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BCE sobe juros e anuncia novo aumento em março

O BCE anunciou a quinta subida consecutiva dos juros de referência e avisou que haverá novo aumento já em março.

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BCE sobe juros e anuncia novo aumento em março

O BCE anunciou a quinta subida consecutiva dos juros de referência e avisou que haverá novo aumento já em março.

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou uma nova subida dos juros na primeira reunião de política monetária de 2023 e avisou que os aumentos vão continuar, uma vez que a inflação ainda está muito acima da meta de 2%.

Tal como era esperado, o aumento anunciado é de 50 pontos base, que elevará a taxa de juro aplicável às operações principais de refinanciamento de 2,5% para 3%, a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez de 2,75% para 3,25%, e a taxa dos depósitos de 2% para 2,5%, o nível mais elevado desde novembro de 2008. Estes aumentos terão efeitos a partir de 8 de fevereiro.

“O Conselho do BCE decidiu hoje proceder a um aumento de 50 pontos base das três taxas de juro diretoras do BCE, as quais espera continuar a aumentar”, lê-se no comunicado divulgado pela autoridade monetária, no final do encontro.

De acordo com a entidade liderada por Christine Lagarde, a próxima subida será já na próxima reunião de março, igualmente de 50 pontos base.  “Atendendo às pressões sobre a inflação subjacente, o Conselho do BCE tenciona aumentar as taxas de juro em mais 50 pontos base na próxima reunião dedicada à política monetária, em março, e avaliará então a trajetória subsequente da política monetária”, refere o comunicado.

Juros vão manter-se em “níveis restritivos”

Com o crescimento dos preços ainda muito acima da meta de 2% do BCE, as taxas de juro vão manter-se em níveis “restritivos”, até que a inflação esteja controlada. A autoridade monetária acredita que “manter as taxas de juro em níveis restritivos reduzirá, com o tempo, a inflação, ao refrear a procura, e protegerá também contra o risco de uma persistente deslocação, em sentido ascendente, das expectativas de inflação”.

Nesse sentido, o BCE “prosseguirá a trajetória de subida significativa das taxas de juro a um ritmo constante e mantê‑las‑á em níveis suficientemente restritivos para assegurar um retorno atempado da inflação ao seu objetivo de 2% a médio prazo”, sublinha o comunicado.

Este é o quinto aumento consecutivo dos juros na Zona Euro desde que o BCE começou a inverter o rumo da política monetária na região, em julho do ano passado, para tentar controlar o crescimento da inflação. Esse crescimento foi acelerado pelos efeitos da pandemia da covid-19 e exacerbado pela invasão russa da Ucrânia, no primeiro trimestre do ano passado.

A decisão surge depois de a Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) ter anunciado ontem um aumento dos juros de 25 pontos base, que elevou a taxa dos fundos federais para o intervalo entre 4,5% e 4,75%, o mais elevado desde novembro de 2007. Já hoje, foi a vez de o Banco de Inglaterra anunciar a décima subida consecutiva dos juros. O aumento foi de 50 pontos base para 4%.

Leia ainda: Juros continuam a subir em 2023. Até onde?

Juros do crédito habitação vão continuar a subir

Com nova subida dos juros, por parte do BCE, também as taxas Euribor vão manter a trajetória ascendente, ditando novos aumentos nas prestações do crédito habitação. Isto porque, apesar de não ser o BCE a determinar a Euribor, as taxas tendem a acompanhar, ou mesmo, antecipar, a evolução dos juros diretores.

Foi precisamente isso que se verificou desde o primeiro trimestre do ano passado, com as Euribor a saírem de patamares negativos, perante a perspetiva de inversão da política monetária do BCE, para baterem máximos de quase 15 anos.

Como mostram os mais recentes dados do Banco de Portugal, a taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação mais do triplicou em 2022, tendo fechado o ano nos 3,24%, o valor mais alto desde julho de 2014.

No próximo mês, as famílias com contratos de créditos habitação com taxa variável, que sejam revistos em fevereiro, já podem contar com um aumento significativo das prestações. A subida deverá situar-se entre os 45% e os 65%.

Se é o seu caso, saiba que pode procurar melhorar as condições do seu contrato, através da renegociação ou mesmo transferência do crédito para outra instituição. Tem ainda outras soluções disponíveis para travar o impacto dos juros, como a alteração da modalidade de juros ou a consolidação de créditos.  

Leia ainda: Crédito habitação: Prestações sobem até 65% em março

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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