O mercado de trabalho atual está cada vez mais competitivo, transformando o processo de procura de emprego numa tarefa extremamente complicada, cansativa e até frustrante para muitos.
E de que forma é que se pode destacar no meio de tanta oferta? Através das características ou qualidades que o tornam único, ou seja, por meio da sua marca pessoal. Neste artigo focamo-nos no conceito de marca pessoal: explicamos em que consiste e damos-lhe dicas práticas e simples de como a pode construir.
Marca pessoal: o conceito
Com a pandemia e a digitalização, quais são as profissões do futuro mais procuradas?
Quando faz compras, quer num supermercado, quer numa plataforma online multimarcas, o que é que o leva a escolher determinada marca? Quando olha para a prateleira do leite, por exemplo, porque decide por uma marca e não por outra? Será o preço? Experiências anteriores? Ou recomendação de outra pessoa? Seja qual for a origem, o facto é que possui uma opinião, ou pelo menos uma percepção sobre as marcas.
De acordo com o Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia, as marcas “são os sinais utilizados no comércio para identificar produtos”. A marca representa aquilo em que os clientes se baseiam para escolher uma empresa em detrimento de outra; é o que destaca as empresas da concorrência.
Seguindo esta linha de pensamento, a marca pessoal consiste na aplicação deste conceito ao indivíduo em si. Ou seja, a marca pessoal é aquilo que os outros pensam de si, ou, no fundo, a sua essência. É o que você faz, como o faz, uma posição que toma relativamente a algum tópico, ou algum traço único da sua maneira de ser e agir.
Mas, é importante perceber que, querendo ou não, todos nós temos uma marca. Vivemos, comunicamos e movemo-nos em sociedade, e as pessoas com quem nos cruzamos têm uma opinião sobre nós. O ideal seria trabalhar essa imagem que outros têm de nós e construir o nosso próprio rótulo, certo? É aqui que entra o processo de construção de marca pessoal, também chamado de personal branding. Através dele garantimos que a imagem que transmitimos é realmente aquela que queremos passar e que seja recebida pelos outros.
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Personal branding não é o mesmo que marketing pessoal
A influência do marketing na sua carteira
Personal branding não é a mesma coisa que autopromoção, ou do que marketing pessoal. Vale a pena distinguir estes dois conceitos para evitar erros durante o processo de construção da marca pessoal.
A autopromoção consiste na pessoa anunciar-se a ela própria. Imagine alguém na rua com um megafone, dizendo em voz alta porque é bom em determinada área e porque deveria ser contactado ou contratado. Um pouco extremo, mas um bom exemplo de marketing pessoal.
Já o personal branding é o oposto porque não é sobre si... é sobre o que os outros pensam de si. Não se trata de anunciar as suas qualidades para causar uma boa impressão.
O personal branding é uma estratégia que procura criar presença e autoridade. É o processo através do qual os indivíduos destacam os pontos fortes de forma genuína e autêntica com o objetivo de se destacarem da concorrência num determinado mercado alvo.
Quais as vantagens de construir uma marca pessoal?
Esculpir e trabalhar a marca pessoal é fundamental para o sucesso profissional. Hoje em dia, com tamanha qualificação dos candidatos, as competências técnicas por si só já não são suficientes para se conseguir diferenciar. É neste contexto de meio competitivo que o branding surge, criando vantagem num indivíduo em comparação com os outros concorrentes.
Estas são algumas das principais vantagens em construir uma marca pessoal:
- Compreender os seus pontos fortes e as suas fraquezas;
- Ser reconhecido no seu setor;
- Distinguir-se da concorrência;
- Conseguir novas oportunidades de emprego ou promoções;
- Criar redes de contacto com outros profissionais
Assim, a construção da sua marca pessoal sólida confere-lhe mais credibilidade enquanto profissionail e aumenta a sua rede de contactos. Aprenda, de seguida, a desenvolver a sua. Saiba como pode destacar os seus pontos fortes, a sua singularidade, destacando-se da sua concorrência.
Descubra o que o distingue
Se a marca é aquilo que identifica e diferencia um produto, então, para construir uma marca pessoal é obrigatório começar com uma auto-análise. É preciso perceber quem é, quais os seus pontos fortes, quais as fraquezas, paixões, valores, etc. O que representa? Que característica possui que o distingue de outras pessoas da mesma área? De que forma quer ser reconhecido por outros?
Este deverá ser o ponto de partida, fazer uma análise minuciosa da sua personalidade, das suas competências enquanto profissional e dos seus objetivos. Neste processo pode ser de grande ajuda analisar exemplos que considere de sucesso: profissionais que admira e que conseguiram posicionar-se no meio onde se inserem.
