camas já estão ocupadas com alunos dos anos anteriores. A maioria das residências universitárias acabam por só conseguir receber bolseiros ou estudantes de intercâmbio internacional. Por exemplo, na Universidade Nova de Lisboa um bolseiro paga 76,26€, enquanto um estudante sem bolsa paga 212€ por um quarto partilhado.  

Caso o seu filho reúna as condições para pedir uma bolsa de estudo, trate de ambas as candidaturas, bolsa e residência universitária, no início do ano letivo. Lembre-se que, para obter bolsa, o rendimento anual per capita do agregado familiar deve ser igual ou inferior a 16 vezes o Indexante de Apoios Sociais (IAS), com o valor de 438,81 euros (em 2020), acrescido da propina anual a pagar. 

Já as residências universitárias privadas, apesar de não serem tão em conta quanto as públicas, acabam por ter um custo mais baixo do que arrendar um apartamento.  

Por norma, o valor da renda numa residência, inclui: água, luz, internet, gás, serviços de limpeza e utilização dos espaços comuns. Em alguns casos também existem serviços de lavandaria que podem ser utilizados pelos estudantes gratuitamente ou por um valor em conta.  

Os quartos disponíveis nas residências são, na generalidade, partilhados por dois ou três estudantes. Ainda assim, existem residências que têm como oferta quartos individuais, mas por um preço mais elevado.  

Arrendamento de quarto 

Arrendar um quarto em casa de terceiros, não é igual a arrendar uma casa. Por norma, esta opção fica mais em conta, uma vez que, os custos com água, eletricidade e internet estão incluídos no valor final.  

Para além dos custos, é importante que se informe se o quarto está mobilado e se o seu filho vai poder fazer uso das restantes áreas da casa, principalmente da cozinha.

Quanto a valores, por exemplo, no Porto, o preço de um quarto pode rondar os 300 euros, enquanto em Lisboa, podemos estar a falar de 400 euros por quarto. 

Relativamente à legalidade deste tipo de arrendamento, não se preocupe... A legislação portuguesa contempla o facto de se poder arrendar apenas uma parte do imóvel, neste caso um quarto.  

Leia ainda: Coronavírus: denúncia de contrato de arrendamento para estudantes

Arrendamento de apartamento completo 

Duas raparigas em casa a trabalhar com o computador

No caso dos apartamentos existe sempre a opção de o seu filho viver sozinho ou de dividir a casa com colegas e amigos. No caso de optar por dividir, os custos vão sair, mais ou menos, semelhantes à opção de arrendar um quarto em casa de terceiros. Contudo, neste caso, deve ter uma atenção extra às despesas mensais, como a água e a eletricidade, uma vez que não vai ser um valor fixo e que vai variando consoante o consumo dos ocupantes.  

Outra despesa extra que pode encontrar é a mobília, no caso de o imóvel não se encontrar mobilado, e ainda o pagamento dos meses de caução, que será no mínimo um mês.  

O valor de uma casa mobilada, por norma, é superior a uma casa sem mobílias. No entanto, deve primeiro fazer contas e perceber qual a melhor opção para o seu caso.  

Se arrendar a casa sozinho e mais tarde pretender arrendar um quarto a um amigo, não se esqueça que tem que contar com a autorização expressa do proprietário do imóvel. Isto porque subarrendar a casa sem permissão é motivo para rescisão do contrato

República Estudantil  

As repúblicas tratam-se de casas geridas pelos próprios estudantes, que são responsáveis por todas as decisões e gestão do espaço, e onde a tradição académica tem muito peso. 

Esta é uma das opções mais económicas, uma vez que é uma casa partilhada por vários estudantes.

Comprar casa  

Com o alto valor praticado nos arrendamentos de quartos e casas, comprar casa pode ser uma opção para alguns casos. No entanto, a compra de uma casa implica um investimento inicial avultado e tem uma série de encargos associados - escritura, impostos e os encargos com o banco, caso se recorra ao crédito habitação. No caso de um arrendamento só se paga a renda, não há um peso inicial elevado.   

Por outro lado, a compra pode ser um negócio mais vantajoso do que o arrendamento, uma vez que o valor que vai dar por um quarto pode ser igual ou superior à prestação mensal do crédito do imóvel. Se optar por comprar uma casa com uma tipologia superior a um T1, pode ainda arrendar os restantes quartos, conseguindo assim "dividir" encargos.   

Se no final de contas o seu filho não permanecer no imóvel mais tempo do que a duração da sua formação, pode sempre optar por continuar a rentabilizá-lo através do arrendamento ou até mesmo vendê-lo. 

A compra de uma casa deve ser encarada com seriedade e responsabilidade, por isso, aconselhamos que investigue o mercado e faça contas... só após analisar todas as vantagens e desvantagens é que deve tomar a decisão final.  

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E como posso saber qual é a melhor opção? 

O primeiro passo é avaliar qual o orçamento que tem disponível para fazer frente a esta despesa. Não comprometa a sua carteira.... Estabeleça um limite e não o ultrapasse. 

Investigue as ofertas disponíveis nas plataformas online como a EasyQuarto, a Idealista, a Imovirtual, a BQuarto, a Casa SAPO ou a Uniplaces.  

É importante salientar que a localização vai ter influência no preço que vai ser cobrado. Quanto mais próximo da universidade ou do centro da cidade, mais elevado será o preço do imóvel, mesmo que se trate da mesma cidade.  

Por outro lado, se o alojamento ficar mais afastado, é possível que o seu filho precise de transporte. Portanto, é importante que faça as contas com essa despesa e que verifique as acessibilidades e periodicidades desses mesmos transportes públicos.  

Só no fim de contas vai perceber o que compensa mais, tanto para a sua carteira, como para a qualidade de vida do seu filho. 

Recordamos ainda que, desde 1 de janeiro de 2019, os estudantes podem deduzir 40% das suas despesas de educação no IRS, com um limite máximo de 1.000 euros, o que inclui o arrendamento de quartos. 

Leia ainda: O guia de poupança para estudantes universitários

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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