A subida continuada das taxas Euribor tem ditado um aumento significativo dos encargos das famílias com o crédito habitação. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de juro implícita no crédito habitação atingiu, em agosto, o valor mais elevado em mais de 14 anos. Este agravamento implica que, agora, mais de metade do valor pago aos bancos, todos os meses, corresponde a juros.
Crédito habitação: Juro médio em máximos de 2009
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Os dados do INE mostram que a taxa de juro implícita no crédito habitação aumentou de 3,878%, em julho, para 4,089%, em agosto, o que corresponde ao valor mais elevado desde março de 2009.
Nos contratos mais recentes, celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro fixou-se em 4,331%, traduzindo um agravamento de 15,8 pontos base face ao mês anterior (4,173%, em julho). Neste caso, trata-se do valor mais alto desde abril de 2012.
Para o destino de financiamento Aquisição de Habitação, o mais relevante no conjunto do crédito à habitação, a taxa de juro implícita para o total dos contratos subiu para 4,067%, acima dos 3,858% de julho. Nos contratos celebrados nos últimos três meses, a taxa de juro subiu 15,9 pontos base face ao mês anterior, fixando-se em 4,320%.
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Juros já correspondem a 57% do valor da prestação
O INE revela que a subida dos juros agravou o valor médio da prestação mensal em 9 euros, em agosto, elevando-a para 379 euros, tendo em consideração a totalidade dos contratos de crédito habitação. Comparando com agosto de 2022, são mais 111 euros de prestação.
Dos 379 euros, 216 euros (57%) correspondem a pagamento de juros e 163 euros (43%) a capital amortizado. O que significa que mais de metade do valor pago ao banco todos os meses já corresponde a juros. Há um ano, em agosto de 2022, a componente de juros representava apenas 19% do valor médio da prestação (268 euros).
Já no que respeita aos contratos mais recentes, celebrados nos últimos três meses, o valor médio da prestação subiu 19 euros face ao mês anterior, para 623 euros em agosto. Trata-se de um aumento de 40% face ao mesmo mês do ano anterior.
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Capital médio em dívida sobe 185 euros
Segundo o INE, “o capital médio em dívida para a totalidade dos contratos subiu 185 euros face ao mês anterior, para os 63.740 euros”.
Para os contratos celebrados nos últimos três meses, “o montante médio em dívida foi de 122.964 euros, menos 134 euros do que em julho”.
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