Como esperado, a Euribor continua a dar uma folga às famílias, com médias mensais a renovar os mínimos. Mas será que vale a pena amortizar os créditos?
A regra é simples e mantém-se: faz financeiramente sentido amortizar sempre que a taxa de juro do crédito (TAE/TAEG – Taxa anual efetiva/global) é superior à taxa líquida a que consegue rentabilizar o seu dinheiro (TAEL - Taxa anual efetiva líquida).
Embora a regra seja simples, como quase tudo, também a vida financeira não é a preto e branco. Para ajudar na orientação, abaixo apresentamos uma tabela que ajuda a encarar a opção de amortizar ou investir:
Se tiver algum crédito com taxa superior a 6%, é quase certo que mais vale amortizar o crédito, uma vez que rentabilizar o seu dinheiro de forma consistente com taxas líquidas superiores é altamente improvável, pelo menos de forma consistente.
Mesmo que a taxa do seu crédito seja mais baixa (entre 1,5% a 6%), se for um investidor muito averso ao risco (e.g., só investe em depósitos a prazo ou produtos de risco equivalente), muito dificilmente vai conseguir obter rendimento líquido semelhante, pelo que a amortização é recomendada. Os investidores mais sofisticados (e com maior aceitação do risco) podem almejar rendimentos líquidos superiores, pelo que a opção pela não amortização pode ser vantajosa.
Quando os créditos apresentam já uma taxa baixa (menos de 1,5%), existirá um conjunto mais alargado de investidores em que a opção pelo investimento será mais benéfica. A título de exemplo, se tiver um crédito habitação indexado à Euribor 3M, com spread de 0,5%, será fácil encontrar produtos de muito baixo risco com retorno superior.
A sua opção?
Tem créditos? Se sim, o que tem feito com a folga que a Euribor lhe proporciona?
Leia ainda: Crédito Habitação: Transferir ou amortizar?
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Concordo com o Artur. Para além de me tentar libertar o quanto antes do empréstimo, aproveito a folga orçamental para investir a longo prazo em eficiência energética, tal como melhores isolamentos em casa, iluminação mais económica…
Após o meu anterior comentário, estive a pensar mais profundamente sobre qual a melhor maneira de obter o melhor dos “dois mundos”, ou seja por um lado obter a tranquilidade e o sentimento de segurança e de liberdade que a amortização total da hipoteca me daria, e simultaneamente poder usar as melhores formas de obter maiores rendimentos das poupanças/investimentos; e cheguei à conclusão que no meu caso acho que o melhor será amealhar e investir em algo que me dê maiores rendimentos em vez de amortizar, e assim juntar um montante no minimo igual ao montante em divida. Ou seja embora a casa continue a “pertencer” ao banco, eu passo a possuir dinheiro suficiente (mas a render mais ) para se tiver algum azar (desemprego, etc) conseguir pagar a totalidade do empréstimo e ficar descansado pois um tecto não me faltará até arranjar outro emprego.
Tenho estado a investir em fundos de investimento em vez de amortizar o crédito a habitação, contudo ainda tenho algumas duvidas se será mesmo a melhor aposta, pois há ainda a ter em conta que quanto mais se conseguir amortizar agora, menos juros se pagarão quando as taxas voltarem a subir, ou seja talvez os ganhos em amortizar só se revelem no futuro e sejam aí superiores aos de outros investimentos; e quanto mais depressa se amortizar, mais depressa nos livramos dos seguros de vida e de risco das habitações (valores que também deverão ser considerados além dos juros). E ainda a tranquilidade de sabermos que a casa já é só nossa…não sei…vou continuar a investir nos fundos, mas de 3-5 anos amortizar com os eventuais lucros que daí resultarem.
Basta fazer contas simples. Se a casa custa 0.6% efectivos, a verdade é que facilmente se consegue taxas de 1% a 2%, por exemplo os certificados de tesouro com prazos até 5 anos, com taxa que começa nos 1.25% até aos 3.25% (0.50% ano), quando deixar de compensar é só resgatar.
Agora contas mais complexas, é muito importante ter um fundo de maneio para possiveis problemas, após amortização não há resgate possível, se formos a pedir crédito desse dinheiro amortizado, é provável que se tenha taxas 10% a 20%. Ficando a folga toda comprometida.
No final do crédito da habitação a casa é nossa? Não, a casa continua sempre a ser do estado, teremos que pagar o tão desejado IMI ouOutroNomeQueLheVaoDar, não pagar o IMI quer dizer ficar sem casa passado uns 30 anos de grande esforço.
Hoje em dia digo sempre, comprem casa se tiver capital próprio para isso, se não chegam ao fim do crédito e vai ser outro crédito para melhorar a casa ou então …