Crédito

Saiba como obter financiamento fácil, rápido e sem custos

Abriu este artigo porque pensava que podia obter crédito fácil? Se sim, saiba que pode estar mais exposto a burlas e fraudes.

Crédito

Saiba como obter financiamento fácil, rápido e sem custos

Abriu este artigo porque pensava que podia obter crédito fácil? Se sim, saiba que pode estar mais exposto a burlas e fraudes.

Ainda são muitos portugueses que, acreditando na promessa de dinheiro fácil e sem burocracias, acabam por recorrer a créditos através de instituições não autorizadas, sem se aperceberem. Há muitas ofertas de crédito fácil que não são mais do que esquemas fraudulentos, o que obriga a atenções redobradas.

Mesmo com os vários alertas feitos pelo Banco de Portugal, e por outras entidades, as burlas continuam a aumentar, principalmente no mundo online. E, por vezes, basta apenas um título e uma imagem aliciante (como utilizámos neste artigo) para captar a sua atenção. Desconfie das instituições que lhe prometem crédito simples e rápido, em que tudo são facilidades.

Quanto tempo demora a aprovação de um crédito? 

Não existe um prazo concreto para a aprovação de um crédito. Na verdade, o tempo vai depender de vários fatores: a entidade credora, o tipo de crédito ou o valor financiado. Tudo isto influencia se o processo vai ter mais ou menos burocracias. 

Por exemplo, por norma, um crédito habitação leva mais tempo a ser aprovado do que um crédito pessoal ou um crédito automóvel. Enquanto um pode levar meses até estar concluído, outros podem levar semanas ou até mesmo dias.

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No entanto, e em todos os casos, existe sempre alguma formalidade num processo de financiamento. Aliás, no caso das burlas é praticamente garantido ao cliente que vai conseguir o crédito que pretende, esteja este em que condições estiver. O que não podia ser mais irrealista. 

Sempre que solicita um crédito, vários fatores são avaliados, entre elas o seu perfil de risco. Apenas após tudo ser avaliado é que a entidade comunica se o seu crédito foi aprovado ou não.

Leia ainda: Crédito habitação recusado: Conheça os principais motivos e o que fazer 

É no online que se regista o maior número de burlas  

pessoa a navegar no facebook

Os contactos são feitos via Facebook, Whatsapp, Messenger ou e-mail e oferecem a promessa de dinheiro fácil e imediato. Cuidado, porque pode ser enganado”, alerta o Banco de Portugal numa nota sobre ofertas de crédito através das redes sociais ou e-mail. 

Estas abordagens “vieram juntar-se aos anúncios dos classificados de jornais e revistas, com títulos como “Crédito rápido”, “Empresto dinheiro”, “Oferta de crédito fácil entre particulares”. Chegam a prometer resposta em poucas horas, paga quando puder, sem precisar dos bancos, e garantem sigilo”, acrescenta o regulador. 

O Banco de Portugal, liderado por Mário Centeno, traça alguns dos comportamentos e abordagens típicas da concessão de crédito fácil através das redes sociaisnomeadamente através do Facebook

Após a captação do cliente, o diálogo, muitas vezes, é iniciado através da plataforma “Messenger” ou “Whatsapp”, ou através de um contacto de email/número telefónico fornecido muitas vezes com indicativo estrangeiro. 

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Nestas abordagens estas “instituições” solicitam que os clientes paguem valores adiantados, com a promessa de desbloquear um empréstimo rápido. Muitas vezes existem novos pedidos de dinheiro sustentados por inúmeras justificações que podem ser acompanhados de comprovativos falsificados. Os clientes chegam mesmo a acreditar que o desbloqueio do capital está apenas dependente do pagamento dessas quantias. Mas, na realidade, acabam por nunca receber os financiamentos pedidos. 

O MB Way, embora seja uma aplicação segura, também tem sido um meio bastante utilizado para fraudes. Por isso, se é utilizador da mesma ou pretende vir a ser, tenha também atenção a esta app.

