O ano passado foi marcado por uma quebra generalizada na concessão de crédito ao consumo. Os dados do Banco de Portugal mostram que todos os destinos de crédito ao consumo sofreram reduções.
Em 2020, os bancos e financeiras concederam um total de 5,88 mil milhões de euros em crédito ao consumo, de acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal. Este valor representa uma quebra de 22,6% quando comparado com os valores financiados em 2019. O ano passado fica ainda marcado pelo montante de crédito ao consumo mais baixo desde 2015 e pela primeira quebra desde que há dados (2013).
A redução na concessão de crédito foi transversal a todos os destinos: pessoal, automóvel e cartões/linhas de crédito.
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Crédito pessoal com a maior quebra
Os dados revelam ainda que, apesar de se ter verificado reduções no financiamento para todos os destinos considerados no crédito ao consumo, foi no crédito pessoal que se registaram as maiores descidas.
Nos créditos pessoais sem fins específicos, para o lar, consolidado, entre outros, verificou-se uma redução de 30% de novos empréstimos, para um total de 2,34 mil milhões de euros. No crédito pessoal para fins como educação, saúde ou energias renováveis a redução foi de 27,8% para 82,7 milhões de euros.
Quebra no financiamento automóvel foi menor que a redução de vendas
Ao longo do ano passado foram concedidos 2,54 mil milhões de euros para os diferentes tipos de crédito automóvel (locação financeira, ALD ou reserva de propriedade). Este valor representa uma quebra de 15,1% face aos valores de 2019.
Os dados revelam assim que as quebras registadas no financiamento para a compra de carro foram inferiores à redução observada no mercado de venda de automóveis. Os dados da Associação Automóvel de Portuga (ACAP) mostram que a venda de carros em Portugal diminuiu 33,9% no ano passado, quando comparado com 2019, sendo que no segmento de ligeiros de passageiros a quebra foi de 35%.
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Cartões de crédito com reduções inferiores a 20%
O segmento de crédito ao consumo onde se verificou a quebra menos acentuada foi o dos cartões de crédito, onde se incluem também as linhas de crédito, as contas correntes e as facilidades de descoberto. O montante total concedido, em 2020, para estes fins ascendeu a 912 mil euros, menos 18,6% do que no ano anterior. De realçar que as taxas de juro associadas a este tipo de financiamento são as mais elevadas de todos os destinos de financiamento. A taxa máxima aplicada nos cartões de crédito era de 15,3% no final do ano passado.
No último inquérito realizado aos bancos, concluiu-se que as instituições apertaram “ligeiramente” as condições no crédito ao consumo nos últimos três meses de 2020. Quanto ao primeiro trimestre de 2020, os bancos preveem manter “praticamente inalterados” os critérios de concessão de crédito para particulares, bem como a procura por parte das famílias.
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