Crédito Habitação

Crédito habitação: Jovens dominaram o mercado em fevereiro

Em fevereiro, 55% dos novos contratos de crédito habitação foram feitos por jovens até aos 35 anos, à boleia da garantia pública.

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Crédito habitação: Jovens dominaram o mercado em fevereiro

Em fevereiro, 55% dos novos contratos de crédito habitação foram feitos por jovens até aos 35 anos, à boleia da garantia pública.

Foram vários meses a ameaçar a barreira dos 50%, mas finalmente aconteceu. Em fevereiro, o crédito para compra de habitação própria permanente concedido a jovens até aos 35 anos representou mais de metade dos novos contratos.

É a primeira vez que tal acontece desde que o Banco de Portugal começou a divulgar esse número, em outubro de 2024. Na mais recente nota de informação estatística sobre taxas de juro em empréstimos e depósitos, o regulador anunciou que "o crédito concedido a mutuários com idade igual ou inferior a 35 anos representou 55% do montante de novos contratos para habitação própria permanente concedidos em fevereiro".

Este aumento coincide com o segundo mês em que esteve em vigor a garantia pública no crédito à habitação. Esta medida permite que os jovens até aos 35 anos tenham financiamento bancário a 100% na compra de casa para habitação própria permanente.

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Crédito à habitação negociou mais 132 milhões de euros do que em janeiro

Os novos contratos de crédito à habitação atingiram o montante de 1.655 milhões de euros, o que significa que foram negociados mais 132 milhões de euros do que em janeiro. Já nas finalidades de crédito ao consumo e para outros fins, "o montante dos novos contratos subiu 37 e 27 milhões de euros, para 568 e 236 milhões de euros, respetivamente". Este comportamento contraria aquilo que tinha acontecido em janeiro, quando se assistiu a reduções nestas duas modalidades de crédito.

O montante renegociado em todas as finalidades de crédito desceu 73 milhões de euros em relação a janeiro e fixou-se nos 477 milhões de euros. Mais uma vez, o crédito à habitação foi o responsável por uma boa parte desta descida. De janeiro para fevereiro, as renegociações nesta finalidade caíram 66 milhões e foram de 435 milhões.

Leia ainda: Posso renegociar as condições de um crédito?

Os juros mais baixos desde 2022

Em fevereiro, a taxa de juro média das novas operações de crédito à habitação desceu de 3,24% para 3,17%. Este é o valor mais baixo desde dezembro de 2022 (3,21%). A redução aconteceu tanto nos contratos novos como nos renegociados.

Apesar de na componente de renegociação a descida ter sido maior (0,12 pontos percentuais contra 0,03), os novos contratos tendem a conseguir condições de taxa de juro mais vantajosas, algo que já acontece desde setembro de 2023. Para se ter ideia, fecharam fevereiro com uma taxa média de 3,09%, enquanto os renegociados ficaram pelos 3,44%.

Do mesmo modo, os empréstimos ao consumo e para outros fins também viram as taxas de juro médias descerem em fevereiro. No primeiro caso, passou de 9,12% para 9,03%, enquanto no segundo a variação foi mais ligeira: de 3,95% para 3,93%.

O impacto das decisões do BCE

Esta redução das taxas de juro vem no seguimento de mais uma redução das taxas diretoras por parte do Banco Central Europeu (BCE). No final de janeiro, a instituição liderada por Christine Lagarde cortou 0,25 pontos base à taxa de depósitos, que desceu, assim, de 3% para 2,75%.

Como se viu, esta foi uma boa notícia para quem tem ou quer fazer um crédito à habitação. No entanto, tem o impacto contrário para quem quer pôr o dinheiro em depósitos a prazo. Em fevereiro, a "taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares diminuiu pelo 14.º mês consecutivo", passando de 1,98% para 1,83%.

Já em março, o banco central voltou a cortar os juros e colocou a taxa de depósitos em 2,5%. A próxima reunião da política monetária está marcada para os dias 16 e 17 de abril.

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Taxa mista volta a subir e prestação média baixa (muito) ligeiramente

Depois de vários meses em queda (sem nunca perder a preferência nos novos contratos, no entanto), a taxa mista voltou a registar uma subida nos novos empréstimos à habitação. Em fevereiro, foi escolhida por 72% dos clientes (contra 70%, em janeiro).

Olhando para as taxas de juro praticadas, não é difícil de perceber esta preferência. Nos contratos a taxa mista, o juro médio foi de 2,95%, enquanto que nos empréstimos a taxa variável foi de 3,45% e nos financiamentos a taxa fixa foi de 3,60%.

Ainda assim, no stock de empréstimos, a taxa variável continua a dominar (60%), fruto da grande preferência que esta modalidade tinha quando a Euribor tinha valores negativos.

Por fim, a prestação média desceu muito ligeiramente, de 412 euros em janeiro para 410 em fevereiro. Apesar de pouco, foi o suficiente para igualar o valor mais baixo desde setembro de 2023.

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