Imagem de uma agenda de 2022, uma caneta e uma chávena de café em cima de uma mesa - finanças arrumadas
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Orçamento Familiar

Finanças arrumadas em 2022? É possível: organize, reveja e poupe

Com um novo ano a começar, saiba o que fazer para organizar as suas finanças e ter uma vida financeira mais confortável em 2022.

Esta é a altura ideal para olhar para os seus encargos e perceber que mudanças pode fazer para entrar em 2022 com as finanças em ordem. São muitos os desafios que a pandemia nos trouxe, não só a nível de saúde como também no que toca à economia. Assim, é cada vez mais importante tomar consciência da necessidade de estar financeiramente preparado para possíveis imprevistos.  

Comece desde já por analisar como correu o seu ano ao nível das finanças pessoais. Através desta análise vai perceber o que correu bem e menos bem. Depois só tem de planear uma estratégia para 2022.   

Pode sempre antecipar-se e começar já a verificar as suas despesas e receitas do próximo ano. Apesar de muita coisa poder mudar, existem algumas receitas e despesas que são fixas. São o caso os meses para o pagamento do IMI ou o mês em que tem de renovar o seu seguro automóvel, por exemplo. Pode até estipular já uma poupança a pensar nas férias de verão ou no próximo Natal. 

Leia ainda: Ferramentas de finanças pessoais para um 2022 bem-sucedido 

A importância de fazer um orçamento familiar 

Para que nada falhe, fazer um orçamento familiar é indispensável. Para isso basta ter à mão um documento de Excel ou, ainda mais fácil, um papel e uma caneta. Depois só tem de registar todos os seus rendimentos de um lado e as despesas do outro.  

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Esta ferramenta é essencial para poder ter uma imagem real sobre onde está a gastar o seu dinheiro. O objetivo é que consiga visualizar todos os seus gastos e, a partir daí, otimizar a sua gestão financeira.  

E não se esqueça de incluir até as despesas mais pequenas. Por vezes, é comum contemplarmos as despesas que representam um maior volume a nível de gastos. Contudo, esquecemo-nos de incluir despesas do dia a dia, que mesmo sendo mais pequenas, o seu somatório constitui um gasto significativo no final do mês.  

Por isso, quando elaborar o seu orçamento considere estas despesas. Pode até definir um valor diário ou semanal, de quanto pode gastar, de forma a evitar surpresas desagradáveis no final do mês. 

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Reveja todos os seus encargos para a arrumar as suas finanças

Depois de traçado o orçamento, para entrar em 2022 com as finanças arrumadas, é hora de rever os seus encargos. E se acha que há despesas fixas que são impossíveis de cortar, saiba que é sempre possível poupar. Pode rever e renegociar créditos, seguros e outros serviços.  

Crédito habitação 

A prestação do crédito habitação é, regra geral, a despesa que mais pesa no orçamento familiar. Mas pode haver uma forma de poupar neste encargo. Por exemplo, sabe qual é o spread do seu crédito? É de 1,4%? Talvez esta seja uma boa altura para saber se consegue negociar as condições com o seu banco ou se existem outros bancos que lhe apresentam melhores condições. 

Reduzir a prestação mensal do crédito habitação é possível, nomeadamente através da transferência de crédito. Dependendo de cada caso, pode ser uma oportunidade interessante para obter melhores condições. 

A maior vantagem é poder ter um crédito com uma prestação mensal mais baixa. Ao ter uma nova proposta, poderá ter a oportunidade de reavaliar outros produtos que pode não utilizar ou que vale a pena repensar, como cartões de crédito, seguros de saúde e outros produtos que teve de adquirir na altura em que fez o seu crédito e que lhe impedem de fazer uma poupança significativa.   

Vejamos o caso da Maria (nome fictício). A Maria tinha um crédito habitação com um capital em dívida de 94.300 euros e um spread de 1,95%. Pagava uma prestação mensal de 373,83 euros e ainda tinha 471 meses pela frente para liquidar o empréstimo.