Como identificar que é uma burla? 

Como já referimos, estas entidades dizem conceder crédito, rapidamente, sem formalidades complexas, com discrição, a todas as pessoas, mesmo àquelas que não conseguem obter crédito junto do sistema financeiro ou àquelas que já se encontram numa situação de incumprimento. Contudo, existem outros fatores que deve estar atento e analisar, e são eles:  

A entidade não se encontra na lista de entidades autorizadas 

Analisar se a entidade se encontra na lista de instituições registadas pelo Banco de Portugal é talvez o passo mais importante e que pode logo desmistificar se é, ou não, uma burla. Antes de avançar com qualquer tipo de crédito deve consultar esta lista, onde apenas se encontram as entidades habilitadas a exercer atividade financeira em Portugal. 

A cobrança do processo de avaliação 

É muito recorrente que, as instituições ditas fraudulentas, cobrem para fazer a avaliação da situação do cliente, para desbloquear o valor (e não só). Pois se isto acontecer desconfie. Por lei, não é permitido cobrar qualquer tipo de valor na fase de avaliação.   

Os contactos da instituição  

O mundo digital veio aumentar o tipo de abordagens possíveis que podem ser feitas ao cliente, seja por email ou SMS, por exemplo. Muitas vezes, as entidades fraudulentas chegam mesmo a utilizar o nome e a imagem de outras instituições autorizadas. Por isso, deve pesquisar os contactos num motor de busca para verificar se esses pertencem, ou não, à entidade oficial. Deve ainda aproveitar estar atento a possíveis comentários e alertas sobre estes contactos feitos por outras pessoas.  

A falta de informação sobre a entidade  

Procure informações sobre a idoneidade da empresa mediadora de crédito e testemunhos, seja na imprensa ou em notícias na internet. Verifique possíveis reclamações em sites confiáveis do tipo “Portal da Queixa” ou simulares, uma vez que estes partilham experiências e informações em matéria de consumo. 

O tipo de comunicação  

Esteja atento a pequenos detalhes, como o tipo de escrita que é utilizada, se existem erros ortográficos ou gramaticais, e se se apercebe de incoerências. Desconfie de anúncios com a linguagem de "dinheiro fácil" ou "sem burocracias", por exemplo.  

Em caso de dúvida, e até confirmar a credibilidade da instituição, não forneça nenhum dado pessoal ou bancário.   

Mas existem comissões bancárias nos créditos? 

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Sim, as comissões bancárias associadas a um pedido de crédito, existem. Embora não sejam iguais, nem em todas as entidades, nem em todos os tipos de crédito. 

A diferença é que, quando é uma burla ou fraude é pedido dinheiro para iniciar o processo ou para desbloquear o crédito, por exemplo. Quando se trata de uma entidade autorizada, esta só cobra possíveis comissões associadas ao processo no momento em que é celebrado o contrato de crédito.  

No caso dos intermediários de crédito, como é o caso do Doutor Finanças, não cobram qualquer comissão, nem custo pelo serviço ao cliente. Uma vez que, os intermediários de crédito, e tal como o próprio nome indica, apenas intervêm na concessão de crédito, mas que não concedem crédito. 

Ainda assim, apesar de não se pagar ao intermediário de crédito, as entidades que nos emprestam o dinheiro podem cobrar comissões, nomeadamente um valor pela abertura de processo ou de avaliação do imóvel, no caso do crédito habitação.

Atenção à concessão de crédito por contrapartida de imóveis 

As burlas assumem mesmo várias formas e, muitas vezes, vão para além de solicitar “apenas” dinheiro.

Existe quem prometa a tal liquidez imediata desde que o cliente transmita a propriedade do imóvel. Seja presencialmente, através de uma escritura pública, ou após a emissão de uma procuração que dispense a sua presença. É transmitido ao cliente que poderá continuar a habitar o imóvel em causa (muitas vezes, na qualidade de arrendatário) e manter a opção de recompra do mesmo após o pagamento do crédito.

