O ano letivo terminou de forma atribulada, mas o mês de agosto manteve-se como o mês das candidaturas ao ensino superior. É um mês de grande ansiedade e expectativa para milhares de portugueses que tomam uma decisão importante para o seu futuro. Há os que já estão decididos há muito tempo e há os que escolhem as opções à última hora - mas todos têm algo em comum: expectativas sobre o futuro.
Na análise e definição das opções a que se candidatam, há vários fatores a pesarem na equação: a vocação, as possibilidades económicas (nomeadamente por causa dos gastos em propinas, mudança de cidade, etc.) e empregabilidade. É sobre esta última que nos debruçamos neste artigo.
No fundo, a empregabilidade é a principal métrica do retorno do investimento feito num curso superior, por ser, talvez, a mais tangível. A lista de cursos com maior empregabilidade, disponibilizada anualmente pelo portal InfoCursos - Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, com o apoio da Direção-Geral do Ensino Superior, foi lançada em julho.
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Saúde e engenharias com desemprego zero
São 68 os cursos que têm 100% empregabilidade, segundo o InfoCursos.
O top 10 de cursos com maior empregabilidade é dominado pelos cursos de Saúde (estando Medicina nos primeiros 6 lugares) e Engenharia Informática. No entanto, ao alargarmos a análise para os 20 cursos com menos desemprego, surgem cursos de outra áreas, como a Música, Arquitetura e Educação Básica.
Estabelecimento | Natureza | Tipo Ensino | Nome Curso | Grau | Taxa de desemprego |
Universidade de Lisboa | Publico | Universitário | Medicina | MestradoIntegrado | 0 |
Universidade de Coimbra | Publico | Universitário | Medicina | MestradoIntegrado | 0 |
Universidade Nova de Lisboa | Publico | Universitário | Medicina | MestradoIntegrado | 0 |
Universidade do Porto | Publico | Universitário | Medicina | MestradoIntegrado | 0 |
Universidade do Minho | Publico | Universitário | Medicina | MestradoIntegrado | 0 |
Universidade da Beira Interior | Publico | Universitário | Medicina | MestradoIntegrado | 0 |
Universidade de Lisboa | Publico | Universitário | Engenharia Informática e de Computadores | Licenciatura | 0 |
Universidade de Évora | Publico | Politécnico | Enfermagem | Licenciatura | 0 |
Instituto Politécnico de Lisboa | Publico | Politécnico | Engenharia Informática e de Computadores | Licenciatura | 0 |
Instituto Politécnico de Beja | Publico | Politécnico | Enfermagem | Licenciatura | 0 |
Universidade de Aveiro | Publico | Universitário | Música | Licenciatura | 0 |
Universidade de Lisboa | Publico | Universitário | Arquitetura | MestradoIntegrado | 0 |
Universidade de Lisboa | Publico | Universitário | Engenharia de Telecomunicações e Informática | Licenciatura | 0 |
Universidade de Lisboa | Publico | Universitário | Engenharia Física Tecnológica | MestradoIntegrado | 0 |
Instituto Politécnico de Setúbal | Publico | Politécnico | Enfermagem | Licenciatura | 0 |
Instituto Politécnico de Setúbal | Publico | Politécnico | Educação Básica | Licenciatura | 0 |
CESPU‐Instituto Politécnico de Saúde do Norte | Privado | Politécnico | Enfermagem | Licenciatura | 0 |
Universidade Católica de Lisboa | Privado | Universitário | Psicologia | Licenciatura | 0 |
Universidade Católica de Lisboa | Privado | Politécnico | Enfermagem | Licenciatura | 0 |
Universidade o Algarve | Publico | Universitário | Enfermagem | Licenciatura | 0 |
Escolha consciente mas com flexibilidade para a mudança
O momento da candidatura, com as 6 opções definidas por ordem de preferência pode causar grande ansiedade e expectativas para o futuro profissional. Mas a verdade é que não é uma decisão imperativa - não é nesse momento que fica definido o que o candidato vai fazer para o resto da vida, sem possibilidade de mudança. Ainda que deva ser uma escolha consciente e responsável, não deve ter esse peso.
Quer durante o percurso académico, quer durante a vida profissional há muitos cenários para readaptar as escolhas feitas:
- Transferência de curso: caso a primeira escolha não tenha sido a melhor, é possível pedir transferência - se a segunda opção for da mesma área e com cadeiras compatíveis;
- Congelamento de matrícula: no fundo, deixar o curso em standby para refletir ou ganhar outro conforto financeiro para levar a formação até ao fim;
- Especialização noutra área: após a licenciatura é possível continuar estudos noutra área, especializando-se durante o mestrado - claro que isto pode ser um desafio acrescido porque o mestrado pressupõe conceitos que deveriam ter sido aprendidos na licenciatura equivalente.
- Segunda licenciatura: não é invulgar haver pessoas a tirar mais do que uma licenciatura, para mudar de área ou por gosto em aprofundar outros conhecimentos;
- Hobbie (com o bónus do rendimento extra): nem todas as profissões permitem esta última opção. Mas há quem não consiga emprego a full time na área e acabe por ficar com um emprego diferente, mas mantenha alguma atividade, como freelancer, por exemplo, com o curso que tirou. Assim, exerce o que gosta e ainda tem um rendimento extra com isso.
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Independentemente dos cursos com maior empregabilidade, de forma geral, estudar no ensino superior compensa. A taxa de desemprego entre os diplomados tem vindo a cair. Em 2018 registava-se uma percentagem de 8,1% de desempregados licenciados (inscritos no IEFP - Instituto de Emprego e Formação Profissional), os últimos dados de 2020, segundo o portal infocursos, apontam para 3,3%.
Apesar de o grande investimento que representa a frequência de um curso superior, o retorno compensa na maioria dos casos. Faça as contas, mas deixe que a intuição e a vocação também tenham uma palavra a dizer. Boas escolhas!
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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4 comentários em “Ensino superior: o peso da empregabilidade na escolha do curso”