Mesmo com a pandemia do novo coronavírus a dificultar o dia a dia dos portugueses, a vida não para, e voltam a sair novos finalistas das universidades para o mercado de trabalho. Um ciclo que terminou sem as conhecidas celebrações e sem a merecida viagem de finalistas.
Esta forma de terminar a época académica, para além de ter sido dolorosa para a maioria dos finalistas de 2019/2020, traz também consigo muitas dúvidas e preocupações com o futuro. Isto porque o país foi avassalado pelo Covid-19, trazendo consigo o fecho de muitas empresas e o consequente despedimento de muitos colaboradores, aumentando a incerteza sobre o mercado de trabalho.
Exemplo disso, são os dados divulgados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), onde consta que o número de desempregados registados aumentou 34,0% em maio, em comparação com o mesmo período do ano passado. Este aumento elevou para 408.934 o número de pessoas desempregadas no mês de maio.
Embora muitas empresas tenham dispensado muitos colaboradores e até fechado, existem, por outro lado, empresas que estão a recrutar em pleno covid-19. Por isso, e de forma a incentivar e ajudar os jovens que querem ingressar no mercado de trabalho, reunimos algumas dicas para tornar este processo mais fácil e eficaz.
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Antes de começar a procurar, prepare-se
O primeiro passo, e imprescindível, é fazer um bom currículo e uma carta de motivação/apresentação. À medida que for vendo as ofertas, leia a descrição do trabalho e verifique se as competências correspondem ao que estão à procura. Se for necessário, adapte o seu cv à oferta.
Deve também partilhar o seu currículo online, nas plataformas destinadas para tal, como é o caso do Linkedin.
É ainda importante que consiga diferenciar-se, procurando formas criativas de desenvolver a sua marca pessoal, como por exemplo recorrendo ao vídeo, que em tempos de pandemia, pode ser um ótimo aliado para que o recrutador o conheça melhor.
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- Nem só de CV vive uma candidatura
- A importância das soft skills no processo de recrutamento
Procure emprego de forma organizada e comprometida
Procurar trabalho, dá trabalho, por isso mesmo deve encarar esta procura como um trabalho de tempo integral. É importante que organize os seus dias, que determine quantas horas e qual o horário que vai dedicar à procura de trabalho e comprometer-se com isso.
Faça-se valer do mundo digital
O positivo é que, com ou sem Covid-19, a internet continua a ser o maior recurso disponível para procurar emprego. Por isso é importante que consiga tirar o máximo proveito deste recurso, tornando a sua pesquisa online mais eficiente. Por exemplo, defina alertas das ofertas, filtrando por regiões, funções e setores de interesse.
Pode procurar ofertas de emprego e fazer candidaturas online em:
- Websites de ofertas de emprego;
- Website do IEFP – Instituto de Emprego e Formação Profissional;
- Websites de empresas de trabalho temporário e consultoras de recursos humanos;
- Websites das empresas de interesse.
Dedique tempo ao networking e fortaleça relações
Ainda no seguimento da importância de apostar no mundo digital, deve aproveitá-lo para fortalecer e fazer novos contactos, o chamado networking.
Por um lado, deve reforçar a comunicação com aqueles contactos que já tem, como é o caso dos amigos e professores, e manifestar o seu interesse pela entrada no mercado de trabalho e perceber se têm conhecimento de algumas ofertas.
Por outro lado, deve apostar em fazer novos contactos com pessoas e profissionais com que se identifique. Participar em fóruns e lives das suas áreas de interesse vai ajudá-lo ainda a conhecer pessoas da área.
E onde fazer estes contactos? Uma ótima plataforma para fazê-lo é o Linkedin. No Facebook também pode encontrar grupos de partilha de ofertas de emprego, por zona e/ou por área profissional.
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Concorra a ofertas de estágios profissionais
Os estágios profissionais são um apoio do IEFP à (re)inserção profissional através do desenvolvimento de uma experiência de formação prática em contexto de trabalho.
Estes estágios têm uma duração de 9 meses, não prorrogáveis, tendo em vista promover a inserção de jovens no mercado de trabalho ou a reconversão profissional de desempregados.