Após a transferência de crédito, a Maria conseguiu reduzir não só a prestação, como também o spread e o prazo do seu crédito. Ao aceitar a nova proposta, a Maria reduziu o seu spread para 1,1% e passou a pagar 242,72 euros de prestação mensal, encurtando ainda o prazo para 432 meses.

Com esta proposta, obteve uma uma poupança mensal de 53,18 euros, o que traduz uma poupança no final do prazo superior a 22.973 euros. Isto apenas considerando a redução da prestação, porque a poupança ainda será maior, uma vez que a Maria vai concluir o contrato de crédito mais cedo do que o previsto.

Recorra à Calculadora de Transferência de Crédito Habitação do Doutor Finanças e simule o seu caso.  

Créditos pessoais 

Se tem vários créditos, como por exemplo, um crédito automóvel, um crédito que fez para a compra de algum eletrodoméstico e ainda cartões de crédito, é natural que o total de todas as prestações pese no seu orçamento. Também aqui pode poupar.   

O crédito consolidado é uma solução financeira que permite juntar vários créditos num só, com melhores condições e uma única prestação mensal mais baixa. Sendo que, a taxa de juro do crédito consolidado é, em regra, mais baixa do que a média das taxas de juros de todos os créditos que tinha anteriormente. Esta opção vai dar-lhe mais folga orçamental.  

O valor da poupança vai depender sempre do caso em concreto. Mas é possível reduzir os encargos de forma considerável.

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Analisemos o exemplo do Gonçalo (nome fictício). O Gonçalo tinha em mãos três cartões de crédito, dois créditos pessoais e um crédito automóvel. O seu encargo mensal total com estes créditos traduzia-se numa prestação de 488,98 euros. E o prazo mais longo era o do crédito automóvel, que totalizava 120 meses.

Após a consolidação, passou a pagar uma prestação total de 377,99 euros, conseguindo ainda incluir um seguro de vida e proteção ao crédito. Além disso, conseguiu reduzir o prazo deste encargo para 84 meses.

O Gonçalo conseguiu assim reduzir os seus encargos mensais em 110,99 euros, o que significa uma poupança de 1.331,88 euros ao final do ano. Sendo que a poupança, mais uma vez, é ainda maior se considerarmos que concluiu o contrato de crédito mais cedo do que o inicialmente estimado.

Seguros 

Os seguros são outra rubrica que deve rever se quer arrumar as suas finanças.

Sabe, por exemplo, quanto é que paga pelos seguros que estão associados ao crédito habitação? Também é possível conseguir reduzir este encargo. Sabia que pode manter o seu crédito habitação na atual entidade bancária e mudar os seguros para outra entidade, por exemplo? E só isto poderá ajudar a reduzir os seus encargos mensais. 

Quanto aos outros seguros, comece por identificar as suas necessidades e analise as apólices, coberturas e exclusões. Pode dar-se o caso de ter coberturas duplicadas ou seguros de que não não precisa. Só depois de analisar os riscos que pretende cobrir conseguirá encontrar o seguro ideal para si.   

E atenção: não pode olhar apenas para o fator preço, daí que seja importante pedir ajuda especializada para que possa decidir. Colocar todos os seguros na mesma companhia pode trazer alguma poupança extra, assim como aproveitar alguma campanha de descontos que esteja em vigor. 

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Vejamos o caso da Joana e do Francisco (nomes fictícios), dois titulares, de 42 e de 44 anos, sem profissões de risco nem patologias. A Joana e o Francisco têm dois créditos (um crédito habitação e um multiopções) e tinham os seus seguros feitos no banco - dois seguros de vida e um seguro de multirriscos.

O casal procurou o Doutor Finanças para perceber onde podia poupar com os seus seguros. Nesse momento pagavam:

  • 91,29 euros + 17,30 euros por mês, pelos dois seguros de vida com apenas cobertura de IAD;
  • 37,81 euros por mês, pelo seguro de multirriscos;
  • Total: (91,29+17,3+37,81)x12 = 1756,8 euros por ano em seguros.

