O aumento do emprego em Portugal estava a ser uma constante nos últimos anos, tendo a taxa de desemprego descido para níveis recorde. Contudo, a pandemia provocada pelo Coronavírus veio desestabilizar toda a economia. Uma das consequências mais imediatas foi a eliminação de muitos postos de trabalho.
As medidas de apoio tomadas pelo Governo para ajudar famílias e empresas, tais como o lay-off simplificado, os complementos, as moratórias, o regime de sucessão do lay-off simplificado e outros apoios sociais têm amortecido o aumento do desemprego. Mas não o têm eliminado.
Taxa de desemprego sobe
O desemprego voltou a subir, em agosto, com um aumento de 0,5% face ao mês de julho, o que significa que houve 2.029 pessoas a inscreverem-se no espaço de um mês. Já comparado com o mesmo mês do ano passado, o aumento foi de 34,5%, ou seja, mais 105 mil pessoas, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).
O Governo prevê que esta realidade se prolongue no resto do ano, estimando uma taxa de desemprego este ano de 9,6%, segundo o cenário macroeconómico que integra o Programa de Estabilização Económica e Financeira.
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Desempregados inscritos nos centros de emprego superam os 409 mil
No fim do mês de agosto de 2020, estavam registados, nos Serviços de Emprego do Continente e Regiões Autónomas, 409.331 indivíduos desempregados, número que representa 74,5% de um total de 549.549 pedidos de emprego.
Por faixas etárias, a população mais jovem deverá estar a sentir maiores dificuldades, uma vez que, do total do dos desempregados registados nos centros de emprego, mais de 88% são jovens com idades até aos 25 anos.
Estes números confirmam o que já se sabia. Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelaram que a taxa de desemprego para a população com idades entre 15 e 24 anos se tenha situado nos 27,4%, em junho. De salientar, que é habitual que este grupo etário tenha uma taxa de desemprego bastante superior aos restantes grupos, mas esta é a taxa mais elevada desde setembro de 2016.
Por regiões, em agosto, o aumento mais pronunciado deu-se no Algarve (uma subida de 177,8% face ao mesmo mês de 2019), embora a região tenha recuperado 10,6% face ao mês de anterior (foi a região que, em termos percentuais, mais viu o desemprego recuar face a julho). Ainda assim, face há um ano, o desemprego mais do que duplicou, com mais 13.072 desempregados.
Já a região autónoma dos Açores viu o desemprego reduzir, em termos homólogos, 1,3%.
Ainda é cedo para saber como vai evoluir a situação económica do país e consequentemente o mercado laboral. Mas o Governo prevê que a taxa de desemprego no próximo ano recue para 8,7%.
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O valor e a duração do subsídio de desemprego
Saber que se vai enfrentar o desemprego é uma situação de angústia e que gera muitas dúvidas, por isso é importante saber com o que pode contar, ou melhor, com quanto pode contar e durante quanto tempo. Foi a pensar nisso que o Doutor Finanças desenvolveu um simulador de subsídio de desemprego.
Para que consiga simular corretamente o valor e duração do seu subsídio de desemprego deve ter na sua posse as seguintes informações:
- Número de dias com contribuições, nos 24 meses anteriores ao desemprego;
- Quantos meses contribuiu na totalidade da sua carreira;
- Idade;
- Salário médio bruto dos primeiros 12 meses nos últimos 14 meses;
- Número de meses com descontos nos últimos 14;
- Valor do subsídio de férias;
- Valor do subsídio de Natal;
- Situação do agregado familiar e número de dependentes.
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Como requerer o subsídio de desemprego durante a pandemia
Se estava a contrato por conta de outrem e ficou numa situação de desemprego involuntário é determinante que se inscreva no IEFP e verifique se tem direito ao subsídio de desemprego. Este benefício monetário foi criado para compensar a falta de remuneração dos cidadãos que perderam o seu emprego de forma involuntária.
No entanto, devido à pandemia do coronavírus, o IEFP criou várias medidas excecionais e alterações temporárias o subsídio de desemprego.
O atendimento do IEFP para esclarecimentos informativos passa a ser prestado exclusivamente por via telefónica, através do número 300 010 001 das 8h às 20h, e online.
As intervenções técnicas e entrevistas, nomeadamente para apresentação de ofertas de emprego ou ajustamento em medida de emprego, serão realizadas sempre que possível em sistema de videoconferência. Mesmo que exista a possibilidade de um atendimento presencial, não deve dirigir-se ao IEFP sem antes efetuar um pré-agendamento, uma vez que funciona através do sistema de marcações.
Para além destas soluções, existe o site iefponline destinado aos desempregados à procura de novas oportunidades de emprego. É através desta plataforma que também pode registar-se no centro de emprego, e ainda pedir o subsídio de desemprego. Em caso de dúvida pode consultar o manual de Submissão online de Requerimentos de Subsídio de Desemprego.
Numa situação de desemprego estar informado pode ser a sua melhor defesa para fazer frente a todos os cenários. Reveja o seu orçamento familiar. Negoceie todas as suas despesas, desde a prestação do ginásio, aos serviços de luz ou telecomunicações. Consolide os créditos ou transfira o crédito habitação pode ser muito útil no equilíbrio das suas finanças em situação de desemprego.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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