Existem diversas razões que explicam porque decidimos "agarrar" um trabalho extra. Contudo, seja por necessidade ou fruto do seu planeamento financeiro para aumentar os seus rendimentos, não deve descurar os sinais de que pode ter atingido os seus limites físicos ou psicológicos.
Neste artigo, reunimos algumas situações que deve ponderar e, em caso de necessidade, devem ditar o abrandamento do ritmo da sua vida profissional.
Cenários de stress e burnout
Cenários de stress e burnout estão entre os fatores que podem influenciar o seu rendimento profissional, bem como a sua saúde mental. Ainda que o seu trabalho extra até possa ser lucrativo, nenhum dinheiro paga a sua saúde. Especialmente, se a deixar sempre para segundo plano. Por essa razão, procure ter um equilíbrio entre o trabalho e a sua vida pessoal. Isto inclui ter tempo para os momentos com a sua família, descansar e fazer aquilo que mais gosta.
Se tiver de "trabalhar até à exaustão" por falta de dinheiro, então o mais provável é que algo esteja errado. Ter um trabalho extra é ótimo para equilibrar um orçamento familiar, mas existem outras soluções.
Por exemplo, se ainda não faz um orçamento familiar, deve fazê-lo. Comece por avaliar as suas despesas mensais e agrupe-as em categorias. Depois, elimine as que são desnecessárias. Desta forma, pode encontrar alguma folga que lhe permita gerir as despesas sem tanta pressão.
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Falta de socialização
A socialização, ou a falta dela, é um outro indicador que deve abrandar o seu ritmo de trabalho.
Se nos últimos tempos não tem tido tempo para estar com os seus familiares ou amigos, então significa que o trabalho está a "abanar" um dos maiores pilares da felicidade e da saúde. Já que a interação diária é um fator importante para a sanidade mental e para um bom desempenho no trabalho.
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Sem tempo para fazer o que realmente gosta
Uma das maiores dificuldades quando se tem um trabalho extra é lidar com a reduzida disponibilidade. Por ter de trabalhar mais horas do que o normal, acaba por não ter tanto tempo para lazer. No entanto, o trabalho extra não deve colocá-lo numa posição em que nunca consegue usufruir dos momentos que mais lhe trazem prazer. Se isso se confirmar, então é um alerta.
Comece por reavaliar o tempo que tem atualmente disponível e que desejava ter. Depois, o limite máximo de horas para o trabalho, de forma a não perder os momentos de que tanto gosta e ainda conseguir trazer para casa um dinheiro extra.
Se concluir que ao ter um trabalho extra não consegue ter tempo suficiente para se dedicar ao que mais gosta, não desanime e faça contas: mais importante do que as horas que trabalha é quanto ganha por hora.
Por outro lado, se as suas competências não chegarem para conseguir um emprego com um melhor salário, invista em si, na sua formação. Procure saber quais são as necessidades do mercado e informe-se sobre as novas tendências.
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Tem comprometido a qualidade das suas refeições?
Com mais horas de trabalho do que o "normal", é fácil descuidar as refeições e acabar por comer "qualquer coisa", porque chega a casa exausto. No entanto, uma má nutrição aliada a stress adicional, é uma receita bastante perigosa para a sua saúde.
Se estiver numa situação em que mal tem tempo para cozinhar, deve ponderar abrandar o seu ritmo de trabalho. Caso contrário, mais cedo ou mais tarde, vai sentir os efeitos negativos. Por isso, esteja atento à sua saúde: não substitua uma boa hora de refeição por uma de trabalho extra.
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Despende mais tempo no trabalho extra do que no principal?
Outra situação de alerta, que o deve levar a questionar-se sobre a viabilidade do seu trabalho extra, é o desiquilíbrio de dedicação entre os dois trabalhos, sobretudo se o emprego principal ficar para trás. Isto pode ter consequências negativas na sua situação profissional. Uma das regras de ouro para ter sucesso no seu trabalho extra é precisamentenão deixar que este interfira com o seu emprego principal.
Existem diversas situações que demonstram o quão o seu trabalho extra está a causar mais danos do que benefícios. Quando começa a sentir que o seu emprego principal já não é suficiente para satisfazer as suas "necessidades" financeiras, significa que algo não está correto. Da mesma forma, se sentir a tentação de deixar o seu emprego principal mais cedo, para atender às tarefas do seu trabalho extra, então é sinal que a sua atenção está demasiado virada para o acessório, e não para o essencial.
Além destes "sintomas", existem riscos. Por exemplo, se a carga de trabalho aumentar no seu trabalho principal, dificilmente conseguirá completar as tarefas. Se for recorrente, pode colocar o seu emprego principal em risco.
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"Tempo é dinheiro" até num trabalho extra
Desde sempre se ouviu que "tempo é dinheiro". Na verdade, o tempo, ao contrário do dinheiro, é um recurso finito. No entanto, muitas vezes este princípio é esquecido e as pessoas acabam por trabalhar "horas infinitas", sem saberem, exatamente, quanto vale cada hora do seu trabalho.
Por exemplo, imagine que tem um trabalho extra que lhe rende 300€ ao final do mês, trabalhando quatro horas por semana, e um outro que lhe rende apenas 100€, mas só precisa de trabalhar 1 hora por semana. Numa primeira análise, parece que o primeiro caso até é melhor, pois acaba por receber mais 300€ no final do mês. No entanto, o valor que recebe por hora no segundo caso (25€/hora) é bastante superior ao primeiro (18,75€/hora).
Apesar de receber bastante menos ao final do mês, fica com mais horas livres que pode dedicar a atividades que rendam um valor, por hora, superior. Na prática, a sua disponibilidade é a melhor ferramenta que tem para aumentar os seus rendimentos.
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