Após a revisão, a Joana e o Francisco passaram a pagar:

  • 33,06 euros + 7,05 euros por mês, pelos dois seguros de vida com a cobertura de ITP;
  • 349,06 euros anual de seguro multirriscos;
  • Total: (33,06+7,05)x12+349,06 = 830,38 euros por ano em seguros.

A revisão dos seguros representou para este casal uma poupança de 926,42 euros por ano e com uma cobertura superior.

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Serviços  

Existem alguns serviços que são indispensáveis, como é o caso da eletricidade e da água. Ainda assim, pode sempre tentar renegociar condições com as empresas fornecedoras.

Além disso, se quiser poupar nestes serviços, há um detalhe que pode fazer a diferença ao final do mês: comunique as leituras. Fornecer as leituras da eletricidade, água e gás é muito importante, pois desta forma vai pagar o valor real do que consumiu e não uma estimativa feita pela empresa, que por vezes pode ser muito superior ao que realmente consome ou, pelo contrário, ser inferior e depois ser surpreendido com acertos.

As faturas contemplam o dia ideal para comunicar as leituras à empresa. Assim, aponte na agenda ou coloque um lembrete no telemóvel para que não deixe passar.

Analise também o seu pacote de telecomunicações. Apurar as suas necessidades e perceba se está a pagar por serviços que não precisa. Gosta de televisão e cinema? É adepto de desporto? Usa muitas vezes o smartphone fora de casa? São algumas das questões que deve responder.

Depois negoceie com a sua operadora e compare outras propostas no mercado. Uma escolha objetiva dos serviços que necessita pode traduzir-se numa poupança significativa.

O mesmo se aplica a outros serviços, como streamings de filmes ou músicas, ou serviços de mobilidade partilhada. Coloque tudo na balança e equacione o que faz sentido manter ou não. As mensalidades destes serviços, quando isoladas, até podem parecer não pesar no orçamento. Mas já fez as contas? No final do mês, a conta pode ser elevada e estes gastos pode fazer mossa nas suas finanças pessoais.

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Encare a poupança como uma prioridade 

É muito comum ouvirmos a frase “chego ao final do mês e não consigo poupar”. Contudo, esta mentalidade deve ser alterada, uma vez que a poupança deve ser encarada como uma prioridade. O ideal é poupar logo no início do mês. Isto é, assim que receber o seu salário, deve colocar logo de parte um valor destinado à poupança. Deste modo, já não vai contar com esse valor para os gastos do mês. 

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A forma mais fácil de o fazer é através de uma transferência automática, que pode programar na sua aplicação do banco. Assim, não corre o risco de se esquecer.  

Quanto ao montante a colocar, este vai depender da disponibilidade financeira de cada um, pode ser 10 , 50 ou 100 euros. O importante é fazer. Pode sempre aproveitar ocasiões de maior liquidez, como o reembolso do IRS ou os subsídios de Natal e férias, para reforçar esta poupança. E independentemente do montante, o essencial é criar o hábito de poupar.

Pode definir objetivos como umas férias, um carro novo ou um computador, por exemplo.

E não se esqueça do fundo de emergência 

Além das poupanças por objetivos, existe outra ferramenta essencial para que tenha uma vida financeira mais descansada: o fundo de emergência. Este fundo consiste numa almofada financeira destinada apenas para imprevistos, como por exemplo, uma situação de desemprego inesperada.

Os últimos tempos são a prova de que é essencial estar prevenido. Por isso, se ainda não tem um fundo de emergência, deve apostar num. Esta é uma dica essencial de finanças pessoais.

O fundo de emergência deve ser composto por um montante correspondente a, pelo menos, seis meses de despesas fixas ou três meses de rendimento. Como é lógico, este fundo não se constrói da noite para o dia, pelo que é importante reforçá-lo sempre que pode até atingir o seu objetivo.

Leia ainda: O que nunca deve fazer com o seu fundo de emergência

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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