Crédito

Como posso saber qual o crédito mais caro? Analisar e comparar são a chave

Vai pedir um empréstimo, mas não sabe o que analisar ou identificar qual o crédito mais caro? Perceba alguns indicadores essenciais

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Como posso saber qual o crédito mais caro? Analisar e comparar são a chave

Vai pedir um empréstimo, mas não sabe o que analisar ou identificar qual o crédito mais caro? Perceba alguns indicadores essenciais

Está a pensar pedir um financiamento brevemente, mas não sabe como identificar qual o crédito mais caro? Já tem em sua posse algumas propostas de crédito, mas tem dúvidas sobre como avaliar as taxas apresentadas nos documentos pré-contratuais?

De seguida, saiba o que deve analisar em cada proposta para concluir qual o crédito mais caro ou mais barato para si.

Leia ainda: Crédito habitação: O que saber antes de avançar

Precisa de várias propostas para identificar o crédito mais caro

Independentemente da finalidade do crédito, saiba que antes de formalizar o seu contrato é aconselhável analisar várias propostas. Quem não compara e analisa ao detalhe as propostas de crédito acaba, muitas vezes, por contratar um crédito mais caro.

Por norma, quando chega a altura de recorrer a um crédito, seja este um crédito pessoal ou um crédito habitação para comprar uma casa, a sua primeira opção é dirigir-se ao seu banco.

No entanto, não deve limitar as suas opções ao seu banco, por mais longa que seja a relação comercial. Afinal, hoje em dia, o mercado está cada vez mais competitivo. E se ignorar as opções que existem noutras entidades, pode não beneficiar das melhores condições e acabar a pagar um valor mais elevado pelo seu crédito.

Assim, o melhor é ter várias propostas em cima da mesa. No fundo, quantas mais, melhor. Claro que o processo de análise será mais complexo. Mas se souber exatamente o que analisar, será mais fácil comparar as condições que cada entidade bancária oferece e optar pela melhor solução para si.

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4 fatores a analisar que influenciam preço final do seu crédito

1. Taxas de juro

Consoante o tipo de crédito que pretende contratar, podem existir mais ou menos taxas de juro associadas. Por exemplo, há várias taxas e juros que pode encontrar num crédito habitação. E se o seu objetivo é evitar a contratação de um crédito mais caro, é fundamental que perceba bem as taxas de juro associadas ao seu contrato. Dito isto, fazemos um resumo das taxas de juro que deve analisar:

Spread

Taxa que é determinada tendo em conta o risco de crédito e as garantias do empréstimo. O spread é a margem de lucro do banco na hora de conceder um empréstimo. Embora seja um indicador importante no crédito habitação para perceber se está perante uma boa proposta, existem outros pontos a ter em consideração.

Leia ainda: O crédito com o spread mais baixo é sempre o mais barato?

Euribor

Se pretende contratar um crédito habitação com taxa variável ou mista é importante que olhe para a Euribor. A Euribor é o indexante mais recorrente no crédito habitação em Portugal, sendo uma das suas componentes que irá definir a taxa de juro que irá pagar.

A Euribor tem vários prazos possíveis, mas em Portugal os períodos mais comuns são os 6 ou os 12 meses. Por exemplo, se o seu contrato de crédito tiver a Euribor a 6 meses, significa que a taxa de juro será revista de 6 em 6 meses.

Leia ainda: Como é calculada a Euribor e que impacto tem no crédito habitação?

Taxa de juro variável, mista ou fixa

Antes de contratar um crédito habitação pode optar se quer que o seu contrato tenha uma taxa variável (influenciada pela Euribor), mista (valor fixo nos primeiros anos e variável de acordo com a Euribor nos restantes) ou fixa (valor inalterável durante todo o prazo do contrato).

Mesmo com a subida da Euribor, a taxa variável continua a ter um valor mais baixo em relação aos valores praticados numa taxa fixa, pelo menos no início do contrato. No entanto, esta poderá sofrer alterações significativas ao longo do contrato e até igualar ou ultrapassar o valor de uma taxa fixa.

Contudo, além de olhar para os valores percentuais destas taxas e perceber o seu impacto na prestação de crédito, uma vez que uma percentagem mais alta torna um crédito mais caro, existe outro pormenor que deve saber. Caso um dia queira vender o seu imóvel antes do prazo do contrato terminar, terá de pagar uma comissão de reembolso antecipado.

