Crédito

Como calcular a minha taxa de esforço?

Não sabe qual é a sua taxa de esforço? Explicamos-lhe neste artigo como calcular, e quais os limites aceitáveis pelos bancos.

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Como calcular a minha taxa de esforço?

Não sabe qual é a sua taxa de esforço? Explicamos-lhe neste artigo como calcular, e quais os limites aceitáveis pelos bancos.

A taxa de esforço é um indicador importante que reflete o peso das prestações de créditos no rendimento líquido de um agregado familiar. Ou seja, a percentagem do rendimento do agregado destinada ao cumprimento das obrigações relativas aos empréstimos contratados junto das instituições financeiras.

Este indicador permite, ao mesmo tempo, identificar o valor máximo de empréstimos que o agregado familiar pode contrair já que, a partir de determinado patamar, o banco pode negar a concessão de um novo crédito.

Para perceber como calcular a sua taxa de esforço e que limites deve ter em consideração, de seguida, explicamos o seu cálculo e alguns exemplos que o ajudam a perceber melhor esta fórmula. Conheça ainda os limites recomendáveis para a taxa de esforço e como pode simplificar estes cálculos através de um simulador.

Quais são os limites recomendáveis para a minha taxa de esforço?

Quando pede um empréstimo ao banco, a entidade financeira vai avaliar a sua taxa de esforço para perceber o impacto que o crédito terá nas suas finanças pessoais. Se o objetivo for contratar um crédito habitação, e não tiver mais nenhum empréstimo por saldar, é recomendável que a sua taxa de esforço não ultrapasse os 30%.

No entanto, este é um valor recomendável, e não um fator eliminatório. Consoante o risco que o empréstimo representa e as garantias que dá (como adicionar um fiador ao contrato), a percentagem aceitável para o banco pode variar ligeiramente. Mas quanto menor for a sua taxa de esforço, mais hipótese tem de ter luz verde na pré-aprovação do seu crédito.

Contudo, se existirem vários créditos contratados, o cenário muda de figura. Nestas situações, o limite máximo da taxa de esforço é de 50%. Mas neste caso, já não estamos a falar de um valor recomendável. A partir deste patamar, o Banco de Portugal indica que as entidades financeiras não devem conceder um novo crédito.

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O cálculo da taxa de esforço não é uma fórmula complexa, mas pode haver algumas dúvidas que complicam o apuramento do resultado final. Em termos de cálculo, a taxa de esforço tem a seguinte fórmula:

Taxa de esforço = (Montante total de prestações financeiras / rendimento mensal líquido do agregado familiar) x 100

Suponhamos que o rendimento líquido do seu agregado familiar é de 2.500 euros. Caso não tenha nenhum crédito contratado e pretenda comprar uma casa, uma prestação mensal de um crédito habitação de 600 euros representa uma taxa de esforço de 24% [(600/2500)x 100].

Este é o cálculo mais simples de fazer. Mas se estiver a tentar perceber até onde pode ir a sua prestação de crédito habitação, uma taxa de esforço de 24% é um excelente indicador para conseguir a pré-aprovação do seu empréstimo. Claro que há outros fatores, como é o caso da sua estabilidade profissional e financeira.

Contudo, imaginemos que pretende um crédito habitação com um financiamento mais elevado, mas já tem vários créditos por liquidar. Aqui podem entrar diversos tipos de crédito, como um crédito automóvel, cartões de crédito ou outro tipo de crédito pessoal.

Neste caso, se mantivermos o exemplo dos 2.500 euros de rendimento líquido do seu agregado familiar, se pagar 900 euros de prestação do crédito habitação, 250 de um crédito automóvel e tiver 180 euros por liquidar em cartões de crédito, a sua taxa de esforço é de 53% [(980/2200)x100].

Estou com dúvidas a calcular a minha taxa de esforço. O que devo fazer?

Se está a fazer contas e sente dificuldades em apurar o resultado final da sua taxa de esforço, saiba que existem simuladores que o podem ajudar com estas contas. Através do simulador da taxa de esforço, basta colocar o rendimento líquido do seu agregado familiar e o valor de cada prestação de crédito que tem, no campo correspondente. Depois, terá o valor da sua taxa de esforço, e se este é um valor saudável, preocupante ou crítico.

No entanto, não se esqueça que, além das prestações de crédito, os seus rendimentos precisam de assegurar todas as despesas familiares. E embora estas contas nem sempre sejam simples de fazer, principalmente se não tiver um orçamento familiar criado, pode tentar aproximar-se desse valor para ter uma noção geral da totalidade dos seus encargos através do simulador.

No campo "Total de encargos domésticos" deve colocar o total das suas despesas com água, eletricidade, gás, condomínio, alimentação, transportes, entre outros encargos essenciais. Embora estes valores não entrem no apuramento da sua taxa de esforço, ajudam a perceber o peso das suas despesas no seu orçamento.

Pense no presente, mas não se esqueça do futuro

Pensar no presente é importante, porque reduz a ansiedade quanto ao futuro. No entanto, quando estamos a falar da contratação de um crédito, como por exemplo o crédito habitação, deve ter uma visão alargada quanto ao futuro. Afinal, se contratar um crédito com uma taxa variável, o seu empréstimo fica sujeito às variações da Euribor.

E isto significa que, na prática, a sua prestação mensal poderá ser revista inúmeras vezes ao longo do contrato, de acordo com os diferentes prazos da Euribor. Ou seja, se tiver uma taxa Euribor a 3 meses, a sua prestação é revista trimestralmente. Se for a 6 meses, é revista semestralmente, e a 12 meses é revista uma vez por ano. O valor das taxas Euribor sofre alterações diariamente. Logo, ao longo do contrato a sua prestação pode subir e descer significativamente.

Assim, é fundamental que faça contas à sua taxa de esforço perante uma subida dos juros. Desta forma, consegue perceber se tem capacidade para pagar o seu empréstimo num cenário onde os juros estejam mais elevados. Faça várias simulações, com diferentes valores, para perceber qual é o seu limite a nível de financiamento e da prestação mensal de crédito no pior dos cenários.

Ler mais: Como posso reduzir a minha taxa de esforço?

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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