Homem a segurar uma chave de casa com uma caneta para assinar os papéis na outra mão

Como identificar um intermediário de crédito autorizado?  

Primeiro que tudo, e antes de solicitar qualquer serviço, deve confirmar se a empresa exerce atividade de intermediário, através do Portal do Cliente BancárioAs instituições e intermediários de crédito autorizados a exercer atividade em Portugal constam de duas listas publicadas pelo Banco de Portugal:  

Um caso que levantou dúvidas 

O Doutor Finanças, para além do seu papel enquanto intermediário de crédito, também se dedica a cuidar da saúde financeira dos portugueses apoiando-os a encontrar respostas para as suas dúvidas e problemas financeiros. Este foi o caso do José (nome fictício) que, desconfiado de ter sido alvo de uma burla, procurou ajuda junto dos nossos especialistas.  

O José procurava obter um crédito pessoal. Após uma pesquisa na internet, encontrou uma “empresa de financiamento”, sedeada em França, que prometia condições (muito) aliciantes, mas também pouco prováveis quando comparadas com o praticado no nosso mercado. 

Em suma esta empresa prometida crédito rápido e fácil, mas não só. Algum dos fatores que levantaram suspeita sobre a possibilidade de burla foram: 

  • Prazo: Crédito a 120 meses com possibilidade de prolongamento do prazo. Em Portugal, desde 1 de abril de 2020, não é possível contrair um crédito pessoal a 120 meses.  
  • Alargamento do prazo: Esta “entidade” referiu ainda que, caso o cliente deixasse de ter condições para pagar, concedia mais tempo de pagamento para o fazer. Ora, este é outro ponto muito pouco provável. Num contrato de crédito, o prazo vem logo estipulado e, caso o cliente tenha dificuldades, este tem que voltar a falar com o banco para perceber se existe possibilidade de renegociar as suas condições.
  • O valor das mensalidades seria fixo até ao final do acordo e com uma taxa de juros de 3% ao ano. A taxa de juro cobrada no crédito aos consumidores pode ser de facto fixa ou variável. No caso do José, foi-lhe prometido a taxa fixa sem pagar mais por isso, o que torna a oferta mais aliciante. Além disso, uma taxa de 3% por um crédito pessoal é de desconfiar. Por regra, os crédito pessoais têm taxas bastante mais elevadas e, no caso de Portugal, podem ser consultadas no site do Banco de Portugal a cada trimestre. 

Analisando o site associado a esta suposta instituição e foi possível detetar outras questões que levantaram suspeitas. Como é o caso do email de contacto que não era um endereço da própria empresa, mas sim um endereço gmail. Para além disso, os links para as redes sociais não vão para página nenhuma, como prometem, mantendo-nos na mesma página.  

Nesta situação o cliente acabou por recorrer a uma entidade que reconhece e que é autorizada a atuar em Portugal. Muitos serão os casos de pessoas que estão à procura de dinheiro para colmatar necessidades e não só não o recebem como ainda ficam sem algum, isto porque muitas vezes é pedido que se faça um pagamento de alguma comissão.

Em caso de dúvida ou crime comunique ao Banco de Portugal  

Se foi vítima de algum crime ou tentativa de crime por parte de uma entidades, denuncie ao Banco de Portugal por telefone (213 130 000), e-mail (info@bportugal.pt) ou pelo preenchimento do formulário online ou presencialmente. 

Apresente também queixa às autoridades (por exemplo, à PSP, à GNR, à Polícia Judiciária ou ao Ministério Público). À entidade supervisora cabe comunicar a existência de indícios de crime (burla, usura ou outro) à Procuradoria-Geral da República. 

Mesmo que não tenha sido vítima de crime, se tomou conhecimento de que uma determinada entidade se dedica a atividades financeiras ilegais, não deixe de reportar essa situação ao Banco de Portugal. 

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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