A Alfredo desenvolveu uma plataforma digital que fornece dados de análise do mercado imobiliário, recorrendo à inteligência artificial. Através da plataforma desenvolvida por esta fintech, que é também uma proptech, é possível avaliar imóveis de forma automatizada, permitindo que bancos, investidores e agentes usem a informação. A Alfredo conta com mais de quatro mil utilizadores da sua plataforma e no seu portefólio conta com a construção do Observatório do Alojamento Estudantil, feito em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
A Alfredo é uma das empresas que consta no top 30 do Portugal Fintech Report 2020. A propósito da divulgação deste relatório, o Doutor Finanças colocou questões a alguns líderes de fintechs em Portugal. Gonçalo Abreu é CEO da Alfredo e foi quem respondeu ao desafio.
Quais são os principais desafios de uma fintech em Portugal?
A Alfredo, para além de uma fintech, também se enquadra no mundo das proptech (Property technology). Os nossos desafios são dois: tecnologia e desenvolvimento de negócio.
Tecnologia: A nossa proposta de valor é automação para o sector imobiliário. No início do projecto procuramos aproximarmos das necessidades dos stakeholders do mercado imobiliário e desenvolver soluções tecnológicas no estado de arte. Deste processo surgiu o estudo de mercado residencial potenciado por inteligência artificial. Atualmente em Portugal, são feitos mais de 1000+ estudos de mercado residenciais, diários, por agentes imobiliários, consultores e avaliadores utilizando a plataforma https://www.alfredo.pt/. O nosso desafio é tecnológico, i.e., desenvolver tecnologia que permita aos stakeholders do mercado imobiliário, pouparem tempo e dinheiro.
Desenvolvimento de negócio: A Alfredo, para além de trabalhar com o sector da mediação e avaliação imobiliária, também trabalha com fundos e instituições financeiras. Em Portugal, por vezes é complicado começar estes processos com estas instituições. Felizmente, a Alfredo encontrou um conjunto de parceiros que procura as vantagem que a automação traz aos seus negócios e à sociedade. Um dos exemplos dos quais nos orgulhamos é o Observatório do Alojamento Estudantil, feito em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (https://student.alfredo.pt/).
Que impacto estimam que a pandemia possa ter no universo das Fintechs?
A pandemia veio acelerar o percurso positivo das startups na área fintech. Devido aos constrangimentos de mobilidade impostos, o setor da mediação imobiliária procurou inovar-se. A Alfredo ofereceu aos seus parceiros uma solução tecnológica: um serviço personalizado de websites customizados que permite aos agentes imobiliários e às suas agências terem a sua própria página para interagirem com potenciais novos clientes, produzindo estudos de mercado utilizando inteligência artificial e redirecionando os mesmos para os consultores. Um exemplo destes parceiros é a IAD Portugal, https://www.iadportugal.pt/estimativa-valor.
A regulamentação é desajustada em Portugal? O que consideram ser necessário nesta área?
A Alfredo teve a oportunidade de participar na iniciativa do Portugal Finlab onde teve contactos com as autoridades financeiras Portuguesas. Neste programa tivemos a oportunidade de fazer um conjunto de perguntas sobre as regulamentação Portuguesa à CMVM e ao Banco de Portugal. O programa foi bastante útil e todas as entidades mostraram-se bastante abertas nas respostas e quais os trâmites em que podiamos operar. O feedback foi extremamente positivo, especialmente no que toca às estimativas de valor dos imóveis produzidas para o nosso estudo de mercado residencial.
Para além do Portugal Finlab, em Portugal, já existem várias iniciativas que pretendem ajudar os empreendedores que querem seguir o percurso das fintech. Uma dessas iniciativas foi a resolução do Conselho de Ministros nº 29/200 que estabelece os princípios gerais para a criação e regulamentação das Zonas Livre Tecnológicas visando a construção de uma sandbox regulatória para as startups da área de Fintech.
É mais difícil ser uma fintech em Portugal do que noutros países, nomeadamente europeus?
O mercado Português é pequeno quando comparado com outros mercados Europeus mais maduros. No entanto, o acesso a esses outros mercados passa pela estratégia de expansão de cada uma das startups. Em relação à maturidade da regulamentação pensamos que o mercado Americano oferece mais vantagens a startups de tecnologias de informação do que o Europeu.
3 conselhos para quem está a pensar em lançar uma fintech
Cada experiência individual e colectiva na criação de uma startup é única, i.e., a experiência da Alfredo será diferente da de outras startups. Os principais desafios para alguém que pensa lançar uma fintech, são iguais aos de lançar qualquer outra startup ou negócio. Ou seja, fazer um bom produto, encontrar um parceiro que ajude no seu desenvolvimento e se torne no primeiro cliente, ter uma equipa de sólida e totalmente dedicada ao projeto, são boas bases para uma receita de sucesso.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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2 comentários em “Gonçalo Abreu, da Alfredo: Um bom produto, um parceiro e uma equipa sólida são bases para o sucesso”