Se comprou um carro através de um crédito automóvel pode estar preocupado com o impacto que a subida dos juros pode ter na sua prestação. Tal como acontece com os contratos de crédito habitação, o crédito automóvel pode estar associado a uma taxa de juro fixa ou a uma taxa de juro variável. Logo, dependendo da modalidade de juros associada ao seu contrato, a sua prestação pode ser influenciada pela subida dos juros, mais concretamente pelas oscilações das taxas Euribor. Isto se tiver uma taxa variável.
Mas para perceber melhor o impacto dos juros no crédito automóvel, de seguida, conheça as modalidades que existem e como saber quais as taxas máximas neste tipo de crédito pessoal.
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Quando é que a subida dos juros não afeta o seu crédito automóvel?
No caso de ter um crédito automóvel com uma taxa fixa, a prestação que paga pelo seu carro tem o mesmo valor do início ao fim do contrato. Ou seja, esta não sofre alterações com a subida ou descida dos juros.
Esta é modalidade comum praticada por muitos instituições de crédito, possibilitando aos titulares saberem exatamente qual é o montante total de juros que vão pagar. Este montante total apenas sofre alterações caso decida amortizar o seu crédito automóvel no decorrer do contrato.
Contudo, para não ter surpresas quanto aos encargos relativos ao seu crédito, é aconselhável olhar bem para os valores da TAN, TAEG E MTIC, uma vez que todas as instituições de crédito estão obrigadas a apresentar-lhe esta informação antes de assinar o seu contrato.
Através da TAN consegue perceber o custo dos juros do seu empréstimo. Já pela TAEG (Taxa Anual de Encargos Efetiva Global) consegue identificar o custo total do seu crédito em percentagem, pois esta taxa engloba os juros, comissões, impostos, seguros exigidos para a contratação do empréstimo, entre outros encargos.
Por fim, o MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor) engloba todos os encargos anteriores, apresentando assim o custo total que vai pagar à instituição de crédito pelo financiamento.
Com uma taxa variável a prestação do meu crédito vai subir?
Num crédito automóvel com uma taxa variável, os juros a pagar resultam da soma da taxa Euribor e do spread, à semelhança do que acontece num crédito habitação. Se a taxa Euribor aumentar, a sua prestação vai subir. Mas se esta descer no futuro, a sua prestação também diminui. No fundo, o seu crédito vai estar sempre sujeito às oscilações das taxas Euribor associada ao seu contrato. Dado que estamos num período em que a Euribor está mais elevada, a subida dos juros vai ter um impacto na sua prestação de crédito.
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No entanto, tenha em conta que a sua prestação sofre alterações consoante o prazo da taxa Euribor, uma vez que esta é revista de acordo com essa periodicidade. Por exemplo, se o seu crédito automóvel tiver associada uma taxa Euribor a 6 meses, a sua prestação de crédito é revista semestralmente. Já se a taxa Euribor for a 12 meses, a sua prestação só é revista uma vez por ano.
O prazo de cada taxa Euribor tem sempre as suas vantagens e desvantagens. Por um lado, as taxas com maturidades menores, respondem mais rápido aos valores do mercado. Quando a Euribor sobe, a sua prestação vai subir mais rapidamente, mas o impacto da subida é menor a cada revisão.
Já em maturidades mais longas, como a um ano, a sua prestação permanece inalterável durante 12 meses, mesmo que a Euribor esteja sempre a subir durante esse período. Logo, este prazo oferece uma maior estabilidade. Contudo, quando a sua prestação for revista, o aumento será mais expressivo, pois será aplicado de uma só vez.
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Para lidar com a subida das prestações do crédito automóvel associado a uma taxa variável, muitos clientes tentam negociar com a instituição de crédito um aumento do prazo do contrato. Neste ponto, é preciso ter em conta que vai pagar mais juros no final do contrato, embora consiga reduzir a sua prestação de crédito. Além disso, num crédito automóvel, o prazo máximo não pode ultrapassar os 10 anos.
Dito isto, se tem dúvidas sobre a modalidade de juros associada ao seu crédito automóvel deve rever o seu contrato e ler com atenção todas as condições estipuladas no mesmo.
Há limites para o valor das taxas de juro de um crédito automóvel
Para quem pretende obter um financiamento para comprar um automóvel, outro fator a ter em conta é que o Banco de Portugal publica trimestralmente as TAEG máximas que podem ser aplicadas a cada tipo de crédito ao consumo. Isto significa que, se contratar um crédito ao consumo, nenhuma instituição de crédito pode aplicar-lhe uma TAEG superior à indicada para aquele tipo de contrato pelo Banco de Portugal.
No quadro a seguir, veja as TAEG máximas nos créditos automóveis para o 3º trimestre de 2023, e a comparação face aos três meses anteriores.
Tipo de crédito automóvel | TAEG máxima para o 2º trimestre de 2023 | TAEG máxima para o 3º trimestre de 2023 |
Locação Financeira ou ALD: novos | 4,1% | 4,6% |
Locação Financeira ou ALD: usados | 6,2% | 5,4% |
Com reserva de propriedade e outros: novos | 9,5% | 10,2% |
Com reserva de propriedade e outros: usados | 12,7% | 13,2% |
No caso de adquirir um automóvel através de um financiamento, tenha em consideração que a TAEG não contempla comissões ou despesas relativas ao incumprimento das suas obrigações contratuais, comissões de reembolso antecipado (amortização de crédito), custos notariais, entre outras despesas que iam ser suportadas por si para esta aquisição, independentemente do contrato de crédito.
A ajuda de um intermediário de crédito pode ser fundamental para encontrar as melhores condições e não comprometer a saúde da sua carteira. Pode contar com a ajuda do Doutor Finanças para encontrar o crédito automóvel mais barato para si. De forma simples, rápida e sem custos.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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