Mas este reembolso não tem o mesmo valor em todos os tipos de contrato. Ou seja, o reembolso antecipado é mais elevado se o seu contrato de crédito for com uma taxa fixa. Nestas situações a comissão é de 2%. Já num contrato com taxa variável a comissão sobre o capital a reembolsar é de 0,5%.

Leia ainda: Taxa fixa, variável ou mista. O que escolher no crédito habitação? 

TAN e TAE

Embora existam outras taxas muito importantes de analisar (falaremos mais à frente), se quiser perceber se um crédito é mais caro a nível de juros e comissões, existem duas taxas que não pode ignorar. A primeira é a TAN, Taxa Anual Nominal que mostra o valor final da sua taxa de juro. Por exemplo, através da TAN consegue perceber qual é a soma do spread como indexante usado no seu crédito.

A segunda é a TAE, Taxa Anual Efetiva. Através da TAE consegue perceber o valor da TAN (que só mostra os juros), mas também os valores dos encargos e das comissões associados ao seu crédito. Contudo, tenha atenção que a TAE não inclui o valor de outros produtos contratados ou associados ao seu crédito, como é o caso dos seguros.

2. Prazo do contrato também pode tornar crédito mais caro

O prazo do contrato é um ponto que requer bastante ponderação. E isto porquê? Porque o prazo de um contrato de crédito influencia, e muito, o valor final que vai paga pelo seu empréstimo. Isto porque quanto mais anos demorar a pagar um crédito, mais juros vai pagar. No entanto, se reduzir o prazo do seu contrato de crédito, a prestação mensal será mais elevada.

Neste aspeto, é preciso pesar na balança se pretende uma prestação de crédito mais baixa ou pagar o menor valor possível pelo seu crédito. Uma prestação mais baixa permite-lhe gerir melhor o seu orçamento familiar, mas torna o seu crédito mais caro. Já um prazo de crédito menor, traduz-se numa poupança a longo prazo, mas pode deixar o seu orçamento familiar mais limitado. E por isso é preciso fazer contas e ponderar bem quais são os seus objetivos.

Leia ainda: Redução da prestação ou do prazo no crédito habitação: qual a melhor opção?

Se está a pensar contratar um crédito habitação, saiba que devido a uma recomendação do Banco de Portugal houve uma redução nos prazos dos novos contratos de crédito habitação. Ou seja, desde abril de 2022, que existem novas regras na hora de definir o prazo máximo de um crédito habitação.

Assim, se tem menos de 30 anos e contratar um crédito habitação, continua a beneficiar do prazo máximo de 40 anos. Mas se tem entre 30 e 35 anos, o prazo máximo recomendado desce para os 37 anos. Já se tiver mais de 35 anos, o prazo máximo do seu contrato de crédito habitação não deverá ser superior a 35 anos.

pasta aberta com documentos nas mãos de um homem, sendo que um outro aponta para a folha que estão a analisar

3. Comissões bancárias e encargos do crédito

Embora a TAE demonstre o valor dos encargos e das comissões bancárias, esta é uma análise que pode carecer de alguma atenção. Afinal, os contratos de crédito têm associadas certas comissões e encargos que passam muitas vezes despercebidos, mas têm um forte impacto no valor a pagar por um financiamento.

No caso do crédito habitação, existem comissões de avaliação, de estudo do processo, entre outras. E em algumas entidades bancárias, este tipo de encargo pode mesmo ultrapassar os 1000 euros. Por isso, compare quanto é que cada banco cobra de comissões.

Contudo, não se esqueça que tem de suportar outro tipo de encargos. Por exemplo, no crédito habitação terá de pagar o registo através do serviço Casa Pronta, e este serviço tem o valor tabelado de 700 euros.

Além disso, terá de pagar o imposto do selo relativo ao seu empréstimo, que na maioria dos casos o valor a pagar é de 0,6% do montante do crédito. Posteriormente terá ainda de pagar:

  • Imposto do Selo: Aplica-se sobre o valor da compra da sua casa. Mas para apurar o valor do imposto do selo, primeiro precisa de saber o valor da escritura da casa, e depois aplicar a esse montante a taxa de 0,8%.

