O crédito habitação é, por norma, um dos encargos que mais pesa no orçamento familiar. Foi por isso que o Governo implementou medidas que facilitaram o acesso a moratórias no crédito, aliviando a carteira das famílias.
Foram desenhados três tipos de moratória: suspensão total do pagamento da prestação, suspensão apenas do pagamento de capital (continuando a pagar os juros) e suspensão do pagamento de parte do capital. As famílias puderam escolher a solução que lhes era mais conveniente.
Em qualquer caso, quem beneficiou da moratória sentiu um alívio nos encargos mensais, tendo podido ganhar tempo para reequilibrar as suas finanças. O valor da prestação que não foi debitado pôde ser usado para colmatar alguma perda de rendimento (devido ao lay-off ou situações de desemprego), fazer face a despesas inesperadas ou, simplesmente, ser colocado de parte numa poupança.
Agora esta poupança pode ser usada para gerar mais poupança. Saiba como usar o dinheiro que poupou durante a moratória para transferir o seu crédito habitação.
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Transferir o crédito para gerar poupanças
Uma vez que, finda a moratória, terá de voltar a cumprir com o pagamento "normal" do seu crédito, rever as condições do seu empréstimo pode revelar-se muito mais vantajoso para a sua carteira. Desta forma, poderá conseguir uma prestação mais baixa, através da transferência de crédito. E, mesmo tendo beneficiado da moratória, nada o obriga a manter-se no mesmo banco.
No entanto, tenha em mente que, no caso de ter beneficiado de uma moratória total, o capital em dívida vai aumentar. Quando há a suspensão total do pagamento do crédito, está a adiar não só o reembolso do capital como o pagamento dos juros correspondentes. E, ficou determinado que os juros que deveriam ser pagos durante o período da moratória passariam a capital em dívida.
Vamos a um exemplo: Imagine que a prestação do seu crédito habitação é de 332,5 euros, dos quais 103 euros são referentes a juros. Se estiver a beneficiar de uma moratória total verá o seu capital em dívida aumentar. Se estiver seis meses a beneficiar de uma moratória, o capital em dívida aumenta um pouco mais de 600 euros (valor total dos juros não pagos nesse período).
E este valor terá de ser pago pelo cliente. É aqui que entra o valor que conseguiu colocar de parte durante o período de moratória.
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Custos da transferência de crédito
Saiba ainda que quando transfere o crédito habitação para outra instituição, tem de pagar uma comissão de reembolso antecipado ao seu banco. O valor vai depender do tipo de taxa do seu crédito, isto é, se é fixa ou variável. De acordo com a legislação, no caso de créditos com taxa variável, a penalização é de 0,5% do capital em dívida. Já se o crédito tiver taxa fixa, o banco irá cobrar-lhe 2% do valor em dívida.
Pode também haver outros custos associados à transferência do empréstimo para outra instituição bancária. Como nova escritura, nova avaliação do imóvel, a comissão de dossier (preparação e análise de crédito), entre outros.
Apesar de algumas instituições suportarem estas comissões para ganharem um novo cliente, é importante contar com estas despesas. Também neste cenário, pode usar o montante que conseguiu colocar de parte durante a moratória para fazer face aos custos inerentes à transferência de crédito.
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O que ganho em transferir o crédito?
A maior vantagem da transferência de crédito é poder ter uma prestação mensal mais baixa. Normalmente, através da redução do seu spread.
Para ter noção do potencial impacto de uma transferência, um empréstimo no valor de 140 mil euros, a 38 anos, com um spread de 1,45% corresponde a uma prestação de 384,36 euros. Se este crédito for transferido para uma outra instituição com um spread de 1,1%, a prestação desce até aos 346,47 euros. A diferença mensal é de quase 38 euros. No final do contrato, a poupança supera os 17 mil euros.
Contudo, ao mudar de banco, poderá também ter a oportunidade de reavaliar produtos que não utiliza, como cartões de crédito e outros produtos que teve de adquirir na altura em que fez o seu crédito e que lhe consomem uma parte relevante do seu orçamento familiar.
Além disso, há ainda a possibilidade de rever os seguros associados ao crédito habitação. Trocar os seguros de vida e multirriscos pode gerar poupanças consideráveis.
Se contratou o seu crédito habitação há mais de dois anos, não se deixe acomodar. É provável que existam melhores condições no mercado, o que significa que está na altura de mudar.
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A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
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