A prestação do crédito habitação é provavelmente a maior fatura que as famílias têm todos os meses para pagar. Mas é possível reduzir este encargo. Os spreads atualmente praticados pelos bancos estão mais baixos, especialmente se comparados com as operações realizadas entre 2011 e 2016.
Por isso, esta será uma das melhores alturas para contrair crédito ou rever as suas condições atuais porque o spread do seu crédito pode já não estar atual. Por exemplo, tem um spread superior a 1,5%? Saiba porque está a perder muito dinheiro.
O último banco a anunciar uma redução no spread mínimo no crédito habitação foi o Bankinter, que passou a oferecer um valor mínimo de 0,95%. E já há vários bancos a oferecerem spreads mínimos de 1%.
Se já tem um crédito a correr há dois anos, tente aproveitar este contexto de concorrência na banca.
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Revisão do crédito pode ditar poupanças significativas
As taxas de juro praticadas atualmente pela banca na concessão de crédito estão baixas. E por dois motivos: os spreads têm vindo a descer e as taxas Euribor (usadas como indexantes nos contratos de crédito a taxa variável) estão em níveis negativos.
Estes dois fatores fazem com que possa estar a perder muito dinheiro, se comparar as condições que negociou e aquelas que poderá encontrar agora.
Independentemente da altura em que fez o seu crédito habitação, consultar o mercado pode revelar melhores condições do que as que tem. Mas é quase certo que se tiver o mesmo crédito há pelo menos 5 anos, encontrará condições de financiamento mais atrativas.
Se está a tentar perceber onde pode cortar custos, a solução pode estar mais perto do que pode pensar.
Para perceber o impacto de transferir o seu crédito para outra instituição financeira, vamos dar exemplos, usando as taxas médias de financiamento publicadas pelo Banco de Portugal
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Uma família que comprou casa em junho de 2015, com uma taxa de 2,27% (taxa média referente àquele mês) pagará uma prestação de 369,62 euros, isto tendo em consideração que tem em dívida 100 mil euros e que lhe faltam 30 anos para concluir o contrato. A taxa média praticada em junho deste ano foi de 1,16%, o que corresponde a uma prestação de 326,25 euros para uma operação com as mesmas condições. São mais de 40 euros de diferença por mês. E é este valor que uma família pouparia se reduzisse os juros nesta dimensão. Ao final de um ano a poupança ascende a mais de 500 euros.
Se recuarmos um ano (junho de 2014) a poupança será ainda mais significativa, uma vez que a taxa de juro média era de 3,25%. Considerando a taxa média de junho de 2020, um financiamento de 150 mil euros, a 30 anos, corresponde a uma prestação de 493,56 euros, menos 81 euros do que o valor correspondente a uma taxa de 3,25%.
E estas diferenças resultam essencialmente dos spreads praticados pelos bancos, uma vez que em 2015 as taxas Euribor já estavam negativas.
Por isso, seja qual for a sua situação, pesquise e perceba que soluções estão a ser atualmente oferecidas pelos bancos, uma vez que poderá ter poupanças significativas. Mas não se prenda apenas no spread. Porque um spread mais baixo nem sempre corresponde a melhores condições de financiamento.
Uma parcela significativa do custo com o crédito habitação pode estar no seguro de vida e multirriscos associados ao seu crédito.
Leia ainda: Como poupar nos seguros associados ao crédito habitação?
Mas também podem existir outros produtos associados que subscreveu quando contraiu o seu crédito. Ao ter uma nova proposta, poderá ter a oportunidade de reavaliar todos esses produtos que pode não utilizar ou que vale a pena repensar se ainda estão ajustados às suas necessidades, como os seguros obrigatórios, os cartões de crédito, seguros de saúde e outros produtos que teve de adquirir na altura em que fez o seu crédito e que lhe impedem de fazer uma poupança significativa.
Reduzir prestação ou prazo do contrato?
Quando pensamos em melhores condições de financiamento, muitas vezes pensamos em diminuir a prestação. Mas não há outras opções.
Se a prestação que tem atualmente com o seu crédito habitação é confortável para o seu orçamento, poderá optar por manter a prestação mas reduzir o prazo do contrato. Desta forma, vai também poupar. E em alguns casos podemos estar a falar de milhares de euros.
Quanto mais depressa pagarmos um empréstimos mais "barato" ficará. Assim, se conseguirmos manter o valor da prestação, a redução do spread pode servir apenas para encurtar o período do contrato. O que nos ajudará a poupar dinheiro.
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E se estiver a beneficiar da moratória?
Se tiver pedido moratória no crédito habitação não se preocupe porque não está obrigado a permanecer ligado ao banco. Só precisa de ter atenção que se tiver pedido uma moratória total, ou seja, se não estiver a pagar nem capital nem juros, terá de ter disponível dinheiro para pagar os juros que ficaram por liquidar neste período.
Mas, mesmo assim, transferir o seu crédito para uma outra instituição financeira que lhe dê melhores condições pode compensar. Se conseguiu ir juntando o dinheiro que não usou para pagar a prestação, use a moratória para reduzir encargos com o crédito.
Há quanto tempo tem o crédito habitação? Talvez esteja na altura de o rever e aproveitar as condições que atualmente estão a ser oferecidas pelos bancos. Se tiver o seu crédito há cinco anos é possível conseguir uma redução significativa dos seus encargos. E isto olhando apenas para os spreads que estão a ser praticados.
Não se acomode. Perceba se consegue condições menos dispendiosas. Pode pesquisar e ver o que é praticado pelas várias instituições ou pedir ajuda a um intermediário de crédito, como o Doutor Finanças.
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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