Nos primeiros quatro meses do ano foram concedidos mais de 10 mil milhões de euros em novos financiamentos às famílias, de acordo com os dados disponibilizados pelo Banco de Portugal.
O crescimento da nova concessão de crédito foi transversal: consumo e habitação, com o crédito hipotecário a crescer a um ritmo superior, num período ainda marcado pelo impacto da subida de taxas de juro sentidas ao longo do ano passado.
Já no que respeita ao incumprimento das famílias, os dados mostram que continua em níveis historicamente baixos.
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Novos empréstimos em máximos históricos
O montante financiado ao longo dos primeiros quatro meses do ano (10,4 mil milhões de euros) representa um crescimento superior a 17% face ao ano passado e coloca o volume de novos financiamentos no valor mais alto desde que há dados (2003).
Sem surpresas, a grande fatia de financiamentos tem como destino a habitação. Ao longo dos quatro meses foram financiados quase 7,5 mil milhões de euros em novas operações, o que representa um aumento de 16% face a 2023 e corresponde ao melhor primeiro quadrimestre desde 2003.
De realçar que estas novas operações incluem as transferências de crédito que muitas famílias decidiram fazer, encontrando em diferentes bancos soluções de financiamento mais atrativas. Isto num período ainda marcado pelo impacto da subida pronunciada das taxas de juro a que se assistiu ao longo de 2023.
Já o crédito ao consumo absorveu quase dois mil milhões de euros nos primeiros quatro meses do ano, o que representa um aumento de 10% face ao ano passado.
É importante sublinhar que, ao longo destes meses, o valor financiado foi oscilando ligeiramente, aumentando e diminuindo, não se verificando uma tendência consistente ao longo dos meses.
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Crédito malparado estabiliza
O aumento significativo dos encargos das famílias com os empréstimos fez crescer os receios de um aumento do incumprimento dos particulares. Contudo, os dados mostram que o crédito malparado está estável, mantendo-se em valores historicamente baixos.
Assim, no crédito habitação, do total de financiamentos concedidos, apenas 0,3% desse volume se encontra como vencido, mantendo-se assim em níveis historicamente baixos. Apenas em fevereiro e março deste ano este rácio tocou nos 0,2%, nível em que nunca tinha tocado antes. Em abril subiu ligeiramente.
No total, há 260,2 milhões de euros em crédito vencido na habitação, um valor que representa uma ligeira subida, mas que mantém o nível de incumprimento das famílias em mínimos históricos.
No segmento de crédito ao consumo e outros fins, o incumprimento corresponde a 2,7% do total do financiamento concedido, o que também representa um ligeiro aumento face a março (2,6%), mas corresponde a um nível baixo tendo em consideração os dados desde 2003.
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