A decisão de estudar no Ensino Superior acarreta com ela algumas questões relativamente à instituição a escolher. A área e o curso para o qual queremos ir depende sempre da faculdade para que formos, uma vez que as matérias são lecionadas de forma diferente no Ensino Universitário e no Ensino Politécnico.
Quais as diferenças entre estes tipos de instituições e como escolher? Estas são algumas das perguntas que se impõem frequentemente. Cada instituição tem as suas particularidades, que vão ao encontro do que os vários alunos procuram. Vamos então analisar as possibilidades, para que a decisão se torne mais fácil.
Quais as diferenças entre Ensino Universitário e Ensino Politécnico?
O Ensino Universitário e o Ensino Politécnico são os dois sistemas que fazem parte do Ensino Superior Português.
A grande diferença que distingue estes sistemas são os métodos de ensino. Porém, é importante ressalvar que por se regerem por métodos distintos, não significa que um seja melhor que o outro. No fundo, permitem uma maior abertura de opções para os futuros estudantes, que, certamente, não terão todos as mesmas preferências de aprendizagem.
Começando pelo Ensino Universitário, este rege-se por um método de ensino mais teórico e científico, e pretende apurar as competências de investigação de cada um. O objetivo é assegurar que os alunos tenham formação técnica que os prepare para o mundo profissional. Por este método de ensino, os alunos ficam preparados para a conceção, inovação e análise crítica.
O Ensino Universitário divide-se em universidades, em institutos universitários e ainda engloba outras instituições de ensino.
Por outro lado, o Ensino Politécnico alia a vertente teórica com a prática. Este centra-se mais em formações vocacionais e orientadas para a parte técnica e de desenvolvimento, com vista à avaliação e resolução de problemas. O propósito neste é sempre a aplicação daquilo que se aprende a exercícios da vida profissional.
O Ensino Politécnico encontra-se em institutos politécnicos e outras instituições de ensino politécnico.
As médias diferem consoante o Ensino?
Na sua maioria, os cursos de cada tipo de instituição são exclusivos de cada uma, mas há cursos que existem em simultâneo nas duas.
Nesses cursos existe uma clara diferença entre as médias de entrada. É mais frequente as médias serem mais baixas no Ensino Politécnico, por ser menos procurado. Isto porque existe uma maior preferência pelo Ensino Universitário, já que é aquele que os estudantes portugueses mais frequentam. O que faz com as médias sejam então diferentes, consoante a instituição.
Tomemos como exemplo as seguintes médias de entrada em 2020:
Engenharia Informática e de Computadores
- Universidade de Lisboa - Instituto Superior Técnico - 184,5
- Instituto Politécnico de Lisboa - Instituto Superior de Engenharia de Lisboa - 165,0
Gestão
- Universidade de Lisboa - Instituto Superior de Economia e Gestão - 172,0
- Instituto Politécnico de Lisboa - Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa - 158,4
Que Ensino tem maiores taxas de empregabilidade?
Analisemos, em primeiro lugar, dos cursos superiores com maior empregabilidade em 2020, quais pertencem ao Ensino Universitário e quais são do Ensino Politécnico:
Ensino Universitário | Ensino Politécnico |
8.º - Engenharia Eletrotécnica e de Computadores no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa | 1.º - Ciências Biomédicas Laboratoriais na Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa |
9.º - Bioquímica na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa | 2.º - Enfermagem na Escola Superior de Enfermagem de Lisboa |
10.º - Biologia Celular e Molecular na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa | 3.º - Enfermagem na Escola Superior de Saúde de Leiria |
11.º - Economia na Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da Universidade Católica Portuguesa | 4.º - Enfermagem na Escola Superior de Saúde de Santarém |
12.º - Medicina na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, na Universidade do Porto e na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa | 5.º - Enfermagem na Escola Superior de Saúde de Aveiro |
13.º - Engenharia Informática no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa e no ISCTE Instituto Universitário de Lisboa | 6.º - Enfermagem no Instituto Politécnico de Castelo Branco |
14.º - Ciências Farmacêuticas no Instituto Universitário Egas Moniz | 7.º - Enfermagem na Escola Superior Politécnica de Saúde (Lisboa) |
Ao analisarmos as taxas de empregabilidade do ano de 2020 em cima, percebemos que a pandemia terá tido um impacto nas saídas profissionais dos cursos.
Se tivermos em conta um estudo feito em 2019 sobre este mesmo tema, compreendemos que desde há alguns anos existe uma clara distinção entre a empregabilidade dos vários cursos, com o Ensino Universitário a ganhar nas menores taxas de desemprego por uma boa diferença.
Porém, não é isso que se observa atualmente. Como podemos ver pela tabela, o top de cursos que tiveram menores taxas de desemprego em 2020 pertencem ao Ensino Politécnico, com os cursos de Ciências Biomédicas e Laboratoriais e Enfermagem em diversos politécnicos. Estes terão sido cursos bastante necessários para o decorrer de uma pandemia, e, relativamente ao primeiro, por exemplo, é um curso exclusivo deste ensino.
Os graus do Ensino Universitário e do Ensino Politécnico são os mesmos?
Tanto no Ensino Universitário como no Ensino Politécnico é possível fazer Licenciatura, Mestrado e Pós-Graduação.
Porém, não é possível realizar-se um doutoramento no Ensino Politécnico. Este é um direito apenas reservado ao Ensino Superior por demonstrar capacidade científica.
Isto é algo que o Governo português tem vindo a tentar alterar, já que reconhecem que estas instituições também têm condições para conferir o grau de doutor. Há três anos, foi aprovado um decreto-lei que concede a todas as instituições - quer do Ensino Universitário, quer do Ensino Superior – a possibilidade de realizarem doutoramentos.
Mas, atualmente, continua a não ser ainda possível uma vez que, para este panorama mudar, é necessário também alterar a Lei de Bases do Sistema Educativo, o que ainda não aconteceu.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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