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Comprar agora, pagar depois. Sabe mesmo o que significa?

O modelo de pagamento de comprar agora, pagar depois está a ganhar terreno? Conheça vantagens e riscos desta modalidade de pagamento.

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Comprar agora, pagar depois. Sabe mesmo o que significa?

O modelo de pagamento de comprar agora, pagar depois está a ganhar terreno? Conheça vantagens e riscos desta modalidade de pagamento.

No que diz respeito a compras online, existem diversas formas de pagamento. Assim, pode escolher a que for mais conveniente e tem como opções o cartão de crédito, PayPal, transferência bancária, referência multibanco, entre outras.

Para além destas formas de pagamento, nos últimos tempos, parece ter ganho terreno e "adeptos" em todo o mundo, uma modalidade de pagamento específica: "comprar agora, pagar depois". Esta possibilidade tem as suas vantagens, mas não é isenta de riscos.

Em que consiste esta modalidade de pagamento?

A modalidade de pagamento "comprar agora, pagar depois" permite-lhe fazer compras online através de pagamentos semanais, quinzenais, ou mensais. Ao contrário dos cartões de crédito, em que são cobrados juros caso fracione os pagamentos, nesta modalidade pode não pagar juros, desde que cumpra com os requisitos e o respetivo período de pagamento selecionado.

A periodicidade dos pagamentos pode, no entanto, variar consoante a aplicação utilizada. Por exemplo, a Klarna permite-lhe fazer pagamentos em três prestações até um máximo de 60 dias, sem a cobrança de quaisquer comissões e juros. Já o "Pay in 4" da PayPal deixa-o fracionar a suas compras em quatro pagamentos.

Apesar de poder pagar em prestações, no ato da compra, tem a obrigação de realizar o primeiro pagamento. Por exemplo, se fizer uma compra de 300€ e fracioná-la em três prestações, significa que, no ato da compra, tem de pagar 100€ para obter o produto.

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Flexibilidade de pagar o produto sem juros

Uma das vantagens desta modalidade é permitir pagar sem que lhe sejam cobrados juros. No entanto, não deixa de ter riscos e exigir o cumprimento de certos requisitos. Certas aplicações dão-lhe a possibilidade de realizar pagamentos em três prestações, sem qualquer cobrança de juros. No entanto, se exceder um determinado período, podem cobrar-lhe juros que, em norma, são mais elevados do que os dos cartões de crédito.

Além disso, existem casos em que é estabelecido um valor mínimo para a compra de forma a usufruir destes serviços. Por outro lado, geralmente, também existe um valor máximo que pode ser fracionado. Por exemplo, no caso da Klarna, necessita de fazer uma compra, no mínimo, de 35€ para usufruir do serviço. Já o valor máximo da compra não pode exceder os 1000€.

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Modelo mais direcionado a jovens

Existem diversas razões para o sucesso que este modelo de pagamento tem junto dos jovens. Em primeiro lugar, o "comprar agora, pagar depois" não tem as desvantagens dos cartões de crédito. Nomeadamente, a cobrança de juros elevada no fracionamento dos pagamentos. Depois, o consumidor não necessita de pagar a pronto, ajudando a que não fique descapitalizado no momento.

Isto potencia, por um lado, que os consumidores comprem produtos mais caros, e por outro, ajuda as lojas a vender produtos que, à partida, teriam mais dificuldade em vender se o consumidor tivesse de pagar a pronto. Além disso, nesta modalidade de pagamento, não é o consumidor que paga a percentagem da compra à instituição de crédito, mas sim a loja.

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jovem mulher, sentada no sofá com os pés em cima da mesa de centro, tem o computador no colo enquanto o usa para compras online

Prudência na hora de pagar

Embora tenha uma maior facilidade de pagamento utilizando esta modalidade, não deixa de correr riscos. Por exemplo, ao contrário de um crédito normal, que passa por uma prévia aprovação, aqui não acontece. Isto significa que a responsabilidade recai inteiramente sobre si. Por essa razão, a prudência deve ser a palavra de ordem.

Cuidados a ter

Tal como qualquer outra modalidade de pagamento, existem certos cuidados que deve ter para não ser apanhado de surpresa. Desde as possíveis penalizações por falta de pagamento até à cobrança de um preço mais elevado dos produtos, muitas situações podem passar despercebidas.

Consumismo

Com o método do "comprar agora, pagar depois", apenas necessita de fazer o primeiro pagamento no ato da compra. Todos os restantes pagamentos podem ser fracionados, o que pode levar a gastar dinheiro que, na verdade, não tem.

Por exemplo, suponha que apenas pode gastar 100€ mensais em compra de roupa. Se fizer duas compras, uma de 300€ e outra de 150€, e fracioná-las em três prestações mensais, vai pagar cerca de 150€ por mês. Embora pareça que, artificialmente, apenas ultrapassou o seu orçamento uma vez em apenas 50€, na prática gastou o triplo. Isto acontece, porque o seu foco passa para o pagamento mensal e não para o valor total da compra.

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Pagar preços inflacionados

Tendo em conta que o consumidor pode fracionar os seus pagamentos, as lojas podem aumentar "discretamente" os preços dos produtos. Além disso, podem optar por apresentar o preço já fracionado, ao invés do valor total. Assim, tudo vai parecer mais barato, mas não o é. Por isso, compare sempre os preços entre lojas que não ofereçam esta modalidade de pagamento. Se não compensar fracionar o pagamento, procure outras opções ou espere por promoções.

Dificuldade em seguir pagamentos

Se fizer vários pagamentos, pode tornar-se confuso seguir tudo aquilo que lhe falta pagar. Além disso, os débitos exibidos na sua conta não têm toda a informação de que necessita para rapidamente saber a qual compra se refere. Manter o registo de todas as transações pode ser um desafio, especialmente se utilizar diversas aplicações.

Concessão de crédito à habitação em risco

Por fim, mas não menos importante, esta modalidade pode afetar a concessão de crédito à habitação. Na prática, ainda que não sejam cobrados juros, é como se estivesse a recorrer a um crédito. Por isso, vai influenciar a sua taxa de esforço e, consequentemente, uma aprovação do crédito à habitação. Mais uma vez, recomenda-se que tenha prudência para não colocar em risco a sua saúde financeira.

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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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