Com a pandemia do Covid-19 e o consequente aumento da taxa de desemprego, o IEFP viu-se forçado a tomar medidas de “Apoio ao Reforço de Emergência de Equipamentos Sociais e de Saúde”. Esta medida tem como objetivo empregar pessoas em instituições públicas e do setor solidário na área social e da saúde (ex.: lares, centros de acolhimento, apoio ao domicílio) que estão em sobrecarga devido à pandemia da doença COVID-19. Estão elegíveis a este trabalho, pessoas entre os 18 e 60 anos sem fatores de risco, que se encontrem numa das seguintes situações:
- Desempregados (com ou sem subsídio, inscritos ou não no Centro de Emprego);
- Trabalhadores em lay-off ou com horário reduzido;
- Trabalhadores em part-time;
- E estudantes do ensino superior ou formandos com mais de 18 anos.
Os projetos têm a duração de um mês, podendo ser prorrogáveis mensalmente, até 31 de dezembro de 2020. A remuneração trata-se de uma bolsa mensal de 438,81€ (acresce ao subsídio de desemprego) ou 658,22€ para desempregados sem subsídio e restantes grupos, acrescendo ainda a alimentação nos dias de trabalho e despesas de transporte até ao valor de 10% do IAS (€43,88). Esta bolsa como não faz descontos para a Segurança Social, não vai prejudicar outras prestações sociais que possa estar a receber.
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Procure ofertas de teletrabalho
Embora se ouça falar mais nos dias de hoje, a verdade é que o teletrabalho já era uma alternativa que estava a ganhar muito terreno no mercado.
É certo que esta opção não é válida para todas as áreas. Mas se no seu caso esta até é uma possibilidade ou se sente mais confortável em ficar em casa nesta fase, saiba que, em alguns websites de ofertas de emprego, já pode pesquisar diretamente pela opção de teletrabalho ou trabalho remoto.
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Prepare bem a entrevista
Se após os passos anteriores conseguir uma entrevista, é importante que se prepare para esse grande momento. Dada a pandemia do novo coronavírus e a necessidade do distanciamento social, é muito provável que faça a sua entrevista de forma virtual. Por isso é importante que tenha alguns cuidados acrescidos, como garantir que a sua internet está a funcionar bem, que está num local adequado (silencioso e bem iluminado) e que tem a plataforma onde vai ser realizada a entrevista, instalada e a funcionar adequadamente. E não é por estar em casa que deve descurar a sua imagem. Por isso, vista-se adequadamente, tal como se fosse fazer a entrevista presencialmente.
Para além destes detalhes, deve procurar saber o máximo possível sobre a empresa e sobre a oferta. E ainda estruturar como se pretende apresentar e simular alguns respostas-tipo.
Leia ainda: Que questões colocar à empresa no final de uma entrevista de emprego?
Aposte em cursos e formações online
Uma vez que o conhecimento não ocupa lugar, enquanto aguarda a sua oportunidade para entrar no mercado de trabalho, pode dedicar algum do seu tempo livre ao desenvolvimento das suas capacidades profissionais, aumentando assim a probabilidade de conseguir uma vaga de emprego.
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Considere outras oportunidades laborais
Claro que o expectável é que consiga arranjar um trabalho dentro daquela que é a sua especialidade, contudo, nem sempre é possível, principalmente numa fase de crise económica e onde algumas áreas foram mais prejudicadas do que outras. Por isso, é importante que mantenha as suas opções em aberto e que considere oportunidades de outras áreas, encarando isso como algo temporário.
Pode também considerar fazer um período como trabalhador independente na sua área formação ou dentro de outra habilidade que tenha.
Pesquisar por vagas de trabalho temporário e de freelancer, vai aumentar o número de oportunidades disponíveis.
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Embora a situação atual lhe provoque algum nervosismo e ansiedade, é importante que seja paciente e compreensivo. Os processos de recrutamento podem estar a ser mais lentos do que o normal, uma vez que também eles estão a ser afetados por toda esta conjuntura do Covid-19.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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