A pandemia que se instalou em 2020 foi o gatilho para uma retração no crédito ao consumo, mas parece pouco ter afetado o crédito para comprar casa. Isso mesmo mostram os dados do Banco de Portugal, no Relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho . Os dados revelam uma desaceleração no crescimento dos empréstimos à habitação, por "culpa” das medidas do Governo para mitigar os efeitos da pandemia. Todavia, no segundo semestre, o mercado acabou por recuperar, apesar as moratórias ainda em vigor.
Assim, no total, no ano passado as instituições concederam uma média de 901,6 milhões de euros por mês em crédito para comprar casa, o que representa mais 4,7% do que no período homólogo.
Por outro lado, o prazo médio dos novos contratos para comprar casa aumentou para 33,1 anos. Já o spread médio dos novos contratos indexados à Euribor a 3, 6 e 12 meses fixou-se em 1,19%. Nota ainda para a diminuição dos reembolsos antecipados (-5,8%) e também do montante reembolsado (-13,4%). O número de renegociações também caiu, devido às moratórias.
Leia mais: O que posso fazer quando a moratória no crédito terminar?
Crédito ao consumo cai 22,5%
No que toca ao crédito ao consumo, a pandemia colocou um ponto final em sete anos de crescimento consecutivo. Segundo o Banco de Portugal, no ano passado o crédito pessoal sofreu uma quebra de 30,2%, a mais expressiva, seguida de um recuo de 15,1% no crédito automóvel e 18,4% no crédito revolving.
Assim, celebraram-se mais de 100 mil contratos por mês, menos 23,9% em relação a 2019, com montante de crédito de mais de 22 milhões de euros por dia, o que representa uma queda de 22,5%.
Também o custo do crédito diminuiu, ainda que ligeiramente, através de uma redução de 0,1% da TAEG média de mercado. Segundo o regulador da banca, essa diminuição de custo refletiu-se nos créditos automóvel e revolving, mas o aumento da TAEG no crédito pessoal acabou por compensar parcialmente este recuo.
Leia ainda: Concessão de crédito ao consumo bate recorde em 2019
Remuneração dos depósitos a prazo continua a cair
À semelhança do que tem acontecido desde 2012, as taxas de remuneração dos depósitos a prazo simples diminuíram na generalidade dos prazos. A maioria dos 186 depósitos a prazo destinados à generalidade do público tinha prazo igual ou inferior a um ano e também exigia montante mínimo de constituição igual ou inferior a 500 euros e pagava juros apenas no vencimento. Estes depósitos tinham maioritariamente taxas de juro iguais ou inferiores a 0,1%.
Leia mais: Soluções de poupança: Uma análise às ofertas dos Depósitos a Prazo
A informação que consta no artigo não é vinculativa e não invalida a leitura integral de documentos que suportem a matéria em causa.
Deixe o seu comentário