Os painéis solares ou fotovoltaicos são capazes de produzir energia suficiente para fornecer a eletricidade necessária à sua casa. Em caso de excesso da produção de energia, também é possível armazenar e guardar em baterias, ou fazer dinheiro com isso, vendendo o excedente à rede.
Neste artigo, procuramos explicar de que forma funcionam os painéis solares, que tipos existem, onde podem ser instalados, os custos que podem ter e como pode monitorizar o seu funcionamento.
Como funcionam os painéis solares?
O objetivo dos painéis solares ou fotovoltaicos é converter luz solar em eletricidade, através de células. A energia gerada depende de fatores como a intensidade da luz que incide. Por exemplo, um dia de céu aberto faz com que os painéis solares produzam mais energia do que um dia de céu coberto.
Depois, é através de uma corrente contínua que a eletricidade dos painéis solares é produzida. Esta não é compatível com os aparelhos eletrónicos utilizados em casa, por isso, de forma a ser consumida, tem de ser convertida para uma corrente alternada com um inversor.
Isto é, para ser utilizada no imediato a eletricidade tem de ser convertida após produzida, pode ser armazenada em baterias para que se possa utilizar depois, ou então vendida à rede elétrica.
Para vender energia produzida em excesso à rede, é necessário pagar um registo. O valor de venda pode ficar caro. A energia pode ser vendida a um preço fixo ou indexado ao do mercado de energia OMIP. Pode vender essa energia em excesso a qualquer empresa comercializadora ou que represente os clientes produtores no mercado de energia.
Saiba que, para que possa vender o excedente de energia à rede, precisa de abrir atividade nas finanças através do CAE 35113.
Que tipos de painéis solares existem?
Existem os seguintes tipos de painéis solares: Monocristalinos, Policristalinos e os Bifaciais (existem ainda outros, mas não são tão comuns).
Monocristalinos
São os painéis com maiores coeficientes de eficiência energética, mas os que têm maiores custos de produção. Isto porque possuem cristais de maiores dimensões e constituintes como diamantes. O seu custo reflete-se no preço final.
Policristalinos
Estes apresentam uma menor coeficiência energética do que o anterior, então são os mais comuns de instalar, uma vez que o seu custo de produção é inferior. São painéis que possuem cristais de menor dimensão, e os seus constituintes não são considerados tão nobres, como o cobre e o ferro.
Bifaciais
Os painéis bifaciais funcionam com duas faces de células para produzir eletricidade. Uma das faces fica virada para o sol e a outra aproveita, indiretamente, a radiação refletida do local onde o painel ficou instalado.
Outros
Entre os painéis solares fotovoltaicos menos comuns constam, por exemplo, os "Thin-Film". Estes permitem que outros componentes passem a produzir eletricidade. Isto porque são facilmente incorporadas em telhas, vidros, alvenaria, entre outros.
Leia também: Investir em painéis fotovoltaicos: Como escolher e que apoios posso pedir
Onde podem ser instalados os painéis?
Os painéis solares podem ser instalados em moradias ou em apartamentos. Nos apartamentos, existem duas opções: ou instalar numa Unidade de Produção para Autoconsumo (UPAC) individual, ou numa UPAC coletiva. Neste segundo caso, a energia produzida é compartilhada por vários participantes num regime de Autoconsumo Coletivo (ACC), através de um coeficiente de partilha definido.
Se quiser colocar uma UPAC individual, é necessário pedir aprovação ao condomínio. Para poder avançar, precisa de 2/3 de aprovação em assembleia. Mas, caso seja para autoconsumo coletivo, só precisa de 50% de votos favoráveis.
Para comunicar à administração do condomínio que quer colocar uma UPAC individual, tem de o fazer com uma antecedência de, pelo menos, 60 dias prévios à data da instalação ou ao proprietário, se for o caso.
É possível a administração do condomínio opor-se à instalação de uma UPAC em parte comum do edifício, no prazo de 20 dias a contar da receção da informação, nas seguintes situações:
- Se a instalação da UPAC prejudicar a linha arquitetónica do edifício;
- Caso o dimensionamento da UPAC restrinja de forma desproporcional os direitos dos outros condóminos;
- Se a dimensão ou localização da UPAC impedir ou dificultar significativamente o acesso a outros equipamentos;
- Ou caso a instalação da UPAC colocar em risco a segurança de bens e pessoas.
Caso instale uma potência até 350W em painéis solares, não necessita de comunicar a nenhuma entidade. Mas saiba que, se instalar soluções entre 350W e 30kW de potência, precisa de efetuar uma comunicação prévia à Direção Geral de Energia e Geologia.
Quanto podem custar os painéis solares?
Os preços dos painéis solares podem variar de acordo com a potência. Por exemplo, para uma potência de 500W, os custos começam nos 500 euros, e para uma potência de 1500W, os custos podem ir até cerca de 1500 euros.
Também tem custo a instalação dos painéis solares, apesar de os mesmos poderem ser instalados pelo próprio utilizador. Para a instalação, pode contratar um serviço especializado e credenciado que garanta as melhores condições de funcionamento e segurança.
Então, os preços podem variar entre 1100 euros/kWp a 800 euros/kWp, intervalo de valores que vai diminuindo com o aumento da capacidade do sistema.
Para sistemas mais pequenos, o preço não costuma ser competitivo. Mas deve ter atenção para que a instalação não seja sobredimensionada. Para isso, verifique os dados de consumo e a capacidade de autoconsumo.
Existem apoios do Estado?
Apesar dos custos, é possível ter apoios do Estado, com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Através do Programa de Apoio a Edifícios Mais Sustentáveis, consegue uma comparticipação de até 85% do custo dos painéis, até um valor máximo de 2.500 euros.
E, além disso, se uma família for beneficiária da Tarifa Social de Energia Elétrica, proprietária e residente permanente da habitação, pode candidatar-se ao Vale Eficiência. Este valor tem um valor de 1.300 euros (+IVA) e pode utilizá-lo na compra dos painéis fotovoltaicos.
Atenção: só é possível realizar a candidatura, após já ter investido nos painéis.
Como funciona a monitorização dos painéis?
Se quiser monitorizar a produção e o consumo de energia dos seus painéis fotovoltaicos, pode fazê-lo em tempo real através de um sistema próprio de monitorização.
Este sistema é o mesmo que está responsável por converter a energia da corrente contínua para a corrente alternada. Através dele, é possível visualizar o perfil de produção e consumo, pelo seu telemóvel, computador ou outro dispositivo. Atenção: para que possa monitorizar a produção e o consumo, tem de pedir que adicionem ao projeto este item.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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