Crédito

Moratória pública chega ao fim: já sabe quanto vai pagar?

Não perca tempo e prepare o seu orçamento familiar para o encargo mensal que regressa com o fim da moratória pública a 30 de setembro

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Moratória pública chega ao fim: já sabe quanto vai pagar?

Não perca tempo e prepare o seu orçamento familiar para o encargo mensal que regressa com o fim da moratória pública a 30 de setembro

Depois de duas extensões e uma renovação, eis que chega ao fim a moratória pública, a 30 de setembro. E o que é que isto significa? Que a maioria das muitas famílias e empresas que tiveram acesso a este benefício, têm de retomar o pagamento dos créditos, o que vai agravar significativamente os encargos mensais.

Atenção, quem aderiu à "nova ronda" de moratórias, que terminou em março passado, só terá que recomeçar a pagar o crédito à habitação no final deste ano.

Antecipe-se ao fim da moratória pública

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Se ainda não teve notícias do seu banco, antecipe-se e procure saber quanto vai afinal pagar. O valor depende do tipo de moratória pública que contratualizou: total ou parcial. E lembre-se que em qualquer dos casos, o seu contrato é agora mais longo, na justa medida temporal da moratória.

Assim, se durante este tempo não pagou o crédito ou qualquer encargo a ele associado, a fatura vai ser maior. Isto porque vai pagar a prestação que pagava antes da moratória mais os juros referentes a esse tempo e os juros atuais. Se escolheu deixar apenas de amortizar capital, a prestação vai ser igual à que tinha antes da moratória.

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Posso calcular o valor que vou pagar?

Pode. Se prefere fazer já as contas ao que vai passar a pagar, tenha consigo um extrato do crédito e some o montante dos juros mensais que não pagou durante a moratória. Depois junte o valor do crédito ao valor dos juros. Feito isto, use a calculadora de prestação de crédito habitação e coloque esse valor no "capital em dívida" . Não se esqueça de preencher a taxa de juro e a parte relativa a quantos meses falta pagar.

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Posso renegociar condições do crédito estando em moratória?

Sim. E até pode fazer sentido, nomeadamente, uma descida do spread, numa altura em que as taxas de juro médias estão pouco acima dos 0,8%. Para isso, necessita que o crédito tenha, pelo menos, dois anos.

Se a proposta do seu banco não o satisfez, nada como analisar uma eventual transferência do crédito para outra instituição financeira. Se for o caso, não se esqueça de que as instituições cobram uma comissão por reembolso antecipado que pode ir até aos 2% do valor da dívida. 

Além disso, analise o valor final da prestação, porque o spread até pode ser mais baixo, mas depois existem produtos associados, como os seguros, que fazem subir o valor mensal. Na dúvida, consulte um especialista.

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Para poupar reveja os encargos e negoceie

Se tem um ou mais créditos em moratória pública, provavelmente até conseguiu um alívio financeiro. Se não aproveitou para pôr algum dinheiro de lado, esta é uma excelente altura para o fazer. Constituir ou engrossar o fundo de emergência pode ser vital para conseguir viver sem sufoco nos últimos meses do ano. Se não foi o caso, e continua a não sobrar dinheiro no final do mês, é hora de fazer contas e cortar gastos.

Depois de analisar os gastos mensais, veja onde consegue fazer poupanças (telecomunicações, lazer, etc), que deverão ser tanto maiores quanto mais pesar o regresso da prestação do crédito. Se tem vários créditos, poderá pensar numa consolidação, é uma das formas que poderá trazer-lhe algum alívio financeiro. 

Quer um exemplo? O João (nome fictício) tinha um crédito à habitação com 118.000 euros em dívida, num prazo de 427 meses e um spread de 1,4%, no qual pagava  370,12 euros por mês (incluindo seguros de vida e habitação). Tinha também um crédito pessoal com capital em dívida de 4.690,23 euros, para pagar em 62 meses. No total, tinha uma prestação de 488,94 euros mensais. 

Em vez de dois créditos, passou a ter apenas um crédito à habitação mais multiopções, noutro banco, no valor de 122.690,23 euros, pelo mesmo prazo do anterior (29 anos), passando a pagar 355,22 euros mensais, ou seja, uma poupança de 133,72 euros por mês.

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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