O mercado de trabalho é cada vez mais exigente, as entidades empregadoras procuram profissionais cada vez mais qualificados e com um curso superior no seu currículo.
Como forma de conseguir marcar uma posição no mercado de trabalho nos dias de hoje, os jovens portugueses têm apostado em melhorar o seu grau académico e competências, por forma a tornar atrativo o seu currículo para os empregadores.
Enveredar pela continuação dos estudos no Ensino Superior tem sido cada vez mais uma opção para milhares de jovens portugueses, e o número tem crescido ano após ano. De acordo com dados divulgados pela Direção-geral do Ensino Superior (DGES), neste ano letivo foram colocados cerca de 53 mil novos estudantes através do Concurso Nacional de Acesso (CNA) 2020/21.
Depois de todo o processo de candidatura e de ser aceite no Ensino Superior, chega uma nova fase, a de fazer contas.
Neste artigo damos a conhecer algumas das despesas associadas, direta ou indiretamente, à frequência num curso superior. Propinas, habitação, deslocações, são algumas das despesas que deve ter em conta nesta fase do percurso académico.
Propinas
Quando se pensa em frequentar o Ensino Superior há sempre uma palavra que se associa rapidamente – propinas. A propina é taxa que deve ser paga a uma instituição de Ensino Superior pela matrícula, inscrição e frequência em determinado curso ou ciclo de estudos, e é um valor pago anualmente.
● No ensino público
Para os estudantes que pensam em frequentar um curso superior no ensino público, o valor máximo da propina para o ano letivo de 2021-2022 fixado pelas instituições de Ensino Superior não pode ser superior ao valor fixado no anterior ano letivo, correspondendo assim a 697 euros anuais. De acordo com a DGES, “este montante é fixado para os cursos técnicos superiores profissionais e para os ciclos de estudos conducentes ao grau de licenciado e integrados de mestrado”.
O valor da propina pode ser pago em prestações.
● No ensino privado
No ensino privado não existe nenhuma limitação no valor a aplicar à propina, “compete à entidade instituidora do estabelecimento de ensino fixar o montante das propinas e demais encargos devidos pelos estudantes pela frequência dos ciclos de estudos naquele ministrados”, de acordo com a informação disponibilizada pela DGES.
Estudar longe de casa
Estudar longe de casa acarreta outras despesas, sendo que a mais significativa pode ser o arrendamento do alojamento para o período da frequência do curso.
Os estudantes deslocados devem ter em consideração esta despesa fixa e existem diversas opções de alojamento disponíveis.
● Residência universitária (pública e privada)
Esta será certamente a opção mais económica de alojamento para os estudantes deslocados. As residências universitárias são instalações do Estado destinadas ao alojamento dos estudantes e são geridas pelas instituições de ensino.
Como exemplo, na Universidade de Coimbra um estudante pode conseguir um quarto numa residência por um valor que começa nos 76 euros mensais (exemplo de quarto partilhado para aluno com bolsa). Este valor inclui normalmente água, luz, Internet, gás, serviços de limpeza e utilização dos espaços comuns.
Deve candidatar-se a este alojamento no início do ano letivo, e em muitos casos não será uma tarefa fácil porque os lugares são limitados e muitos estudantes ficam alojados de uns anos para os outros.
● Arrendar um quarto
O arrendamento de um quarto numa casa é outra opção a considerar. É uma prática comum alugarem-se apenas quartos aos estudantes, e os preços incluem normalmente as despesas de água, eletricidade e Internet. A maior parte dos quartos também se encontram já mobilados.
Nesta opção garante um quarto só para si mas, dependendo das situações, poderá ter que partilhar casas de banho e espaços comuns como sala ou cozinha.
Segundo os últimos dados do "Observatório do Alojamento Estudantil”, datados de 1 de julho de 2020, desde outubro de 2019 que o preço médio dos quartos desceu 8,3% em Lisboa (de 382 euros para 350 euros), desceu 9,4% no Porto (de 306 euros para 277 euros) e desceu 24,6% em Braga (de 296 euros para 223 euros).
● Arrendar casa ou apartamento
Se pretender ter mais privacidade, ter uma casa só para si ou partilhá-la com colegas de curso ou amigos poderá sempre arrendar uma casa ou apartamento completo.
Neste caso deverá ter em conta as despesas acrescidas ao fim do mês, como a água, eletricidade e Internet, sendo que se partilhar a casa essas despesas podem ser divididas.
Complementos e apoios
Como a frequência de um curso superior acarreta despesas, o Estado disponibiliza um mecanismo de apoio às famílias carenciadas ou estudantes com menos rendimentos, intitulado bolsas de estudo.
A bolsa de estudo destina-se a financiar os custos suportados com um curso superior como o alojamento, as propinas, viagens, alimentação, livros e outro material escolar.
O valor da bolsa mínima para o ano letivo de 2021-2022 será de 871 euros.
O complemento de alojamento é outra medida de apoio para os estudantes deslocados. Este contempla um complemento mensal para estudantes alojados nas residências e para estudantes que tenham concorrido a este alojamento, mas não tenham conseguido vaga.
O complemento de alojamento fora de residência dos serviços de ação social aumentou este ano para 219 euros por mês e é majorado nas regiões com maior pressão no custo do arrendamento.
Estudar no público ou no privado?
Muitas vezes podemos colocar uma questão em cima da mesa na hora da decisão: compensa mais estudar longe de casa numa universidade pública ou perto de casa numa universidade privada?
Optar por uma universidade pública e estudar longe de casa acarreta outro tipo de despesas como renda de casa ou quarto, transportes, tanto na cidade onde estuda como nas viagens para a terra de origem, alimentação, material de estudo, livros, fotocópias, entre outros. No entanto, o valor das propinas é mais reduzido e existe um conjunto de complementos que podem apoiar na frequência do estudante no curso.
Escolher o ensino privado para poder ficar perto de casa dos pais pode ter as suas vantagens, nomeadamente pelo facto de que as despesas se limitam normalmente aos transportes, refeições e material de estudo. Como desvantagem principal está o valor da propina, que é mais elevado nas universidades privadas.
Para além destas opções colocadas na mesa, há outros fatores que devem ser considerados, como a qualidade do curso, os docentes, mas também a própria personalidade do candidato.
Candidatura ao Ensino Superior 2021-22
Se está a preparar-se já para se candidatar ao acesso ao ensino superior, poderá encontrar toda a informação necessária no website da DGES. “Guia das Provas de Ingresso 2021”, “Pedido de senha para a Candidatura Online 2021”, são algumas das informações que pode consultar na página.
A candidatura ao Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior de 2021 efetua-se em 3 fases, sendo as datas as seguintes:
● 1.ª Fase – 6 a 20 de agosto de 2021;
● 2.ª Fase – 27 de setembro a 8 de outubro de 2021;
● 3.ª Fase – 21 a 25 de outubro de 2021.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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