Num momento em que Portugal tem registado valores históricos de inflação, os mais altos desde 1992, é fundamental gerir as suas finanças cuidadosamente, nomeadamente adotando hábitos de poupança e de métodos para gestão das despesas. Quem o faz, está a contribuir positivamente para a sua saúde e bem-estar financeiro.
Neste artigo damos 3 dicas de como melhorar o seu bem-estar financeiro, através de hábitos de poupança e métodos de gestão de despesas. A adoção deste tipo de práticas pode ter um grande impacto no seu bem-estar, nomeadamente na melhoria da sua saúde mental e bem-estar.
1. Adote hábitos de poupança
Talvez esta dica seja a mais difícil de aplicar, devido à necessidade de auto-controlo para resistir a alguns impulsos inerentes às despesas do dia a dia. No entanto, a dica é simples, não consuma mais do que aquilo que precisa.
Existem inúmeros hábitos de poupança, sendo que alguns até podem ser divertidos. Já pensou na viagem de carro que faz todos os dias para o seu trabalho, ou ginásio? Se faz esses percursos no seu carro, considere a partilha de boleias com outras pessoas; considere familiares, conhecidos ou colegas de trabalho, e aproveite para socializar.
Nem todos estes hábitos têm o potencial para o divertir, sendo que alguns são de mais fácil adoção do que outros. Assim, deve ponderar:
- Reaproveite tudo o que for possível na cozinha (cascas de legumes e vegetais são ótimos para fazer caldos naturais e saborosos);
- Evite banhos longos e demorados;
- Poupe água enquanto escova os dentes;
- Tenha atenção à eficiência energética dos equipamentos que tem (ou compra), especialmente as lâmpadas;
- Não vá às compras com fome, uma vez que será mais difícil resistir aos impulsos de comprar comida que não precisa.
Ora, esta lista pode continuar, mas a ideia é simples: o importante é a implementação do mindset de poupança. Nesse caso, os hábitos começam a surgir com naturalidade.
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2. Crie um sistema de gestão das despesas
Nem sempre é fácil fazer uma gestão eficaz do nosso ordenado. Existem muitas variáveis na equação: despesas fixas ou variáveis, subida e descida de preços, e ainda necessidades especiais e inesperadas. Deste modo, torna-se importante estar preparado para eventuais contratempos. É aqui que os métodos de gestão de despesas lhe podem trazer bastante utilidade.
O sistema 50-35-15 consiste na atribuição de uma percentagem do orçamento mensal a diferentes categorias de despesas:
- Despesas fixas essenciais (50%) - aqui incluem-se despesas com habitação (seja renda ou prestação de crédito), transportes, alimentação, água, eletrecidade, gás, telefone, internet, etc.;
- Estilo de vida (35%) - esta categoria engloba gastos como idas ao restaurante, mensalidade do ginásio ou serviços de streaming, serviços de estética, etc.;
- Poupanças e emergências (15%) - caso não possua um fundo de emergência, deve começar por acumular dinheiro numa conta separada até um valor de aproximadamente 6 vezes o seu salário mensal. Quando atingir este montante, começe a poupar mensalmente os 20% separadamente. Ocasionalmente, se precisar de utilizar o fundo de emergência (por exexmplo, caso o carro ou algum eletrodoméstico avarie), volte a alocar estes 20% até alcançar o valor predifinido.
Método 50-35-15 na prática
Para um exemplo que uma pessoa que receba 900€ líquidos mensais:
- Despesas fixas essenciais - 450€
- Estilo de vida - 315€
- Poupanças e emergências - 135€
As percentagens apresentadas pretende-se que sejam apenas indicativas, e que ajudem a melhorar a percepção de todas as categorias de despesas existentes. Face à situação económica atual, percebe-se que estas percentagens possam não estar ao alcance de todos. Em função do salário líquido mensal e das despesas fixas essenciais, as percentagens poderão eventualmente ser reajustadas. Porém, deve ser mantido o equilíbrio entre as categorias.
Repare que o objetivo deste método é o de impor limites quantitativos às despesas fixas essenciais e ao estilo de vida, as quais geralmente representam a grande maioria das despesas mensais. A categoria que o ajudará mais é a das poupanças e emergências, ao melhorar a sua saúde financeira. É com este dinheiro que deve fazer planos para o futuro e realizar os seus sonhos, pelo que quanto maior for a percentagem que consegui alocar, melhor!
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3. Estude, aprenda, e aplique
Costuma dizer-se que o melhor investimento é em nos próprios. E neste caso, é mesmo. A melhor forma de adotar novos hábitos de poupança e de melhorar as suas finanças pessoais, é através da aprendizagem constante. Regularmente são publicados novos conteúdos, com ideias e abordagens diferenciadas em relação a estes temas. Analise cada um e decida se fazem sentido na sua vida pessoal e financeira.
Como sabe, o Doutor Finanças é especialista na criação deste tipo de conteúdo. São inúmeros os artigos sobre os mais variados temas em torno de finanças pessoais. Caso pretenda dar início, ou continuidade, ao processo de aprendizagem em finanças pessoais, seguem-se alguns exemplos de artigos relevantes:
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Saúde financeira e bem-estar
O conceito de saúde financeira diz respeito à forma como se gerem os assuntos relacionados com dinheiro. Se é uma pessoa que tem as finanças equilibradas, produz poupança regularmente, e consegue absorver despesas inesperadas, significa que possui uma boa saúde e bem-estar financeiros.
Este conceito de saúde é igualmente importante à saúde física e psicológica, até porque ambos estão interligados. A ausência de saúde financeira está fortemente associada ao stress e ansiedade, que podem provocar diversos problemas de saúde e bem-estar.
Assim, deve tomar a iniciativa de melhorar proativamente a sua saúde financeira, através de uma aprendizagem contínua e pela adoção de hábitos de poupança e métodos de gestão de despesas.
O objetivo deste processo não é que viva em função do dinheiro que gasta; ao invés, vai reduzir a necessidade de se preocupar constantemente com as decisões financeiras, resultado da adoção dos hábitos de poupança e métodos de gestão de despesas.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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