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Seja genuíno
Um dos maiores erros que muitos cometem quando se tentam destacar é venderem uma imagem que não corresponde à verdade. Criam uma espécie de “persona”, com qualidades, defeitos e valores próprios. Mas esta estratégia não é sustentável a longo prazo. Já imaginou ter que estar constantemente a representar? Se der um passo em falso, ou seja, se disser ou fizer algo que vá contra o que essa “persona” defende, a sua credibilidade vai por água abaixo.
A marca pessoal não é trabalhada apenas no momento em que está no trabalho, seja no escritório ou a falar com algum cliente. Você é o produto que está a vender, por isso é tão importante ser genuíno e autêntico. Sem dúvida que é importante ter um bom storytelling, mas não basta contar a sua história, para ser real tem que a viver também.
Foque-se num objetivo
Qual é o seu maior objetivo no que diz respeito à sua carreira? Comece por definir o seu propósito. A partir daqui, desenhe a estratégia para o alcançar, direcionando todos os esforços para um único alvo. Este foco faz toda a diferença para evitar perder o ritmo com todas as distrações que existem atualmente. De facto, os resultados só começarão a aparecer quando estiver totalmente concentrado neste objectivo.
Ainda assim, é possível que o seu objetivo mude com o tempo. Se isso acontecer, não se censure. É perfeitamente normal e legítimo. Opte por reajustar a estratégia, mantendo-se sempre fiel a quem é e ao que defende.
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Faça um estudo de mercado
Depois de se analisar a si próprio, tire tempo para estudar o mercado onde se insere. Quais as skills mais valorizadas? Quais as necessidades do mercado naquele momento? O que é que eu posso oferecer de diferente? Estas são algumas das questões que deve fazer a si próprio para perceber de que forma é que se irá posicionar no mercado.
Aproveite, também, para analisar como é que os outros o vêem e se essa imagem está de acordo com a forma como deseja ser visto. Peça feedback às pessoas mais próximas e pesquise o seu nome no Google, de modo incógnito. Da mesma forma que já pesquisou o nome de alguém na internet, os outros também o fazem consigo. Assim, garanta que o seu nome surge associado a conteúdos positivos e de acordo com o que defende.
Além disso, procure também conhecer bem o seu público-alvo. É fundamental saber para quem está a falar, pois só assim saberá que tipo de linguagem usar, em que tom e que canais privilegiar.
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Utilize os recursos que a internet lhe oferece
Formação online gratuita: Que plataformas devo utilizar e o que preciso saber?
Num mundo cada vez mais digital, ter uma presença na internet quase que já não é uma opção, mas sim uma obrigatoriedade. Em específico, não aproveitar os recursos das redes sociais acaba por ser um grande erro. Na sua essência são ferramentas gratuitas e oferecem-lhe uma plataforma para dar a conhecer e consolidar a sua marca pessoal a um grande número de pessoas em simultâneo.
Pelo menos numa fase inicial não é necessário que esteja em todas as redes sociais. É preferível que concentre a sua comunicação apenas numa, mas que o faça regularmente e com conteúdos de qualidade.
Como saber qual a melhor rede ou canal para mim? Escolha a plataforma onde há maior concentração dos seus potenciais clientes, onde estes passam mais tempo. A partir daqui, ajuste a sua comunicação ao que eles procuram, precisam e valorizam. Desta forma mais conseguir não só atrair mais clientes como fidelizá-los também.
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Reforce a sua marca pessoal com consistência
A sua marca pessoal deve ter um “match” perfeito com o conteúdo que divulga, seja com a mensagem si, seja com a forma como é apresentada. Procure adequar a identidade visual à sua marca, escolhendo cores, designs e layouts que melhor representem aquilo em que acredita.
Além disso, a construção da sua marca pessoal é um trabalho contínuo e evolutivo. Se o mundo muda, e, como consequência, o mercado de trabalho ganha novas necessidades, a sua marca vai igualmente precisar de se reinventar. Não caia no erro de ficar parado no tempo. Procure ajustar-se, reinventar-se, sem, no entanto, perder a sua essência, aquilo que o diferencia.
Por mais afinações que faça à forma como se posiciona, se o fizer com consistência e com um discurso coerente, conseguirá construir uma narrativa sólida, positiva e que faça sentido no meio onde se insere. Em suma, é essa singularidade que vai tornar o seu trabalho especial, destacando-os dos demais.
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