Há mais de sete anos, eu e grande parte dos portugueses dávamos boas-vindas à Uber, a plataforma tecnológica que prometia, e pelo menos no início conseguiu cumprir, um serviço fácil, rápido, cómodo barato e tudo com pagamento automático.
A promessa era também de carros novos e limpos, e pessoa simpáticas e formadas. Enfim, tudo o que na altura muitos taxistas não tinham porque, simplesmente, não tinham concorrência.
Escrevo na primeira pessoa, e como forte utilizador deste meio de transporte pois costumo viajar muito de avião, e o que poderia parecer uma vantagem é, na realidade, uma desvantagem. Moro a cerca de oito minutos de carro do aeroporto, algo que, por um lado, é excelente para quem viaja de avião de forma constante, mas que, por outro, e durante anos, se tem vindo a tornar um pesadelo devido à recusa de serviço e, principalmente, de compreensão por parte de quem faz o transporte.
Na altura era notório a desatualização dos taxistas, desde a tecnologia à forma de estar no mercado, mas os sinais dos tempos começavam-se a notar, o que fez com que o tempo parecesse ter sido mais rápido do que a evolução do serviço.
A classe estava estagnada, insatisfeita e infeliz, e quando alguém presta um serviço neste cenário de pouca consideração pelo setor, simplesmente não está motivado para prestar um serviço acima da média que fidelize.
Mas quando entra alguém que desafia o status quo… tudo muda.
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O medo da concorrência
Possivelmente lembram-se da reação dos taxistas quando a Uber entrou, as manifestações e greves, as ameaças feitas aos motoristas da Uber e tudo por causa da licença não ser considerada regular ou completa. Mas não me parece que tenha sido esse o motivo da reação, o motivo era medo, sim medo.
Reação totalmente humana e compreensiva. Medo da concorrência, medo de ser ultrapassado, medo de o seu negócio acabar de um dia para o outro. Enfim, caso para dizer a célebre frase: quem mexeu no meu queijo!?!
Avançando para hoje, felizmente, grande parte dos taxistas reagiu, melhorou e elevou o seu serviço. A promessa da Uber foi desmistificada, porque no fundo é apenas uma app, o resto quem faz são, como sempre, as pessoas!
Utilizo com frequência o serviço de ambos os fornecedores, mas ultimamente noto que na Uber, só a app funciona. Tudo o resto, parece que a necessidade de escalar muito e rápido, apagou. Os carros já não estão limpos, nem com ar novo, o serviço a bordo é cada vez mais despersonalizado (por vezes deplorável) e a minha vontade de contactar um Uber é cada vez menor.
Felizmente, há concorrência e a concorrência percebeu que, afinal, a Uber era apenas uma aplicação muito eficaz, mas que não funciona sem pessoas.
Apostar nas pessoas, no serviço e nos pormenores é, sem dúvida, a grande diferença. E, muitas vezes, esta consciência e vontade de agir é despertada pela concorrência.
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E no imobiliário? Será que esta história se pode repetir?
Será que as proptechs que romperam pelo mercado permitiram o despertar de alguns profissionais da mediação que, a partir daqui, evoluíram e melhoraram substancialmente o seu negócio focando-se na humanização do seu serviço sem deixar de incorporar tecnologia para melhor servir cada cliente? Eu diria que esta é, sem dúvida, a magia da concorrência.
A concorrência, quando boa, indica-nos o caminho da evolução. Por isso, será sempre bem-vinda em qualquer atividade, porque faz-nos crescer e faz de nós melhores profissionais sempre em prol do cliente que, no final, é quem mais beneficia desta situação.
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“O imobiliário é a minha vida e a minha vida é lidar com pessoas.” A viver em Lisboa e a trabalhar em Portugal, Espanha e Itália, Massimo Forte é acima de tudo um apaixonado pela área do imobiliário, um negócio que considera ser de pessoas para pessoas. Com mais de 25 anos de experiência nas maiores empresas de mediação imobiliária, hoje dedica-se a consultoria, formação e partilha de conhecimento como um dos maiores Real Estate Influencers em Portugal.
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