O preço a que os bancos avaliam os imóveis no âmbito dos processos de crédito habitação desceu em outubro, depois de ter atingido, no mês anterior, o valor mais alto de sempre.
Segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o valor mediano de avaliação bancária fixou-se em 1.420 euros por metro quadrado em outubro, o que representa uma queda de 0,6% face ao máximo histórico de 1.429 euros alcançado em setembro.
Esta foi já a segunda descida em cadeia no espaço de três meses, já que, em agosto, este indicador decresceu pela primeira vez desde o início da pandemia. O maior aumento face ao mês anterior registou-se na Região Autónoma da Madeira (2,2%) e a única descida verificou-se no Norte (-0,2%).
No entanto, em termos homólogos – ou seja, na comparação com o mesmo mês do ano passado – a avaliação bancária aumentou 13,5% em outubro. Nesta análise dos últimos 12 meses, o crescimento mais expressivo ocorreu no Algarve (18,8%) e o menor no Norte (10,7%).
Avaliação bancária dos apartamentos no Norte com maior queda
A queda da avaliação bancária deve-se exclusivamente à diminuição do valor atribuído pelos bancos aos apartamentos, já que, no caso das moradias, o valor até subiu em outubro.
Nos apartamentos, porém, a avaliação desceu 0,6% para 1.581 euros por metro quadrado, menos 10 euros face ao máximo registado em setembro, de 1.591 euros por metro quadrado.
A queda mais acentuada ocorreu no Norte do país (-1,1%), enquanto o aumento mais expressivo se verificou na Região Autónoma da Madeira (2,9%).
No que respeita às tipologias, a diminuição da avaliação bancária foi transversal: o valor mediano dos apartamentos T2 caiu 8 euros para 1.599 euros por metro quadrado, e o dos apartamentos T3 recuou 2 euros para 1.400 euros por metro quadrado. No seu conjunto, estas tipologias representaram 78,6% das avaliações de apartamentos realizadas no período em análise.
Comparando com o mesmo mês do ano passado, a avaliação bancária aumentou 14,2%, já que, em outubro de 2021, o valor mediano dos apartamentos era de 1.385 euros por metro quadrado. Nos últimos 12 meses, a maior subida aconteceu na Região Autónoma dos Açores (22,3%), onde o valor dos apartamentos passou de 1.179 para 1.442 euros por metro quadrado, e o menor aumento na Região Autónoma da Madeira (9,7%). Ali, o valor mediano dos apartamentos subiu de 1.319 para 1.447 euros por metro quadrado.
Tal como nos meses anteriores, os valores mais altos foram registados no Algarve (1.967 euros/m2) e na Área Metropolitana de Lisboa (1.878 euros/m2) e o mais baixo no Alentejo (1.033 euros/m2).
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Moradias: Alentejo lidera subidas
Ao contrário do que aconteceu com os apartamentos, a avaliação bancária das moradias subiu, em outubro, pelo segundo mês consecutivo, para 1.142 euros por metro quadrado, o nível mais elevado desde que há registos. Este valor representa um aumento de 0,5% face a setembro, ou seja, um acréscimo de 6 euros por metro quadrado.
Foi nas moradias T4 que a valorização foi mais expressiva, com o valor mediano a aumentar 11 euros para 1.238 euros por metro quadrado. Nas moradias T3, a avaliação bancária cresceu 4 euros para 1.112 euros por metro quadrado, e nas moradias T2 desceu 11 euros para 1.107 euros por metro quadrado.
Olhando para as diferentes regiões do país, o Alentejo apresentou o crescimento mais acentuado (3,3%), mantendo-se, porém, como a segunda região do país com os valores mais baixos para as moradias (937 euros/m2), a seguir ao Centro (927 euros/m2). Em sentido contrário, o aumento menos expressivo ocorreu na Região Autónoma da Madeira (0,2%).
Em termos homólogos, a avaliação bancária das moradias aumentou 13,1%, com o Alentejo a posicionar-se, nesta análise, no fundo da tabela, com o menor crescimento dos últimos 12 meses (9,1%). O Algarve, que já tem o preço mediano das moradias mais alto do país (2.079 euros/m2) foi também a região com o maior aumento face a outubro de 2021 (25,4%).
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