O programa Erasmus representa uma oportunidade única para estudar noutro país. As vantagens e as aprendizagens são mais que muitas. Por isso, esta é uma possibilidade que o seu filho deve ter em cima da mesa.
Ponderar este assunto, a somar aos gastos de frequentar o ensino superior, pode ser assustador. Assim, reunimos, neste artigo, as despesas que deve ter em conta. Deixamos-lhe ainda dicas para poupar, garantindo uma experiência única ao seu filho, supervalorizada no mercado de trabalho.
Programa Erasmus e a democratização do ensino
O programa Erasmus, criado em 1987, passou a integrar o programa Sócrates, criado pela Comissão Europeia, em 1994. O objetivo de então mantém-se até aos dias de hoje: “promover o desenvolvimento de uma Europa do conhecimento, a todos os níveis da educação e formação.”
As suas metas passam, ainda, por assegurar um ensino de qualidade e fortalecer a unidade europeia, facilitando a mobilidade dos jovens.
Desde 2014, é designado como Erasmus+. Com uma área de atuação muito mais abrangente, destina-se a apoiar "atividades de educação, formação, juventude e desporto em todos os setores da aprendizagem ao longo da vida".
Logo, estão incluídos o Ensino Superior, Formação Profissional, Educação de Adultos, Ensino Escolar, Atividades para jovens e formação no âmbito do Desporto amador”.
O programa Erasmus+ visa ainda:
- “Contribuir para a internacionalização e a excelência do ensino e formação na União Europeia”;
- "Diminuir o abandono escolar, assegurar a melhoria da formação profissional, aumento do número de licenciados na Europa, e o aumento da empregabilidade de jovens e adultos;
- Fomentar a “cooperação para a Inovação e o Intercâmbio de Boas Práticas”.
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Porque devo incentivar o meu filho a fazer Erasmus?
Fazer Erasmus implica passar uma temporada, entre 6 a 12 meses, num país europeu a frequentar uma universidade. Esta premissa é, por si só, um bom ponto de partida.
Assim, a possibilidade de contactar de perto com outra realidade cultural, com outra língua e outras práticas de ensino, é uma razão, mais do que suficiente, para incentivar o seu filho a fazer Erasmus. Isto, aliado à possibilidade de viajar pela Europa e de abrir horizontes, são motivos muito fortes.
Benefícios nunca são demais
Às vantagens já apontadas, somam-se um conjunto de benefícios que deve ter em conta. São fortes argumentos a favor da experiência de fazer Erasmus. Assim, o seu filho vai poder:
- Promover o autoconhecimento - se o seu filho embarcar nesta aventura sem a companhia de amigos, melhor. Fazer Erasmus sozinho é uma forma de perceber quais são os seus limites e fragilidades, mas também os seus pontos fortes. É um período importante para se conhecerem e melhorarem aspetos de personalidade;
- Ensinar boas práticas para a gestão financeira - se o seu filho não é poupado, saiba que fazer Erasmus vai ajudá-lo a gerir melhor as suas finanças. É necessário, com o dinheiro que lhe dará mensalmente, fazer compras, assegurar transportes, sair à noite e viajar, claro. Portanto, vai aprender a fazer cedências;
- Conhecer muitas pessoas - esta é uma das grandes vantagens de estudar fora. Vai conhecer não só os locais, como muitos estudantes de todas as partes do mundo. Isto, vai abrir-lhe horizontes e fazer crescer a sua rede de contactos. O que pode ser uma vantagem para o futuro profissional;
- Enriquecer o CV - cada vez mais, os empregadores procuram profissionais que conheçam outras realidades. Assim sendo, fazer Erasmus é marcar pontos numa entrevista de emprego. Uma experiência como esta vai tornar os mais novos capazes de resolver imprevistos, de se adaptarem e experienciarem um ambiente multicultural. Aspetos de grande importância no mercado de trabalho.
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Que gastos devo ter em consideração?
Se começou agora a pensar nos custos e no peso que uma experiência destas terá no orçamento familiar, não se assuste. A primeira coisa a ter em conta é que o valor do orçamento depende sempre do nível de vida do país escolhido.
Depois, considere viagens de avião, viagens internas, alojamento, comida e um pocket money, que dará alguma liberdade ao seu filho para viver esta experiência.
Check list de despesas
- Viagens de avião - tenha em consideração a viagem de ida e de volta, mas também breves "escapadelas" para matar saudades. Neste caso, saiba que comprar bilhetes com antecedência, fugindo aos dias mais concorridos, como o fim de semana. Sites como o skyscanner ou o google flights podem ser bons aliados para encontrar os melhores preços do mercado;
- Alojamento - procure sempre perceber que opções são oferecidas pela universidade, nomeadamente residências. Os custos são sempre mais baixos que o aluguer de uma casa ou quarto a particulares. E estas são uma boa oportunidade para conhecer pessoas. Sites como o https://www.academichomes.com/ ou o https://erasmusu.com/pt podem ajudar.
- Despesas fixas - a alimentação e os transportes levam sempre uma boa fatia do orçamento. Para fazer uma estimativa dos gastos a este nível, procure saber qual é o custo de vida médio no país de acolhimento e faça uma estimativa;
- Despesas variáveis - não se esqueça de assegurar um valor para despesas como viagens, saídas ou idas a museus. Este será um dos ensinamentos mais valiosos que lhe pode dar: como gerir o seu dinheiro e fazer opções.
Atenção, definir o orçamento para a experiência Erasmus é um desafio interessante para fazer em família. Por um lado, o seu filho vai perceber o custo e o esforço que estão todos a fazer para lhe proporcionar esta oportunidade. Por outro, vai incutir-lhe responsabilidade, ao envolvê-lo neste processo.
Erasmus: que apoios existem para os estudantes?
O programa Erasmus+ isenta os estudantes do pagamento de propinas. Estas continuam a ser pagas na universidade mãe, ou seja, no país de origem. Para além disso, são disponibilizadas bolsas mensais, atribuídas de acordo com o nível de vida do país. Segunda a Agência Nacional Erasmus, as bolsas atribuídas em 2020/2021 rondavam:
- 390€ mensais para países como Dinamarca Finlândia, Irlanda, Islândia, Liechtenstein, Luxemburgo, Noruega, Reino Unido, Suécia;
- 340€ mensais para Alemanha, Áustria, Bélgica, Chipre, Espanha, França, Grécia, Itália, Malta, Países Baixos;
- 290€ mensais para países como Bulgária, Croácia, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Macedónia do Norte, Polónia, República, Checa, Roménia, Sérvia e Turquia.
Nada há nada como ter um plano de poupança
Concluindo, esta é uma experiência cara e significa um grande peso no orçamento familiar. No entanto, tenha em consideração todas as vantagens profissionais e pessoais que representa também. Pode bem valer o esforço.
Assim sendo, ter um plano de poupança, desde cedo, a pensar nas despesas com a Educação, é um bom ponto de partida para assegurar boas experiências, sem ter de, mais tarde, apertar muito o cinto.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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