Podemos dizer que a pandemia da Covid-19, que levou – embora de forma forçada – a generalidade das empresas a experienciar o trabalho remoto, criou no mundo laboral uma espécie de um “antes” e um “depois” da Covid. São poucas as organizações que não retiraram qualquer lição do período em que o escritório mudou de morada e passou a ser um local – algures – na casa de cada um dos colaboradores. Mais mental do que propriamente físico, mais portátil do que estático.
As pessoas, por sua vez, aprenderam que podem continuar a trabalhar, mantendo o mesmo grau de produtividade – ou até elevando-o, segundo vários estudos – de forma remota, dando mais atenção ao equilíbrio entre a sua esfera pessoal e a sua esfera profissional - e, por sua vez, à sua saúde mental e ao bem-estar.
Experiências feitas, as empresas tiveram de tomar decisões. De forma geral, decidiram por uma das três vias: voltar ao escritório e regressar a um modelo presencial, adotar um regime híbrido – que mistura dias de idas ao escritório e dias de trabalho à distância – ou manter o trabalho remoto, embora também aqui possa haver várias nuances. Há, por exemplo, empresas que não têm, de todo, escritórios físicos; outras que têm e mantêm as portas abertas para aqueles colaboradores que preferem trabalhar a partir de lá, como o Doutor Finanças; e ainda algumas – como a Coverflex – que não têm escritório, mas organizam ao longo do ano alguns momentos (retiros) em que as equipas têm a oportunidade de estar juntas presencialmente e num contexto diferente do habitual.
Hoje abordamos as vantagens e os desafios do trabalho remoto em particular.
Leia ainda: Teletrabalho: O que é considerado local de trabalho?
As vantagens
Maior flexibilidade
Comecemos pelos benefícios. O primeiro, e talvez o mais importante de mencionar, consiste na flexibilidade - aquela palavra que a esmagadora maioria dos profissionais já não dispensa. De facto, o trabalho remoto abre portas a uma maior flexibilidade, desde logo geográfica, pelo facto de o trabalho ganhar uma dimensão de portabilidade.
“O trabalho à distância permite aos colaboradores trabalharem a partir de qualquer lugar, o que significa que podem equilibrar melhor a sua vida pessoal e profissional”, refere Marisa Mercês, People Partner na Coverflex.
Incentivo à produtividade
A produtividade, por sua vez, não deve ser um fator a temer. E vários estudos e especialistas já o comprovaram. Um novo estudo realizado por uma equipa de investigadores da Escola de Saúde Pública da Texas A&M University concluiu que o trabalho remoto não impacta negativamente a produtividade. Já um relatório da Capgemini, que avaliou o teletrabalho no terceiro trimestre de 2022, mostrou que a maioria das empresas inquiridas (63%) notou um aumento da produtividade dos trabalhadores, muito devido à redução dos tempos de viagem, horários flexíveis e à adoção de ferramentas colaborativas em plataformas de comunicação.
A People Partner da Coverflex não podia estar mais de acordo. “Sem as distrações do escritório, os trabalhadores conseguem concentrar-se melhor no seu trabalho e fazer as coisas de forma mais eficiente”, defende.
Poupança reforçada
A terceira vantagem que nos parece importante mencionar é a questão da oportunidade de poupança. “As empresas remotas poupam o dinheiro do aluguer de escritórios e de outros serviços, o que significa que podem atribuir esses recursos a outras áreas de negócio, especialmente às pessoas”, refere Marisa Mercês.
E não só. Ao trabalharem remotamente, os próprios colaboradores conseguem, normalmente, uma maior poupança. Desde logo pelo simples facto de não terem os custos diários das deslocações casa-escritório e escritório-casa.
Leia ainda: Preferia estar em teletrabalho? Saiba se tem direito
Os desafios
Falhas de comunicação
Por outro lado, há alguns desafios que é preciso ter em consideração. A comunicação é um deles. “Para algumas pessoas, a falta de interação cara a cara pode tornar mais difícil construir relações e garantir que todos estão ‘na mesma página’. Isto pode levar a incompreensões e mal-entendidos”, alerta a especialista em RH.
Comunicar mais e, sobretudo, melhor – que é como quem diz de forma clara, direta e transparente – é imprescindível. Mas há formas de evitar estas falhas de comunicação, como explicamos abaixo.
Perigo de isolamento
Outro dos grandes desafios do trabalho remoto é o sentimento de solidão e isolamento. Sobretudo para algumas pessoas, trabalhar sozinho pode promover um forte sentimento de solidão e até de desconexão com a empresa.
É fundamental que, especialmente as equipas de liderança, estejam atentas a este perigo e que pratiquem a escuta ativa de todas as suas pessoas. É aqui que uma forte cultura organizacional pode também fazer a diferença.
Fronteiras esbatidas
Se, por um lado, o trabalho remoto é capaz de promover um maior equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional, por outro, com as fronteiras entre uma e outra esfera mais ténues, pode desencadear uma maior dificuldade em ‘desligar’. “Sem a rotina de entrar num escritório, alguns colaboradores podem ter dificuldade em estabelecer um equilíbrio saudável entre o trabalho e a vida privada”, explica Marisa Mercês.
Na Índia, a tecnológica Softgrid Computers criou um software que indica quando é que o horário de trabalho chegou ao fim, avisando os trabalhadores que está hora de ‘desligar’. O programa está equipado com um sistema de notificações, surgindo um alerta assim que o turno termina com a mensagem: “O sistema vai encerrar dentro de dez minutos. Por favor, vá para casa!". O processo acontece todos os dias às 19h.
Apesar de se tratar de um regime presencial, não deixa de ser uma forma interessante de promover um maior work-life balance, incentivando os colaboradores a cumprirem o seu horário de saída.
Neste artigo pode ler algumas dicas sobre como navegar o trabalho remoto de forma mais eficaz.
Leia ainda: Como garantir a segurança digital em teletrabalho: 9 recomendações
A compensação não precisa de ser tão complicada. A Coverflex é a solução de compensação flexível que ajuda a reduzir os custos das empresas e maximizar o potencial de rendimento dos colaboradores. Benefícios, seguros, subsídio de alimentação e descontos: tudo num só lugar.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
Deixe o seu comentário