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Crédito habitação: é melhor optar por taxa fixa?

Se vai fazer um crédito habitação ou já tem um a decorrer com taxa variável, saiba o que deve analisar antes de mudar para taxa fixa.

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Crédito habitação: é melhor optar por taxa fixa?

Se vai fazer um crédito habitação ou já tem um a decorrer com taxa variável, saiba o que deve analisar antes de mudar para taxa fixa.

As taxas de juro continuam em níveis historicamente baixos. Mas, com a evolução da inflação, mas também da economia, o mais provável é que as taxas Euribor comecem a subir. 

Para quem tem crédito habitação, a prestação mensal que paga pela casa pode, consequentemente, ficar mais cara, e é normal que se questione se é altura de mudar para taxa fixa

Será este o momento certo para mudar para taxa fixa? 

Não há uma resposta certa para esta dúvida. Depende de muitas questões. Estabilidade e a certeza da taxa fixa pagando mais agora, mas (provavelmente) menos mais tarde? Prefere manter-se a pagar menos agora com uma taxa variável, não sabendo se poderá vir a pagar mais caso as taxas de juro aumentem? A casa que está financiada por esse empréstimo é para viver o resto da vida ou tenciona mudar de casa nos próximos anos? 

Existe ainda uma terceira opção: a taxa mista. Consiste em fixar uma taxa durante 5, 10 ou 15 anos (o prazo que decidir), e depois do período estabelecido, passar para uma taxa variável.   

São várias as opções. Nada como analisar as duas opções, em diferentes bancos, para verificar qual a mais vantajosa.  

A taxa de inflação na zona euro atingiu os 5,1% (um valor nunca antes visto). Se esta evolução se mantiver - sendo que a invasão da Ucrânia antecipa novos aumentos de preços dos bens - as taxas de juro podem vir a subir ainda em 2022. Neste contexto, é fundamental que os portugueses se preparem para pagar mais pelo crédito habitação. 

Ainda assim, é importante ter em consideração que a história nos mostra que as subidas não serão bruscas, uma vez que o Banco Central Europeu (BCE) tem por regra implementar alterações progressivas.

Exemplo prático  

Imagine que tem um crédito habitação de 100 mil euros, faltando-lhe 300 meses para concluir o contrato. Tendo em consideração que tem um spread de 1,25% e que a referência foi a taxa variável com a Euribor a seis meses de agosto (altura em que estava nos -0,523%), agora vai ocorrer a revisão da prestação com base na Euribor de fevereiro (-0,503%). Como a taxa está menos negativa, a prestação deste caso vai aumentar menos de 1 euro. 

Por outro lado, se optar por taxa fixa e esta corresponder a 2%, por exemplo, o crédito com as condições acima descritas corresponde a uma prestação de 423,85 euros, mais 58,32 euros do que a prestação a taxa variável. 

A taxa fixa acaba sempre por ser elevada do que a taxa variável, o que significa uma prestação mais alta, pelo menos inicialmente. 

Ainda não tenho um crédito habitação. Qual a taxa que devo escolher?  

Se não tiver ainda um crédito habitação, mas está a pensar fazer um, a lógica é a mesma do ponto anterior.  Não existe uma opção melhor do que a outra.

Com a taxa fixa pode ter maior estabilidade, mas, neste momento pagar mais por mês. Por outro lado, com a taxa variável pode ter uma mensalidade menor, mas também uma maior instabilidade. Uma vez que a taxa variável oscila consoante os níveis da Euribor (que neste momento ainda se encontram em níveis negativos).  

Por exemplo, se tiver o seu crédito associado à Euribor a seis meses, a sua prestação vai ser revista semestralmente. Logo, se as taxas de juro subirem, quando for o momento de rever a sua prestação, o valor que paga vai aumentar de acordo com a atual referência da taxa Euribor. Já com a taxa fixa isso não acontece.  

Atenção à comissão por liquidar o crédito mais cedo 

Se decidir antecipar o final do atual contrato de crédito, seja porque vendeu a casa ou porque vai transferir o empréstimo para uma instituição que lhe ofereça melhores condições de financiamento, a instituição atual pode vir a cobrar-lhe uma comissão pelo reembolso antecipado

Para um crédito com uma taxa variável, a comissão é de 0,5% sobre o capital a reembolsar, se o contrato estiver associado a uma taxa fixa, a comissão passa para 2% sobre o capital a reembolsar. Ou seja, se tiver um capital em dívida de 50.000 euros pelo seu crédito e uma taxa variável, e pretender amortizar este valor, terá de pagar ao banco uma comissão de 250 euros (50.000 x 0,005). Mas se tiver uma taxa fixa, a comissão a pagar ao banco vai ser de 1.000 euros. Por isso, este deve ser um dos fatores a ter em conta no momento de decisão da taxa que quer no seu crédito habitação ou se pretender alterá-la ao longo do contrato. 

Como posso mudar a taxa do meu crédito habitação?  

Primeiro do que tudo, saiba que, se tem um crédito habitação há mais de dois anos, pode fazer a sua transferência para outra entidade que lhe ofereça melhor condições. Portanto, se pretende mudar para taxa fixa ou apenas analisar se compensa ou se consegue encontrar melhor condições, basta analisar o mercado.  

No Doutor Finanças, os nossos especialistas estão disponíveis para o apoiar a encontrar a melhor solução e tomar a melhor decisão. Tratamos da burocracia por si, acompanhamos o seu processo do princípio ao fim e esclarecemos todas as dúvidas que possam surgir. E isto, sem custos! 

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