A ERSE- Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos anunciou, recentemente, um aumento dos preços do gás natural no mercado regulado, o qual entra em vigor já a partir do dia 1 de julho. A subida será de dois euros por megawatt-hora (MWh), ou seja, cerca de 3,3%.
Assim, é igualmente esperado um novo aumento no mercado regulado em outubro de 3,9%. A tendência de aumentos vai estender-se para o próximo ano.
Segundo a ERSE, esta subida “decorre da monitorização do custo médio de energia no mercado regulado”. Por outro lado, o regulador sublinha que esta decisão afeta os clientes finais que ainda são fornecidos em mercado regulado.
Aumento dos preços do gás natural: qual o impacto na sua carteira?
A partir de julho
De acordo com a ERSE, a partir de julho, e a título de exemplo, os aumentos na fatura serão:
- Casal sem filhos com consumo anual de 138 m3 - 33 cêntimos;
- Casal com dois filhos - cerca de 70 cêntimos.
Assim, segundo estimativa do regulador, a partir de 1 de julho, a fatura mensal do gás natural pode atingir em média os seguintes valores:
- 12.73€, para o primeiro caso;
- 24,11€ para o segundo.
A partir de outubro
Com mais uma subida de 3,9% a partir de outubro, teremos os seguintes aumentos em fatura (em relação ao que paga agora):
- Casal sem filhos - mais 81 cêntimos;
- Casal com dois filhos - mais 1.57€.
Em suma, para ter uma ideia da grandeza dos aumentos, falamos de uma subida de 8,2% a partir de 1 de outubro e até setembro de 2023, em relação ao período homólogo, tal como já tinha sido previsto pelo regulador em março.
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Como se explica o aumento dos preços do gás natural?
Segundo a ERSE, estes aumentos "surgem num contexto atual de forte incerteza, marcada pela escassez de oferta face à procura de matérias-primas e energia devido à situação pandémica de Covid-19 e à guerra na Ucrânia".
Esta conjuntura trouxe consequências para a economia, nomeadamente:
- Agravamento da subida dos preços da energia nos mercados grossistas;
- Aumento do risco de um cenário de menor crescimento económico;
- por fim, uma maior inflação.
Além desta revisão, à semelhança do que acontece no mercado da eletricidade, o regulador pode ainda fazer alterações intermédias a cada trimestre, tal como se está a verificar para o mês de julho.
Contudo, as mudanças não estão a sentir-se apenas no mercado regulado. No mercado livre, a Galp também já anunciou que a partir de 1 de julho o preço do gás natural terá um aumento de cerca de 3,60 euros para o escalão mais representativo, embora mantenha o preço da eletricidade.
Apesar dos aumentos, e deste contexto, o preço regulado continua a ser a opção mais barata para os clientes domésticos.
Ainda assim, num milhão e meio de consumidores, só 230 mil pessoas optam por consumir gás a preço regulado. A esmagadora maioria dos consumidores migrou para o mercado liberalizado, onde a oferta é mais cara.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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