Leia ainda: Comprar casa: custos, documentos e impostos com que deve contar

4. Produtos associados podem tornar o seu crédito mais caro

Quando estiver a analisar propostas de crédito, não se foque apenas nos valores das taxas, mesmo que estes sejam reduzidos. Embora a maioria das taxas referidas demonstrem os juros e comissões, permitindo-lhe avaliar a maioria dos prós e contras das propostas de crédito, não englobam os produtos associados, como é o caso dos seguros obrigatórios do crédito habitação.

Se pensar que o seguro de vida e o seguro multirriscos representam uma despesa significativa mensal, ao basear-se apenas nas taxas de juro e comissões para escolher uma proposta, poderá acabar por aceitar um crédito mais caro. Afinal, se as taxas de juros não apresentarem valores muito distintos, o valor cobrado pelos seguros pode ser essencial na hora de escolher a melhor proposta.

Além disso, muitas vezes os bancos concedem um spread mais baixo quando os clientes contratam outro tipo de produtos financeiros, como cartões de crédito. Ou seja, a contratação de produtos adicionais junto do banco dá direito a uma bonificação no spread

Tem dúvidas qual é o crédito mais caro? Foque-se nestes indicadores

Caso esteja a questionar-se como pode ter a certeza de qual é o crédito mais caro (e o mais barato), saiba que existem dois indicadores que o vão ajudar a chegar a esta conclusão. O primeiro indicador é a Taxa Anual Efetiva Global, mais conhecida pela sua sigla TAEG. O segundo é o Montante Total Imputado ao Consumidor, MTIC.

Assim sendo, é necessário que conheça a diferença entre a TAEG e o MTIC.

TAEG

A Taxa Anual Efetiva Global, TAEG, é um excelente indicador na hora de comparar propostas de crédito. Afinal, esta taxa mostra-lhe o custo total de um crédito, acrescido dos encargos que terá com produtos ou serviços contratados. Ou seja, esta taxa contempla o valor do seu crédito, dos juros, dos impostos, das comissões, seguros obrigatórios e ainda outros encargos associados ao contrato de crédito.

Contudo, a TAEG não engloba o cálculo de eventuais encargos devido a incumprimento, custos notariais ou a comissão de reembolso antecipado.

Caso não saiba onde consultar a TAEG nas suas propostas, saiba que ela vem indicada na informação pré-contratual. No crédito habitação, a TAEG surge na FINE, Ficha de Informação Normalizada Europeia, mais concretamente na secção "Taxa de juro e outros custos". Mas se está a comparar propostas de um crédito pessoal, deverá consultar a secção "Custo do crédito" na Ficha de Informação Normalizada, FIN.

Assim, quando está a olhar para as várias propostas, a TAEG vai ajudá-lo a perceber qual é a entidade financeira que oferece as melhores condições de crédito. Mas dado que terá noção dessa realidade através de uma percentagem, pode não ser percetível o custo real com o seu empréstimo. E nesta situação, o MTIC ajuda-o a identificar este custo. 

MTIC

Tal como o nome indica, o Montante Total Imputado ao Consumidor vai ajudá-lo a perceber os custos totais do seu crédito a longo prazo. Ou seja, o MTIC é o indicador que permite identificar o custo real de cada crédito. Tal como a TAEG, o MTIC engloba o capital que pediu emprestado, mais os juros, comissões, impostos, seguros e outras despesas. A grande diferença é que o MTIC mostra-lhe o valor efetivo que irá pagar, e a TAEG apenas o valor percentual.

No entanto, existem alguns fatores que deve estar atento ao analisar o MTIC. Por exemplo, quando contrata um crédito com uma taxa de juro fixa, atualmente, o MTIC é mais elevado. E o mesmo acontece se as propostas tiverem prazos mais longos, pois inevitavelmente pagará mais juros.

Contudo, quando contrata um crédito com uma taxa de juro variável, o MTIC ficará sujeito às variações da taxa durante o prazo do crédito. Isto significa que o valor do MTIC poderá subir ou descer durante o prazo do contrato, dada a variação dos juros. 

Leia ainda: Como comparar propostas de crédito e escolher a melhor opção para si?

A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.

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