Os juros do crédito habitação registaram, em agosto, a maior queda mensal em quase 12 anos, naquele que foi já o sétimo mês consecutivo de descidas, à boleia do alívio nas Euribor.
De acordo com os dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de juro implícita no conjunto dos empréstimos à habitação caiu de 4,487%, em julho, para 4,417%, em agosto, um decréscimo de 7 pontos base, que é o maior desde janeiro de 2013, quando os juros passaram de 1,624% para 1,544%.
Esta queda observada em agosto aumenta para 24 pontos base a descida acumulada desde o máximo atingido em janeiro deste ano, de 4,657%. Desde então, a descida de juros por parte do Banco Central Europeu (BCE) e a expectativa de mais cortes nos próximos meses têm alimentado uma queda do indexante, as taxas Euribor, e consequentemente, dos juros cobrados no crédito.
Recorde-se que, este mês, o BCE voltou a descer as taxas de juro diretoras depois de ter decretado, em junho, o primeiro corte em quase cinco anos. Este início de reversão do aperto monetário tem permitido uma descida gradual da Euribor que, no prazo a seis meses, segue já em mínimos de um ano e meio.
Juros dos contratos mais recentes descem pelo décimo mês
Nos contratos de crédito habitação mais recentes, realizados nos últimos três meses, a taxa de juro desceu pelo décimo mês consecutivo, passando de 3,713% em julho, para 3,665%, em agosto (descida de 4,8 pontos base). Neste caso, os juros já somam uma queda acumulada de 71,5 pontos base desde o máximo atingido em outubro de 2023, nos 4,380%.
De acordo com o INE, “para o destino de financiamento Aquisição de Habitação, o mais relevante no conjunto do crédito à habitação, a taxa de juro implícita para o total dos contratos desceu para 4,377% (-7,1 pontos base face a julho). Nos contratos celebrados nos últimos 3 meses, a taxa de juro diminuiu 5,2 pontos base face ao mês anterior, fixando-se em 3,639%”.
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Juros da casa: Prestação média diminui para 404 euros
Considerando a totalidade dos contratos de crédito habitação, o valor médio da prestação mensal desceu um euro, em agosto, para 404 euros. Este valor representa, porém, um aumento de 6% (mais 25 euros) face a agosto do ano passado.
Dos 404 euros, 242 euros (60%) correspondem a pagamento de juros e 162 euros (40%) a capital amortizado. Há um ano, a componente de juros representava 57% do valor médio da prestação (379 euros).
Nos contratos celebrados nos últimos três meses, o valor médio da prestação fixou-se nos 617 euros, mais 6 euros do que em julho (611 euros), mas menos 6 euros do que em agosto de 2023 (623 euros).
No que respeita ao capital médio em dívida, registou-se um aumento de 345 euros face a julho, para 66.874 euros, considerando a totalidade dos contratos. Nos mais recentes, o acréscimo foi de 1.250 euros para uma média de 128.791 euros.
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